O pedaço que falta em mim

Acerto de contas

- É meu amor... parece que não foi dessa vez.

Soltou Marinette ao se sentar ao lado de Adrien no sofá que havia na sala dele. Ela tinha em suas mãos, o resultado do teste de gravidez.

Eles decidiram que ela o faria na empresa e meio que já sabiam de aquele seria o resultado.

Mas no fundo, para ambos, e pela maneira que trocavam olhares, seria bom se o destino pregasse as suas típicas peças, fazendo que por um milagre quem sabe, Marinette tivesse realmente engravidado.

Era como se a gravidez dela não fosse algo planejado, mas sim, algo querido, ambicionado por eles. E que (in)felizmente não era para acontecer agora.

Conformado com a situação, Adrien deu um meio sorriso e a envolveu pelos ombros com um dos braços, dando-lhe um beijo no rosto. – Tudo bem. Você sabe que é melhor assim.

Marinette sorriu da mesma forma ao suspirar com os olhos fixos na única listra que havia no teste, indicando a ausência do bebe. - Eu sei meu amor. Mas sabe... é que eu, achava que tinha falhado...

- Eu fico feliz que não tenha.

- Jura?  - ela voltou o seu olhar para ele, um pouco surpresa.

- Não. – Mas Adrien não poderia mentir. Ele também queria a mesma coisa que ela. – Na verdade, eu penso que foi melhor ter dado certo, mesmo que no meu coração, não seja assim.

- Ah meu amor... –ela então abriu seus braços para abraça-lo firme. Os dois se seguravam com a mesma intensidade, distribuindo beijos pelos ombros e pelo rosto um do outro.

- Sabe que teremos o tempo todo do mundo para fazer quantos filhos nós quisermos não é? – a voz dele saiu abafada em meio aos cabelos dela, que riu à suas palavras.

- Eu sei... e pode acreditar, vou te dar uma penca de crianças! Todas as crianças que você quiser!

Dessa vez, eles se olharam nos olhos, com Adrien a segurando pela cintura enquanto ela o segurava pelos ombros.

- Jura mesmo my lady?

- Eu juro.

-Nossa... – a expressão de Adrien automaticamente mudou. Agora ele olhava para Marinette como se quisesse devorá-la. No sentido literal e mais pervertido da palavra. – Não fala uma coisa dessas pra mim que eu juro que te jogo nesse sofá e-

Ele já estava a ponto de fazer o que havia dito (e que estava pensando também). Porém Marinette o fez voltar a se sentar direito, ao dar risada por aquele jeitinho atrevido que de vez em quando (quase sempre) ele adquiria, principalmente nos momentos em que eles estavam prestes de fazer amor.

- Gatinhooo! – ela o repreendeu, fazendo um biquinho com os lábios rosa. - Se comporta, estamos na empresa!

Até parece isso seria impedimento, mesmo por que, eles já haviam feito certas coisas inapropriadas pelas salas do prédio. Adrien fez questão de refrescar a memória da mestiça com um sorriso cínico. - Ah agora estamos na empresa?  Lembra que  uns dias atrás no final do experiente, você e eu ficamos bem-

- Eu seeei! E não me orgulho disso ta legal? – No momento Marinette se levantou rindo. – E eu acho melhor a gente ir encontrar com o pessoal logo, se não eles vão desconfiar!

- Mais do que eles já estão desconfiando Mari? - o loiro bufou, recostando o cotovelo sobre o sofá. – E por falar nisso, eu vou voltara procurar pela Kagami.

- Sim...- ela suspirou também. - E eu vou conversar com o Luka, daqui a uns dias, assim que ele chegar em Paris.

Adrien concordou em silencio vendo que ela se aproximou e estendeu as duas mãos para que se levantasse. Assim, ficaram em pé e de frente um para o outro.

- Eu fico muito feliz que você esteja confiando mais em mim.

Ele sorriu, retirando um fiapo de cabelo da lateral do seu rosto. - Eu vou confiar em você até você me dar motivos para desconfiar, mas mesmo assim, vou preferir acreditar no amor que eu sinto por você my lady, até o fim.

Marinette também sorriu tornando a beijá-lo em um selinho. – Pode confiar pelo resto da sua vida.

- Eu irei.

Desse modo, o casal trocou mais uns beijos até resolverem ir trabalhar. Havia muito para se fazer, muito a se produzir mesmo que o desfile ainda tivesse um pouco longe da sua estreia. De qualquer maneira, o trabalho era árduo e ninguém poderia soltar as pontas.

Enfim, o tempo foi passando, as coisas fluindo, até que chegou o dia no qual Luka e a banda regressariam à Paris.

Nesse mesmo dia, Marinette não foi trabalhar, porém Adrien estava tranquilo. Na verdade, ele se encontrava tão atarefado que não se deu conta que aquele dia seria o momento no qual ela iria conversar com Luka.

Na realidade, sabia que os dois iriam se encontrar mais cedo ou mais tarde, então era melhor que fosse o mais rápido possível para que essa situação tivesse logo um ponto final.

Ficou trabalhando sem parar durante a tarde inteira na empresa, ajudando Felix com umas partes administrativas até receber um ramal da recepção avisando que alguém havia chegado para falar com ele.

Ao ouvir o nome da pessoa, Adrien imediatamente parou de digitar no computador e pediu para que ela fosse liberada para subir. Sendo assim, ele ajeitou os papéis na sua mesa, guardando toda a bagunça para poder respirar fundo e organizar seus pensamentos.

Não esperava que ela fosse encontrá-lo, já havia até perdido as esperanças que um dia se falariam de novo, mas parecia que o momento da conversa dos dois acontecer, havia chegado.

Então ele aguardou um pouco até ouvir a porta ser batida, dando sinal para que ela a abrisse.

Finalmente, por de trás da porta, Kagami apareceu. E de pé, diante dos olhos atônitos de Adrien, ela o olhava seria.

- Entra Kagami. – ele por fim falou depois de se levantar e afastar uma cadeira. – Senta aqui.