Capitulo 2

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P.O.V Narrador

Pedro: - Garoto, sei lá. Não quero escrever aqui.

Os dois se entreolharam. Enquanto Pedro omitia suas reais justificativas, Jão segurava a melodia que criou em segundos ao observar o amigo se esquivando do assunto.

João: - Tá bom, então vamos pro terraço.

Pedro fitou João, confuso.

João: - Sem perguntas, só vamos.

O garoto levantou depressa ao finalizar sua frase, correndo em direção à porta do apartamento. Seu amigo, sem escolha, seguiu-o. Ele não conseguiria contar nos dedos a quantidade de portas e escadas que teve de enfrentar para chegar até a parte mais alta do prédio, mas seguir João por todo aquele caminho parecia uma aventura, e aquilo entusiasmava seu coração. Ao chegar no local, Jão fez uma pose de apresentação e disse:

- E é aqui onde eu venho para arranjar inspiração.

Pedro respirou fundo e passeou com os olhos por toda a bela vista.

Pedro: - Consigo entender o porquê.

João: - Senta aqui, vamos compor, baby.

Os dois sentaram em um bloco de concreto que estava jogado por ali, e tiveram seu maior momento de inspiração da história de sua parceria como compositores. A conexão entre eles era inegável, e manifestava-se por meio de confissões e elogios depretensiosos, resultando em magia na forma de musica. Porém, ambos estavam longe de conseguirem admitirem isso. Não seria naquela música.

João: - Caramba, Pedro, hoje nós arrasamos.

Os amigos compartilharam um high-five.

Pedro: - Como sempre, Jão.

Foi quando João juntou coragem de uma maneira nunca antes alcançada por ele para questionar o amigo.

João: Baby, essa letra toda não surgiu do nada. Você está saindo com alguém?

Pedro teve de segurar o baque que foi ouvir aquilo.

Pedro: - Definitivamente não.

João: - Hm...

Um silêncio ensurdecedor estabeleceu-se entre os garotos. Pedro sabia que João não seria corajoso o suficiente para quebrar o gelo. Inclusive, havia estranhado a objetividade da pergunta que ele fez. Então, teve de tomar a atitude de fugir daquele bloqueio.

Pedro: Joãozinho, eu vou dormir. Tchau.

Então, beijou a bochecha do amigo e saiu correndo, eufórico, deixando João encarando a cidade iluminada, com seu coração palpitando.

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