"Eu tenho outra escolha?" Essa pergunta que o Peter me fez continua reverberando na minha mente desde a nossa conversa. Confesso que não consegui dormir com a imagem daqueles olhos tristonhos percorrendo as lembranças dolorosas de tudo que falamos um para o outro ontem. Porém, o que mais doía é que entre tantas coisas que disse, eu não consegui dizer a verdade para ele.
Deve ser por isso que a pergunta de Peter fica me atormentando, já que dentre todas as escolhas, eu decidi a que mais nos afasta. Eu escolhi desistir do que sinto por ele, desisti da mínima possibilidade dele sentir o mesmo. Eu desisti da nossa amizade. Eu desisti! Desisti justamente quando ele estava ali, tão próximo de mim. Teve um momento que eu só queria abraçar ele e dizer o quanto sou apaixonada por cada detalhe que o faz ser como é. No entanto, me afastei mesmo que todo o meu corpo lutasse para remar contra a maré das minhas escolhas. E sério! Todo o meu corpo doía e dói por causa da minha escolha de nunca tocá-lo, de nunca lutar para alcançá-lo.
Isso me faz lembrar de uma cena da minha série favorita, How I Met Your Mother, em que o Ted Mosby define o que seria amor. Eu nunca entendia porque o Ted não desistia da Robin. Assim como, nunca entendia como mesmo nunca desistindo da Robin ele a empurrou para o Barney, seu melhor amigo, quando mesmo a Robin queria desistir do Barney.
Confuso, não é? Acho que agora nem tanto. É basicamente a história da minha vida e, bem, creio que agora devo desculpas ao Ted. Agora digo que entendo perfeitamente cada decisão que ele tomou e também entendo sua definição de amor:
"Se procura o significado de se importar com alguém além da racionalidade e querer que ela tenha tudo, não importa o quanto isso te destrua, é amor! E quando você ama alguém, você só... Você nunca para. Mesmo quando as pessoas te chamam de louco. Mesmo assim. Especialmente assim. Você não desiste. Porque se você desistir... Se eu seguisse o conselho de todo mundo e encontrasse outra pessoa, isso não seria amor. Isso seria... Isso seria outra coisa dispensável pela qual não vale a pena lutar"
Dessa forma, assim como Ted Mosby, acho que nunca poderia realmente desistir desse sentimento por mais impossível que seja, ele sempre vai estar pulsando dentro de mim e acho que talvez seja exatamamente por isso que é tão difícil e doloroso fazer a escolha de desistir daquele que ama, pois apesar disso você nunca realmente consegue desistir do amor que sente por essa pessoa. Não há como se livrar de algo desse tipo.
Então, sim, Peter, talvez eu tivesse outras escolhas, mas você escolheu primeiro e você escolheu exatamamente alguém que me deixou sem escolhas. Alguém que não sou eu. A Katherine.
Definitivamente, por mais difícil que seja continuar com esse amor vivo no meu peito mesmo que as possibilidades dele se tornar real e concreto estejam mortas, eu sei que eu tenho que fazer isso. Eu fiz a escolha certa só porque talvez você fez a escolha errada e agora ambos vamos ter que viver com isso pra sempre. Essa pergunta... Será que eu ainda tenho outra escolha? E será que isso importa? Creio que não.
As opções não importam quando de qualquer forma eu sempre vou escolher minhas amigas, assim como o Ted escolheu ser fiel ao Barney e apenas não interferir de nenhuma forma na história que ele e Robin deveriam escrever sem ele, pois como o Ted disse uma vez:
"Às vezes amar é dar um passo pra trás [...] Se você se importa com alguém, deveria querer ver essa pessoa feliz, mesmo que acabe largado por aí."
Dessa forma, eu retorno ao trecho que falei que talvez o Peter tenha escolhido errado. Não existe certo ou errado quando se trata de amor mesmo que seja você que vai ficar largado por aí e por mais que eu e ele tenhamos milhares de coisas em comum, que façamos mais sentido, amor não faz sentido e ele ama a Kat, não tem como isso ser errado. Afinal, como o Ted disse quando encorajou a Robin a não desistir do casamento com o Barney:
"Mas o amor não faz sentido. Eu digo, você não consegue usar lógica para entrar ou sair dele. Amor é totalmente sem sentido; mas nós continuamos sentido isso, porque se não, estaríamos perdidos e a humanidade deveria apenas enterrá-lo. Porque o amor... Amar é a melhor coisa que fazemos. E não precisa fazer sentido para fazer sentido."
Portanto, por mais que isso doa, que às vezes dê raiva e vontade de gritar "Peter, eu sou a escolha certa, sempre fui", acho que isso seria a escolha errada pra mim e, principalmente para a minha amizade com a Kat, pois mais uma vez vou usar o conselho sábio do meu, acho que vocês já perceberam, personagem favorito, Ted Mosby:
"Você pode pensar que as suas únicas opções são engolir sua raiva ou jogá-la na cara de alguém, mas existe uma terceira opção: você pode simplesmente seguir em frente."
É isso, Peter! Essa é a resposta para a sua pergunta, pois sim, temos milhares de outras escolhas, porém a única realmente correta para mim, nesse caso, é seguir em frente... Sem você.
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Não Escolhi Te Perder
RomanceDizem que para fazer uma escolha você tem que saber perder porque não importa o caminho que você escolher traçar, as outras opções ficarão para trás. Seria possível uma grande amizade superar cada obstáculo traiçoeiro que nosso coração impõe? Será q...