Marinette jamais iria pensar que tudo o que estava se passando no seu coração era refletido e sentido por Adrien. Naqueles poucos segundos dos quais ficaram perdidos um nos olhos do outro, o corpo dele todo estremeceu, assim como o dela. Nas suas diferenças, eram iguais.
Pois estavam presos no mesmo emaranhado de sentimentos que os confundiam, os enganavam, e os mantinham prisioneiros das suas próprias mentiras e contradições.
Mas era tão claro e tão nítido que ambos não piscavam e se sentiam puxados como se houvesse um ímã em seus corpos, que os faziam querer romper com qualquer barreira, qualquer coisa que os impedisse de se tocar e se amar livremente. Ainda que, por um infortúnio da vida, não tivessem a mínima ideia que aquele estúpido amor, era correspondido.
Tratava-se de uma tempestade silenciosa que se formava, a medida que Marinette se levantou aos poucos da cadeira, e permanecendo com os olhos fixos nos verdes que a consumiam, começou a caminhar em sua direção. Podiam ouvir ao fundo que alguma coisa estava acontecendo, pessoas rindo, conversando, flashs de celulares tirando foto, mas nada daquilo conseguia desviar suas atenções.
Porque Adrien olhava Marinette de cima a baixo, como se as formas dela capturassem todos os seus sentidos através daquele leve caminhar, seus cabelos soltos e escorridos pelos ombros. Tão negros como a noite, tão azuis como o oceano, assim como seus olhos.
E de repente - como um sonho - suas roupas foram sumindo e ele a viu como da ultima vez: trajando apenas o conjunto de calcinha e sutiã. Aquela visão distorcida da realidade o descontrolou por alguns minutos, onde teve que piscar os olhos repetidas vezes para não fazer e nem dizer alguma besteira.
Por fim, se aproximaram, sentindo finalmente a presença um do outro.
- Oi Adrien. – ela sorriu fraco.
E ele a retribuiu com o mesmo sorriso - Oi Mari.
Ambos se aproximaram e trocaram um cumprimento. Dois beijos dados, lentamente... suavemente... um no rosto do outro.
- Há quanto tempo...
Marinette fechou os olhos ao ouvi-lo sussurrar contra sua pele. Suas pernas viraram água, e o fôlego sumiu dos pulmões por alguns instantes.
Céus... como era bom... aquele perfume, aquele cheiro. Ele por inteiro!
"Eu te amo tanto..." - Sim. – ela se afastou um pouco e o encarou. – Como você esta?
- Estou bem. E você?
- Também. E seu pai... ele esta melhor?
Adrien negou. – Nem um pouco Mari.
"Não. Não me chame assim. Não diga o meu nome." – Entendo e sinto muito, espero que ele fique bem.
"E você... agindo assim comigo, sendo tão gentil com esse olhar. Eu não consigo, eu não posso mais resistir." – Eu já não tenho tantas esperanças com relação a isso, mas vamos fazer o máximo pra poder ajudá-lo.
Ficaram em um breve e constrangedor silencio até que o celular de Marinette tocasse dentro da sua bolsa. Ela balançou a cabeça como se tivesse pedindo "licença" e se virou para atender o telefonema. Era Luka.
Da onde estava, Adrien a acompanhou caminhar dentre as pessoas até que resolveu também tomar seu próprio rumo, indo se encontrar com Kagami que estava um pouco longe dali.
Não demorou mais que alguns minutos até encontrá-la onde por fim, permaneceu ao seu lado, lugar que deveria estar desde o principio.
Mas as coisas não seriam tão fáceis assim. Marinette logo apareceu correndo e sorrindo em direção a Kagami que se espantou com a aparição repentina da mestiça, da mesma forma que o próprio Adrien.
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O pedaço que falta em mim
RomanceAdrien já namora Kagami há algum tempo. Porém, ele não sabe ao certo, mas não se encontra feliz com o relacionamento. Nem um pouco. Para aguçar a confusão em seus pensamentos, começa a sentir ciume de Marinette com Luka. E em uma determinada noite...