Capítulo 16 - Isso é fanatismo, sabia?

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Caio

Ver a Nina naquele estado me assustou, ela chorava compulsivamente, por mais que eu dissesse palavras de conforto, nada a tranquilizava. Já estava começando a ficar nervoso e se eu encontrasse com esse moleque, sim, ele era um moleque filho da puta, com certeza ia ser o último dia dele nessa Terra. Por Deus!

Como alguém poderia machucar tanto uma pessoa a ponto de fazê-la se perder dela mesma? Era óbvio que a insegurança e modo arisco da Nina, tinha haver com esse cara, afinal, foi o único namorado dela.

Porra! Como ela deixou esse cara fazer isso com ela? Quanta ingenuidade! Ela ainda tentou falar mais algumas coisas, mas por hora não queria ouvir, devia entender o lado dela. Finalmente havia conseguido jogar para fora, o que era bom, porém, porra, eu sou apaixonado por essa mulher e ouvir que outro cara a feriu, me deixava puto.

- Caio... - ela diz baixinho, agarra a minha camisa enquanto apoia sua cabeça em meu peitoral. - Obrigada!

- Não me agradeça, minha pequena... - beijo sua testa. - Só me prometa que não deixará mais as lembranças te atormentarem e te impedirem de viver...

- Prometo que vou tentar.... - Ela diz e levanta seu olhar.

Posso ver, ali na minha frente, uma menina em um corpo de mulher. Seus olhos pedindo atenção e amor, ao mesmo tempo receosos e apavorados.

- Me beija. - Ela pede.

Não espero um segundo para grudar minha boca na dela, seguro firme o seu corpo e início o beijo com selinho fazendo ela sorrir.

- Minha pequena grande mulher....

*

Antes de voltarmos para casa, Nina pediu para que eu passasse em uma farmácia, pois precisava comprar um analgésico para sua dor de cabeça, mas logo expliquei que havia uma mini farmácia dentro da minha mala. Ser da área da saúde tem dessas coisas, carrego sempre as minhas armas, no meu caso, eram apenas alguns remédios e pequenos equipamentos que poderiam me ajudar.

Fomos em sentido ao nosso refúgio.

Faria daqueles dias os melhores que Nina já viveu. Eu marcaria aquela mulher de todas as formas positivas, de agora em diante sempre se lembraria de quem ela realmente é e não das feridas do passado.

E ela foi feita para mim, demorou mais chegou e agora eu não a deixaria escapar.

Quando chegamos em casa, Mari e mamãe vieram correndo ao encontro da Nina que pediu licença e foi se esconder em seu quarto. Elas perceberam que Nina havia chorado, seu rosto estava vermelho e inchado, vieram para cima de mim com broncas e tapas em meu ombro, mamãe tinha uma mão pesada.

- Caio! - Mamãe altera um pouco a voz. - O que você fez com a Nina?

- Nada, mamãe...

- Como nada, Caio? Você viu como a Nina chegou aqui... - Mari diz revoltada.

Sorri, fico contente em saber que minha pequena tem defensoras e estariam dispostas a lutar por ela. Não estava tão sozinha como imaginava.

- Calma, garotas... - digo. - Primeiro vou lá em cima pegar um analgésico para Nina, depois eu explico tudo a vocês... Mari, você pode levar o remédio para ela? Mamãe, peça a Tânia para te ajudar a pegar as compras do carro...

- Ah não, eu quero saber. - Mari bate o pé, como uma criança birrenta.

- Irei contar... assim que você for ver a Nina. - Pisco e ela concorda.

*

Mamãe e Mari estavam horrorizadas depois do que contei, ficaram tristes pelo que a Nina havia passado, aquilo mexia muito com minha pequena, ao ponto de fazer entrar em pânico por qualquer situação semelhante. Isso porque era apenas um terço do que imaginávamos, sabíamos que ainda havia muito mais a ser descoberto.

Onde foi que me perdi? [[Completo]]Onde histórias criam vida. Descubra agora