12. Consulta de rotina

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Ouvi o alarme tocar, meus olhos ainda se acostumavam com a claridade do local, estava num quarto com paredes de vidro, vasos de flores e plantas para todos os lados, o perfume das mesmas eram mais agradáveis quanto eu me lembrava. Me mexi na cama e só então lembrei que não estava sozinho, Helena havia pedido que eu dormisse com ela, mas por alguma razão acordei abraçado a mesma. Sua cabeça e sua mão repousavam em meu peito nu, meu braço estava em volta de seu corpo, sorri ao imaginar a reação de Helena ao acordar e nos flagrar abraçados.

-Helena? É nossa hora!-falei um pouco rouco enquanto dava leves tapinhas em suas costas-Precisamos ir!

-O que?!-ela falou meio grogue e passou a mão por minha barriga até se dar conta do que estava errado-Ai meu Deus!

A garota se sentou na cama depressa, totalmente envergonhada, suas mãos estavam escondendo seu rosto e ela não me olhava nos olhos. Eu apenas mordi os lábios para não rir e me sentei na cama olhando para a mesma, que apenas me deu um olhar rápido e desviou totalmente sem graça.

-Precisamos ir!-falei novamente achando melhor não tocar no assunto-Preciso encontrar com Mário, o dia será corrido.

-Certo, vou me trocar!-ela avisou ainda sem jeito, se levantando rapidamente e eu apenas concordei.

Assim que a mesma saiu peguei minha camisa e a vesti, depois os sapatos e peguei meus objetos pessoais os devolvendo ao bolso da calça. Arrumei o quarto enquanto Helena se trocava num pequeno banheiro na loja e quando a mesma apareceu, caminhei até o cômodo para lavar o rosto e arrumar o cabelo.
Já prontos, partimos para a casa, mais tarde eu ligaria para Sarah e contaria o porquê da saída repentina, minha esposa tem consulta hoje.
A viagem para casa foi silenciosa, Helena aproveitou para descansar e eu para agradecer a Deus por mais um dia vivo, conversar com o pai é uma experiência que te traz tranquilidade, se sente em paz quando resolve conversar com o melhor dos ouvintes, ele é o único que pode compreender sua mente e seu coração, o único que consegue trazer paz em momentos que queremos surtar e gritar.
Depois de minutos na direção, chegamos a mansão, estacionei o carro em frente minha casa e acordei Helena, ela por sua vez concluiu que estava em casa e disse que iria entrar para tomar um banho, assenti encontrando Fernando já limpando o carro.

-Bom dia Doutor Eduardo, a paz do Senhor!-Ele me cumprimentou.

-Bom dia Fernando e A paz do Senhor!-sorri educadamente-Como o Nick esta?

-Bem melhor, ele já voltou a escola e esta muito feliz com o convite!-o motorista anunciou contente-Até comendo ele está para ficar totalmente recuperado e vir visita-lo!

-Ah, isso é muito bom! O traga no sábado!-comentei e ele assentiu concordando-Vou entrar!

Deixei Fernando e adentrei a casa, silenciosa á principio, mas logo ouvi conversas na cozinha, Mário e minha mãe conversavam enquanto tomavam café, cumprimentei os dois e me juntei para comer.
Tomar café em família era outra coisa, ninguém cozinhava tão bem quanto Mira.

Durante o café eu me pegava sorrindo como um bobo, não sei se por acordar abraçado a Helena ou pela forma que ela ficou desajeitada ao acordar abraçada a mim.

-O que aconteceu?-Mira tirou a mim e a Mário do mundo da lua-Vocês estão olhando para o nada com um sorriso bobo na cara! O que aprontaram?

Nos entreolhamos por um momento bebericando nossos cafés, ela nos olhava pedindo explicações.

-Não...-neguei dando de ombros-Nada!

-É...Não aconteceu nada!-Mario concordou comigo-Nos estamos felizes!

-De bom humor, não é?-completei e o rapaz assentiu.

-Vamos, me conte o que se passou ontem Mario!-Mira largou suas louças e se sentou na mesa e eu sorri encarando o mesmo que parecia uma presa encurralada, sem saída para contar, ela então me olhou-Eu também quero saber o motivo desse sorrisinho ai!

QUANDO VOCÊ CHEGOU (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora