A mesma presença

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No dia seguinte os trabalhos já haviam se iniciado a todo vapor dentre a equipe formada por Felix. Todos pareciam bem animados, entretanto, havia alguém ali que apenas falseava animação, tentando lutar a todo momento contra o sono.
Noite passada havia sido péssima para Marinette que praticamente atravessou a madrugada com os olhos abertos, pensando em tudo, em todos, nela mesma, nos seus sentimentos... em Adrien... Luka... Chat... e por fim, em nada.

Não chegando a outra conclusão na qual já sabia. Que deveria ser sincera consigo mesma.  Estava vivendo uma mentira, não passava de uma mentirosa. Tentando se enganar que poderia ser feliz ao lado de um homem que não amava, não como este deveria ser amado. E se ela não conseguia retribuir seus sentimentos, então o deixasse ir, ser livre para poder encontrar alguém digna do seu coração. O que estava fazendo com Luka era errado e sabia disso.

Já com relação à Chat, as coisas eram outras. Com ele, ela já não sabia como se resolver. A maneira na qual ele havia tratado, suas carícias, suas doces palavras que se repetiam incessantemente em seus pensamentos, lhe dizendo tão perto dos seus lábios o quanto a queria, e que queria fazê-la sua.

O que era aquele sentimento?

Nem a própria sabia dizer.
 

Chat por inteiro era um enigma no qual já havia se envolvido.
 

Que ótimo. Tudo o que precisava era ser dividida mais uma vez.  Como toda as vezes que se mirava em seu espelho quebrado. Era como seu coração se encontrava. Mutilado, em pedaços, aos cacos espalhados completamente em seu peito. Não havendo maneiras de refazê-lo, pois sempre que pensava se regenerar, algo  a puxava para o chão, fazendo com que se quebrasse novamente.

Era então um ciclo que se repetia, sem parar, em uma prisão criada por ela mesma. Uma prisão feita de amor, desilusão, desejo, carência... tudo misturado. Mas o pior de toda aquela condição era permanecer apaixonada por Adrien, que não fazia ideia, mesmo tão de perto, sentado a poucos metros de distancia que era o seu pior carrasco.

Apenas por existir, por estar vivo e não ser seu. Nem se quer saber do quanto era amado.
 

- Marinette, você pode fazer uma gentileza?

- Sim Pierre, pode falar. 

- Verifique se deu tudo certo com as peças do Adrien? Se caso não, iremos precisar de fazer alguns ajustes.
 

E o destino parecia não estar brincando em  lhe infligir mais dor. Poi onde se encontrava? Trabalhando naquela empresa na qual exalava seu perfume, toda essência, já que era sua.

Não o bastante, fazia parte do grupo seleto de pessoas das quais estavam produzindo um desfile exclusivo, tendo assim, que passar todos os dias ao seu lado, vê-lo sempre por perto enquanto lutava contra si mesma e contra todo o nervosismo que se estabelecia em seu coração. Tentava ser o mais forte possível, mas era horrível, e continuava doendo. Muito.

Dessa forma, não tendo jeito de fugir, foram para os dois para uma sala afastada para realizar a tal prova das peças.  Adrien andava na frente e abriu a porta para que passasse, logo em seguida, a trancou.

O silêncio durou apenas alguns instantes até que Marinette pedisse para que ele se despisse. Com o olhar fixo nela, Adrien começou a retirar suas roupas, ficando apenas de cueca o que a fez desviar o olhar para uma janela. Ele se aproximou ficando bem próximo do seu corpo, causando em ambos os mesmo tremores de sempre.

Os olhos verdes permaneciam a observando, sério. Dentro de si, ele se sentia satisfeito. Porque começava a notar certos sinais em Marinette, que só conseguiu reparar como Chat Noir.

O pedaço que falta em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora