47. Bem-vinda Estrelinha!

562 39 62
                                    


Abri os olhos com pesar e cansaço, enxergando o quarto de hospital iluminado pelo o sol que invadia o cômodo e trazia beleza ao lugar florido. Desde ontem buquês eram enviados por familiares, amigos, funcionários e sócios como um gesto de carinho, desejando saúde para Louíse, confesso que me sentia em meio a floricultura da Mamma.
Em uma poltrona no canto da sala, estava um lindo homem dormindo profundamente, a cabeça inclinada, os braço cruzados sobre o peito que subia e descia em um ritmo constante, a barba estava por fazer e ele usava um moletom cinza que particularmente o deixava muito charmoso.
Desde que voltou, Eduardo não me deixou por sequer um minuto, me ajudando e monitorando cada passo, mesmo tendo o advertido se que Mari ou Mira poderiam e estavam dispostas á ficar comigo, mas como um grande cabeça dura, se certificou que Talita, me levasse ao banheiro de quatro em quatro horas.
Apesar de todo esse estresse, desconforto e dor, meu humor tem permanecido bem positivo, já que a doula tem feito um papel muito importante para me manter tranquila e contente, seu auxilio tem me feito ver que devo ser grata pela chegada da minha filha ao mundo de forma calma e saudável. Além de ter o apoio e os cuidados de meu marido, incondicionalmente.
Não conseguia esconder o quanto aquilo me deixava boba, algumas vezes eu cochilava e o pegava me observando com tanto amor, um verdadeiro babão, qualquer dor, incomodo ou até mesmo uma câimbra, eram motivos para checar se eu estava bem e quando meu humor ocilava ele se mostrava ainda mais atencioso me acalmando, me alegrando, arrancando boas risadas. E sempre que eu ia amamentar Louíse, ele se sentava perto para observar a filha, a pegava e colocava para arrotar, em seguida a embalava conversando com a pequena até que ela voltasse a dormir por completo, fez até questão de trocar nossa menininha.
Essas cenas me rendiam lágrimas, que orgulho de ser casada com um homem tão bom e atencioso. Não estava enfrentando os melhores momentos com a prisão de Gustavo, por mais que quisesse parecer despreocupado e não trazer á tona o quanto aquilo o afetava , eu o conhecia o suficiente para saber que mais uma vez estava tentando se mostrar forte em meio toda aquela situação, pessoas como Eduardo não conseguiam simplesmente ignorar e deixar pra lá.
Eu estava fazendo o que podia para lhe manter animado, tinha receio que isso afetasse seu estado, por mais que estivesse ouvindo dele que tudo estava bem. Ele não me contaria se não estivesse.
Consegui me sentar e com a ajuda de Talita, pegar Louíse para amamentar, ela chorou de início, fazendo com que meu esposo acordasse assustado.

-O que aconteceu? Ela está bem?- caminhou até a cama e se sentou para conferir, logo em seguida soltou um suspiro cheio de alivio-Graças a Deus!

-Fique tranquilo, pai coruja, foi apenas um chorinho!-comentei com bom humor, o vendo sorrir-Precisa descansar!

-Eu estou bem!-respondeu o mesmo, sendo teimoso como sempre, então se inclinou para beijar minha testa-Logo estaremos em casa, mal vejo a hora de nossa família conhecê-la!

-Eu sei, também estou! Acho que teremos tios babões e avós corujas esperando por ela!-sorri observando o bebê lindo que segurava meu polegar com seus pequenos dedinhos-No fim, você tinha razão...

-Sobre o quê?-perguntou curioso.

-Toda vez que olho pra esse rostinho, me apaixono ainda mais, mal a conheço e já daria minha vida por ela!-olhei para o loiro que sorriu de forma genuina, tocando meu joelho-Obrigada por não me deixar desistir, serei eternamente grata por isso!

-Me deu a dádiva de ser pai e confesso que nunca experimentei sensação melhor!-Eduardo falou sorrindo, enquanto enxugava uma lágrima solitária que desceu por meu rosto-Acho que ambos estamos realizados, princesa!

O beijei com ternura, ouvindo um protesto da pequena no meu colo, ao que parece sem demonstrações de afeto enquanto ela mama, nosso café da manhã chegou e tratamos de aproveitar enquanto assistíamos aos noticiários, em breve seria exibida a matéria com Mário e Gian.

QUANDO VOCÊ CHEGOU (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora