Capítulo 28 - Não podia ser verdade

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Nina



Me viro na cama e sinto como se meu corpo tivesse sido prazerosamente torturado. E foi... Sorrio. As lembranças da noite anterior me refrescam a memória e sinto-me como se ainda estivesse sendo preenchida, amada... Tento abrir os olhos, mas minhas pálpebras ainda pesam. Lembro vagamente da sensação de estar no colo de Caio, enquanto ele me trazia para o quarto.

Tinha sido uma noite maravilhosa de comemoração, Caio depositava em mim uma injeção de ânimo e confiança todos os dias, me mostrava que eu era capaz em tudo...


Quando saímos da pizzaria, Caio se virou pra mim e colocou a chave do carro na minha mão. Fiquei parada olhando para ele sem entender.


- Vamos Nina. Você não bebeu e eu sim! Nos leva para casa.


Caminhei confiante até seu carro e dirigi até em casa. Ele olhava para meu rosto e sorria. Não olhava o trânsito ou avaliava minha mão no câmbio de marchas e nem meus pés. Ele confiava em mim. Acreditava que não iria bater, ele acreditava em mim. Lembrar daquele momento fez borboletas voarem em meu estômago. Nós éramos bons juntos. Éramos uma equipe. Ele era bom para mim, muito bom...


Caio... tateio a cama e não encontro seu corpo. Deve estar na cozinha ou no banheiro, me viro para o outro lado e me espreguiço. Meus olhos se abrem lentamente e vejo a cama vazia, sorrio. Parecia uma boba apaixonada. Olho para escrivaninha e nem passaram das cinco da manhã. Olaf se espreguiça em sua caminha, me encara e volta dormir. Esse gatinho é um preguiçoso. 


Levanto-me e vou até o banheiro fazer minha higiene pessoal.


Chamo Caio enquanto caminho pelo corredor que dá na sala e nenhuma resposta. Estranho, já que todas as vezes que dormíamos juntos ele sempre estava comigo na manhã seguinte ou me deixava algum bilhete avisando se houvesse alguma emergência no hospital...


Olho para todos os lados e mordo meu lábio inferior. Pego meu celular que esta no aparador e verifico se tem alguma mensagem dele. Nada.


"Um dia você vai acordar no meio da noite e ele não vai estar lá". A voz de Vanessa ecoa em meu cérebro e uma pontada de medo atinge meu coração.



"Oi Caio, tá tudo bem?"


Digito rapidamente e aguardo a resposta.


Passo a mão no meu rosto para controlar meu nervosismo e insegurança. Meu estômago se contrai e começo a sentir um forte enjoo. Deve ter acontecido alguma coisa no hospital. É só mais uma emergência que ele não poderia delegar e teve que sair as pressas, na madrugada, logo ele responde. Tento pensar positivo.


"Não vai mais responder suas mensagens". Mais uma vez a voz daquela mulher ecoa em minha mente.


No impulso, pego o interfone e ligo na portaria. Só chama. Claro, o senhor Levi nem devia ter acordado ainda. Minha insegurança grita dentro de mim e interfono para seu apartamento, que fica no primeiro andar.


- Sim. – Ele atende na minha chamada.


- Oi, é a Nina. – digo insegura, mordendo meu lábio inferior. – Desculpe te interfonar a essa hora...

Onde foi que me perdi? [[Completo]]Onde histórias criam vida. Descubra agora