Buscando forças no passado

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A reunião se estendeu por mais ou menos uma hora. Foram acertados diversos pontos desde a forma de trabalho que seria estabelecida, o objetivo da Agreste's em reformular certas areas da empresa, prazos, metas, enfim, todo o alinhamento que a possível nova equipe deveria saber.

Foi até uma reunião tranquila, para os demais presentes, porque para Adrien e Marinette o clima não estava "tão fluído assim".

Tanto ele quanto ela evitavam de trocar olhares, mas era muito difícil não querer, não desejar se olhar, se ver naquele momento. Ainda mais para Adrien que não sabia se ria ou se chorava, pois simplesmente, saber que iria trabalhar com Marinette era sim algo muito bom, mesmo sabendo que isso possivelmente poderia vir a se tornar um problema. Ele já sabia que era um problema. Pois não conseguiu disfarçar o sorriso, a satisfação de vê-la por ali.

No caso da mestiça, a situação era um pouco diferente, mas não menos conflitante. Ela também queria trabalhar na nova equipe da Agreste's, era tipo um dos sonhos da sua vida caindo de paraquedas no seu colo. Mas saber que teria que lidar com Adrien praticamente o tempo todo, costurar suas roupas, quem sabe até tirar suas medidas, ajudá-lo a se vestir no camarim, estar assim tão perto dele...Céus, só de imaginar, um bando de borboletas revoavam seu estomago.

Não era tão difícil de prever o quanto essas coisas iriam mexer com o seu sentimental, visto que somente por estar ali, na mesma sala com ele, trocando olhares sem (querer) querendo, a fazia entender que Adrien iria continuar mexendo com o seu coração, com suas estruturas como nenhum outro homem iria conseguir, infelizmente.

Por fim, o encontro se encerrou onde todos se cumprimentaram. Felix ficou a conversar um pouco com Marie e mais algumas pessoas, afastando-se de Adrien que logo seguiu em direção a Marinette onde a mesma estava a ajeitar sua pasta de couro sobre a mesa de vidro.

- E aí Mari, tudo bem? – ele sorriu mostrando os dentes e aquelas odiosas covinhas que sempre se formavam em seu rosto. Marinette havia decorado em sua memória pelo tanto que observou suas fotos nas revistas, penduradas no mural do seu quarto, debaixo da cama...

- Tudo bem Adrien e com você? – tentou disfarçar, agindo como se nada daquilo a afetasse, muito menos a presença dele.

- Eu to bem e to muito feliz por saber que você foi selecionada pra trabalhar com a gente.

- Olha, na verdade, eu nem fazia ideia disso até hoje de manhã, a Marie me pegou totalmente de surpresa!

- Sério? Eu também pra te falar a verdade, quero dizer, o Félix não me participou de nada antes. Não que eu iria te reprovar ou algo do tipo...! Eu, até.... pensei em te chamar logo de inicio, mas achei que estaria ocupada com o seu ateliê ou com outros trabalhos-

- Ah, eu entendo... E de fato, estou bem ocupada com a obra, mas isso nunca me atrapalhou pra trabalhar com outras coisas. Sem contar que eu preciso mesmo de trabalho. – Disse Marinette, com um meio sorriso enquanto ajeitava sua pasta em uma das mãos. – Afinal, eu tenho que pagar as contas da reforma.

Adrien então estreitou o cenho aproximando-se (mais do que deveria). – Você ta precisando de alguma coisa lá? Ta tendo problemas?

Na mesma hora Marinette sentiu o corpo todo estremecer por dois motivos: o primeiro, a presença dele assim tão de perto. Ele era muito cheiroso. Dava para sentir seu perfume de longe, e o segundo ponto, eram aqueles olhos verdes sobre si. Adrien era dono de um olhar tão marcante, que só pela intensidade que ele lhe transmitia...

... Bastava que lhe dissesse três palavras: eu te quero, e ela lhe diria sim, com certeza. Sempre...

Mas ambos estavam longe demais, era tarde demais.

O pedaço que falta em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora