45. Bebê chegando!

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Corri pelo corredor com Helena na cadeira de rodas, ela segurava minha mão com força e respirava rapidamente sentindo dor, naquele momento ignorei minha própria dor para estar ao lado dela.

-Querido, você não está bem, precisa descansar!-minha mãe Mira tocou meu ombro-Deixe que eu vá com ela!

-Não...Por favor...Preciso dele comigo!-Helena falou sem querer soltar minha mão, então me olhou-Fique comigo, por favor, eu estou com medo!

-Não se preocupe, vou com você!-respondi a vendo ficar mais calma, nossas mãos finalmente se soltaram e seguiram com ela para a sala de parto, olhei para a senhora ao meu lado-Sei o que está pensando, mas não vai me fazer mudar de idéia!

-Meu filho, nunca retruco em suas decisões, mas é loucura querer ajudar Helena quando está visivelmente exausto, vai acabar se matando desse jeito!-respondeu a mesma, em tom de repreensão-Como vai conhecer sua filha se estiver morto?

-Desta vez terei que ignorar completamente os seus avisos, mãe, me desculpe!-falei carinhosamente, me sentia anestesiado por dentro-Preciso estar lá com ela, minha filha vai nascer e a mulher que eu amo está lá dentro em trabalho de parto com medo esperando que eu esteja lá para segurar a sua mão, então ore para que eu aguente até ver o rostinho da nossa estrelinha!

-Eduardo...-Mário se aproximou tocando meu ombro.

-Não conseguirá me convencer, irmão!-o interrompi rapidamente.

-Não vou, é a sua esposa e a sua filha, tem certeza que consegue aguentar?-questionou o mesmo, respirei fundo assentindo-Então trate de se manter calmo, terá que enfrentar horas estressantes!

-Estou assustado, mas ligeiramente calmo!-expliquei um pouco tonto-Acho que eu sei como Charles se sentiu!

Mário deu uma leve risada, não demorou para Talita chegar, nossa instrutora de ioga, também era uma doula muito experiente, a contratamos para fazer acompanhar o parto e pós-parto, no caso de precisarmos de ajuda com os cuidados de nossa menina.
De começo minhas duas mães acharam que era algo desnecessário, com as duas podendo cuidar da neta, mas as convenci da importância de uma pessoa experiente e formada, além do serviço oferecido por uma Doula.
Geralmente elas oferecem conforto, assistência e acompanham a gravidez, Talita passou a acompanhar os últimos meses da gravidez de Helena e graças a ela, minha esposa passou a se exercitar e se manter mais aberta em relação á aceitar a chegada de nossa pequena, o suporte emocional que a instrutora tem oferecido tem ajudado a prepara-la para esse momento.

-Ela entrou em trabalho de parto, está sentindo fortes contrações!-avisei a mesma que resolveu seguir comigo para o quarto PPP (pré-parto, parto e pós-parto).

Ao chegarmos o lugar estava preparado para o momento do parto, Helena estava sendo examinada, para receber o toque, estava com três centímetros e teria uma evolução dentro de horas. Uma crise parecia querer me parar á qualquer momento, foquei em não ficar desesperado, ou ansioso.
Havia sido um péssimo companheiro nos últimos dias e aquela mulher havia me dado forças e sido paciente, poucas horas, estava segurando minha mão enquanto eu anunciava á todos que estava morrendo, a verdade é que estava com muito medo e a presença dela me fez enfrentar e finalmente me libertar daquele peso.
Me aproximei da mesma segurando suas mãos, ela estava sentada, então me abaixei para ver o seu rosto, claramente com dor.

-Ei, princesa, respire calmamente, lembra?-falei amavelmente tentando lhe passar segurança-Inspirando pelo nariz e expirando pela boca!

Ela assentiu, respirando com calma, as contrações vindo e ela apertando as minhas mãos numa tentativa de suportar a dor, eram curtas e desordenadas, ainda sim, dolorosas.

QUANDO VOCÊ CHEGOU (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora