Capítulo 12

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P.O.V. João Vitor

Pedro havia saído para buscar nossa janta há cerca de meia hora, e a demora já me preocupava. Como ele não recebia minhas mensagens, decidi transformar nossa pequena discussão em música, pois qualquer sentimento intenso parecia válido para exagerar e produzir algo legal.

De sonhadores a inimigos
Você 'tá indo
Vai me deixar aqui perdido
'Cê já contou pros seus amigos de nós?

Segurei o choro. Toda a felicidade que os últimos dias haviam me causado não apagava as confusões causadas por minha cabeça. Sempre priorizei minha amizade com o Pedro por toda a vida, mas agora parecia estar muito mais aberto do que ele a mudar nossa relação.

Foi quando ouvi a porta do apartamento sendo aberta.

Pedro: - Joãozinho, não me mata, mas eu... - gritou ele. - Não trouxe nossa janta.

Rapidamente me dirigi à sala, preocupado. Porém, quando cheguei lá, o que vi me desestruturou da melhor maneira possível.

Pedro: - Mas... Eu trouxe uma gatinha.

Tofani segurava em seu colo uma pequena gata branca com manchas marrom. Comecei a rir com todo o amor da cena. Ele, então, me explicou que a gata era claramente traumatizada pela vida horrível que enfrentava na rua. Pedro encontrou-a na porta do prédio, tremendo. Corri para providenciar um abrigo para ela usando a caixa do meu teclado novo.

Observar a expressão corporal da gatinha era deprimente. Não podíamos imaginar seu passado, pois mal se movia e demonstrava pavor quando tentávamos nos aproximar com qualquer gesto.

João: - Baby, nós vamos ficar com ela. Olha isso, ela não aguentaria mais ficar lá fora.

Pedro: - Com certeza. Ela será muito bem-vinda aqui.

Observávamos como a gata se adaptava à caixa antes de tentar alimentá-la.

João: - Pedro, como vamos chamá-la?

Pedro: - Ai, amor... não sei. Não consigo tirar inspiração pra nada vendo ela assim.

Sorri, surpreso.

João: - Do que você me chamou, baby?

Tofani soltou um riso baixo.

Pedro: - Isso é assunto pra depois, amor.

Abracei-o de lado, não tirando os olhos da gata e dei um selinho em seus lábios.

João: - Vou deixar. Por ela.

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