Cicatrizes e Tentações

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UHAUHSUHASUHASUH BURACOS

ai, parei




Adrien e Marinette seguiram para a sala de trabalho que ficava a alguns andares acima.

O clima entre os dois estava estranho. Era uma mistura. Ao mesmo tempo em que sabiam que aquilo era só trabalho, seus corpos se encontravam ansiosos, cada um preso ao seu próprio silencio, à sua própria necessidade. Porque não bastou apenas um toque, um olhar, eles queriam mais e pediam por isso sem deferir palavra alguma.

Naquele mesmo momento, nos minutos que se passavam que pareciam uma eternidade porque estavam próximos, mas a quilômetros de distancia. Uma distancia invisível mas que conseguia machucá-los como se fosse uma faca afiada. Ferindo seus corações apaixonados um pelo outro. E cegos demais para entender isso.

O que restava era apenas o silencio. Enquanto que Marinette preparava o material para tirar as medidas, Adrien começou a retirar sua roupa, inciando pelo terno, seguido da blusa.

De costas um para o outro, Marinette procurava se manter calma. "Não havia nada demais. Adrien era um modelo, apenas um modelo, como os demais da empresa. Ele não era nada alem disso naquele momento...".Não poderia deixar-se abalar. Tinha que permanecer forte para que não caísse de joelhos.

Mas aquela, era uma guerra perdida, desde o começo. Pois bastou que se virasse e visse as costas nuas do homem que mais amava na sua vida, o desejo dos seus sonhos, que a garganta se reverteu em um nó confuso, assim como seus olhos se perderam nas curvas que ele possuía.

Adrien continuou se despindo, sem perceber que Marinette estava praticamente o devorando com o seu olhar. Ele permanecia pensando que chegou próximo de contar a verdade. Céus, se aquele telefone não tivesse tocado no momento, como será que as coisas iriam terminar? Seria capaz de Marinette não estar mais ali. De arruinar tudo com ela, de perdê-la de vez da sua vida.

Kagami também sairia mais ferida do que já estava premeditando, porque mais cedo ou mais tarde ela iria acabar descobrindo que as coisas haviam tomado aquele rumo.

"Eu preciso me conter. Se quero tomar uma decisão, preciso fazer as cosias certas!". Pensou, enquanto terminava de retirar a calça ficando apenas de cueca boxer. Era tão natural aparecer diante das pessoas assim, ainda mais para retirar suas medidas, e somado a isso, estava tão entretido nos seus próprios pensamentos com relação à Marinette que por um momento, não se deu conta que estava ficando nu perto da mesma. Da mesma mulher na qual desejava ardentemente fazer amor.

- Posso começar?

A voz fraca como um sussurro o despertou mais alto do que uma buzina aos seus ouvidos. Deu-se conta mais uma vez, que ambos estavam sozinhos, e ele praticamente nu perto dela. Ela iria tocar seu corpo, e ele iria sentir mais uma vez suas mãos.

- Pode.

A resposta firme de Adrien fez Marinette piscar os olhos repetidas vezes ao tempo em que ela caminhava até seu encontro. Aproximou-se ficando pouquíssimos metros de distancia da pele quente e cheia de músculos do seu corpo e começou a retirar suas medidas. Cada pedaço, cada centímetro daquele corpo lindo, que exalava amor, vida, desejo.

Era tão bonito...era o seu fim. Estava perdida, enquanto que suas mãos o tocavam, enquanto que seus olhos o observavam sedentos por mais. Se é que ela pudesse pedir por isso.

E ela não sabia, mas poderia pedir, o quanto quisesse, o quanto desejasse. Bastava apenas uma palavra sua, uma frase, um sinal, qualquer um que fosse que demonstrasse para Adrien suas reais intenções.

Pois em seu intimo, ele já estava ficando louco e evitava ao máximo para que seu corpo não reagisse ao deleite de se sentir tocado por aquelas mãos deliciosas. Havia gerado um novo vicio dentro de si - o toque daquela mulher. Somente com a ponta dos seus dedos, escorregando sem querer enquanto ela abria a fita mais uma vez para contornar suas partes, ondas de prazer vinham como uma tempestade arrebatadora e o faziam pensar - Como seriam suas mãos o tocando com a mais liberdade possível? Os dois em uma cama, nus, se amando igualmente.

Ele a beijando, a violando com todo o peso do seu corpo sobre sua existência, sobre sua intimidade, arrancando dela tudo e devolvendo com a mesma proporção.

Como seria se não fossem as mãos, mas sim a boca dela lhe dando beijos assim? Centímetro por centímetro. Cada pedaço.

Era uma loucura. Era um inferno querer desejar viver o paraíso, quando este estava ali ao seu alcance, inalcançável.

De olhos fechados não a viu vir para sua frente, mas quando percebeu que ela não voltou a trocá-lo, tornou-a a vê-la parada com uma expressão estranha no olhar. Sentiu um calafrio percorrer a coluna pensando que ela poderia ter visto seu membro ereto, quem sabe? Ele poderia estar assim. Mas não, não era nada disso.

- O que é essa cicatriz Adrien...?- A voz de Marinette saiu falhada, presa dentro da garganta.

Na barriga dele havia uma marca feia, como se algo o tivesse queimado ali, uma bola de fogo que dilacerou a região do seu abdômen definido.

A muito tempo atrás, havia se machucado feio em uma luta, por conta do cataclismo no qual havia aplicado em si mesmo. O golpe o atingiu de tal maneira que marcou sua pele para sempre.

- Eu me machuquei quando era mais novo.

- Meu Deus... como,como aconteceu...?

- Não importa. Foi a muito tempo.

- Mas a marca ficou feia, Adrien. - Ela queria tocar, mas não se atrevia e questionava-se incessantemente o que deveria ter machucado tanto o seu amor assim? Quem, ou o que?!

- Não tem problema, eu aprendi a conviver com essa cicatriz, assim como as outras no meu corpo... e no meu coração.

Marinette não conseguiu ouvir a ultima frase. Ela não resistiu e acabou decidindo por tocá-lo. Foi delineando com a ponta dos dedos suavemente a pele magoada, desenhando, como se quisesse de alguma forma, refazer tudo aquilo, para que ele nunca tivesse se ferido.

- Doeu...?

De olhos fechados, Adrien arfou baixo em um gemido misturado às palavras. - Sim, mas eu consegui... suportar.

O que não dava para suportar eram aqueles toques, aquela delicadeza envolvente. Já estava ficando perigoso demais. Era o limite.

Para ambos.

Marinette foi subindo os dedos, abrindo a palma da mão, enquanto que as carícias se tornavam agora uma massagem relaxante, o que fez Adrien reclinar a cabeça para trás, lambendo a parte debaixo do seu lábio inferior.

A respiração forte dele arrancava gemidos baixos de Marinette também. Ela foi percorrendo mais e mais, até chegar aos ombros largos, onde com a outra mão, o tocou sem pudor nenhum, deferindo prazer para os dois.

Instintivamente Adrien a segurou pela cintura, e eles se aproximaram.

- Não queria que tivesse se machucado assim.

- Esse ferimento não é nada comparado a outro que existe dentro de mim agora.

- O que foi...? O que te machuca...? Fala pra mim.

- Marinette, eu preciso que você saiba, que eu...






O pedaço que falta em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora