Capítulo 9

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P.O.V. João Vitor

Aquela era, definitivamente, a noite que mais aguardei da minha vida. A gerência da HeadMedia autorizou o lançamento do meu primeiro álbum ainda para esse ano, e por mais que eu ainda desconhecesse o rumo que queria tomar, meu maior sonho se tornava realidade bem na minha frente.

Além disso, a comemoração veio da melhor maneira. Caminhando para fora da reunião com o pessoal da gravadora, senti uma mão familiar segurando a minha, impedindo que eu seguisse em frente. Ao ver o pessoal se distanciando, virei para trás e sorri ao ver meu melhor amigo ali, de pé.

Pedro: - Parabéns. - disse, me dando um abraço apertado. - Como se sente sabendo que seu maior sonho está prestes a se realizar?

João: - Eu... nem sei. Nunca vou saber.

Tofani riu com minha resposta.

Pedro: - Eu tenho todo um discurso lindo pra fazer, mas queria mais colocar em prática o orgulho que eu tô sentindo por você.

João: - Meu Deus, você já quer tr-

Pedro: - Calma aí, Joãozinho. Quero sair com você. Hoje, agora.

João: - É recíproco. Pra onde vamos?

Pedro: - Quer ir na praça do quarteirão de baixo? Faz tempo que não tomamos sorvete juntos lá...

Era tradição nossa passear por aquela praça ao menos uma vez por mês. Esse ano, no entanto, trouxe uma correria imensa que nos impediu de fazer isso.

João: - Quero demais. Isso é um encontro?

Pedro: - É o que você quiser. - respondeu rapidamente, me beijando. - Aliás, não podemos nos agarrar aqui, sei lá.

Murmurei um "foi você quem começou" e começamos nosso caminho até a praça. As brincadeiras de sempre foram preservadas, com a adição de alguns beijos, algo novo e muito bem-vindo. Chegando ao local, o ar fresco parecia me inspirar. Inegavelmente, me sentia a pessoa mais feliz de todas por poder mostrar ao mundo o que vim fazer. Pedro parecia sentir isso tudo comigo, pois estava tão animado quanto eu. Pedimos os sorvetes de sempre e nos sentamos na calçada em frente ao centro da praça.

João: - Nós como crianças estaríamos perplexos vendo isso aqui. - eu disse, indicando com a cabeça as nossas mãos que se tocavam.

Pedro: - Nós éramos crianças burras. Ainda somos, aliás.

João: - Real. Agora a gente se ama e, porra, isso é lindo demais.

Pisquei para ele, que devolveu com um sorriso desajeitado.

Pedro: - Você vai incluir essa música no seu disco?

João: - Pode ter certeza.

Pedro: - Só toma cuidado... não quero que estraguem isso aqui.

João: - Ninguém estraga. Nem se o mundo todo souber.

Pedro: - Eu espero que não.

Tofani beijou minha bochecha e encostei minha cabeça no seu ombro. Era nosso primeiro encontro e o dia do maior passo na minha vida profissional. Dessa data, não esqueço jamais.

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