Capítulo 44

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P.O.V. João Vitor

Em meu apartamento, a única coisa que trazia vida ao ambiente era a presença de meus gatos. Todas as molduras brilhantes que abrigavam fotos de momentos marcantes da minha vida com Pedro estavam, agora, mortas.

Tudo ali parecia ter perdido o significado. Meu coração estava, simplesmente, vazio. Pensei até em compor algo, mas não conseguiria transmitir sentimento algum naquele lugar. Então, encostado aos pés do sofá, caí no sono

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Algum tempo depois, fui acordado no susto por Day, que entrava no apartamento acompanhada de Carol e Vitão.

João: - Ai, caralho, gente. Eu tava dormindo.

Vitão: - Ué, se quiser, a gente vai embora.

Carol deu um soco no braço do garoto, que reclamou baixinho.

DAY: - Não sei se você percebeu, mas já são nove e meia da noite. - disse minha amiga. Olhei pela janela da sala e reparei que as estrelas já brilhavam no céu. Havia dormido a tarde toda. - Você não atendia minhas ligações, aí fiquei preocupada. Não tô podendo deixar você fazer besteira.

Carol: - E nós trouxemos pizza.

Olhei para a caixa vermelha e redonda que a ruiva segurava e sorri.

João: - Vocês me mimam demais.

Vitão: - Levanta desse chão, garoto. Aposto que seu pescoço deve estar doendo de tanto dormir sentado.

Ele me deu a mão e pude levantar. Abracei cada um deles, feliz pela presença. Porém, de relance, avistei o urso de pelúcia rosa no local onde era o quarto do Pedro, e a realidade veio à tona.

Carol: - Não, senhor. Nada de fazer cara feia. - disse a ruiva. - Nós viemos aqui te animar.

João: - Não é nada com vocês. É só que esse lugar anda muito deprimente depois de tudo que aconteceu.

DAY: - Pois então, vamos comer em outro lugar. No terraço?

João: - Puts, quer que eu morra, né?

Carol: - Grosso. Mas é verdade, amor. Temos que pensar em outro lugar.

Vitão: - Tem a escada. Aquela que tivemos de subir por sete andares porque o elevador tá interrompido.

DAY: - Pode ser. Aquele povo rabugento e desocupado que mora aqui tá esperando pra subir de elevador, então não vamos incomodar ninguém. Jão?

João: - Por mim, okay. Vou pegar um vinho.

Então, seguimos à escadaria. Lá, em meio a piadas, brincadeiras e bebidas, esqueci por um bom tempo de que meu grande amor havia me deixado. Foi também naquela noite em que tive a certeza de que tinha as amizades mais preciosas do mundo.

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