Katherine Hale

44 5 24
                                    

A semana foi um saco, tivemos duas provas e uma apresentação de seminário. Meu estresse estava nas alturas, não só o meu, mas de todos os meus amigos. Era um estresse coletivo.

Na sexta-feira no refeitório quando comentei que estava nervosa para a competição, Peter disse a frase que eu mais detestava. "Aconteça o que acontecer, vai ser divertido." Sim, vai ser divertido, mas a intenção da participação não é essa, é vencer. Não pelo prêmio, que eu nem sei se tem, mas a superação da sua resistência. E se tem uma coisa que eu dou meu gás, não somente na esteria do ciúmes, é a uma competição esportiva.

A competição é um circuito de provas de força e resistência. Cada curso da faculdade tem dois representantes, um homem e uma mulher, que concorrem entre si, e apenas um casal é vencedor, o que conseguir executar todas as provas em menos tempo.

Existe o processo de eliminação. Todos os alunos inscritos fazem duas provas de "aquecimento", e os melhores entre os casais, são escolhidos para a prova final. As provas.

Deitados no sofá da sala em minha casa assistindo um filme... Bom, o filme rolava, mas não estamos assistindo. Peter brinca com as mechas do meu cabelo solto, enquanto as pontas dos meus dedos desenham corações imaginários em seu peito por cima da camisa preta. Minha mente trabalhando a mil por hora sobre a competição de amanhã, porém um comentário de Peter me leva a outra dimensão.

Dimensão onde lá eu encontro todas as minhas criações sobre coisas que eu tenho certeza que não existem. No paralelo onde Melissa e Peter são mais do que amigos. Logo estou pensando na pergunta sem sentido que ele fez a ela no refeitório sobre não ser uma pessoa tão doente ao ponto de não sair de casa. Isso por acaso era um tipo de "piada interna"? Eles voltaram a ser amigos ao ponto de terem segredos guardados? Mas minha mente dá um estalo. A Melissa andou bem estranha essa semana e espero que não tenha sido efeito de nenhum remédio que ela está usando e causado algum mal-estar.

— Você tem notado algo diferente na Mel? Tipo, ela tem dormido direito? Porque ela parece exausta. — sua pergunta é sem maldade, na maior inocência, mas me incomoda.

— Você anda muito preocupado com a Melissa, tem alguma coisa que eu não saiba? — paro de fazer meus desenhos e levanto um pouco o rosto para olhá-lo.

— De novo isso? Sério? — questiona ele um pouco incomodado.

— Sério! Você tem andado muito pensativo, tava pensando na minha amiga? — apoio a mão em seu peito para poder levantar o tronco suficiente e conseguir o olhar melhor, Peter faz uma careta e sua mão sobe até a minha, talvez eu tivesse usado força demais.

— Acho que você esquece que ela não é só sua amiga. Ela é minha amiga também e eu só fiz uma pergunta simples.

— Ela quase não fala com você! — lembro desse detalhe. — Não é a primeira vez que você anda preocupado assim e muito menos soltando essas perguntas simples!

— Eu fiz uma pergunta sobre o bem estar de uma pessoa importante para você e a única coisa que você consegue fazer é sentir um ciúmes bobo. — sua mão solta a minha e vai para o seu cabelo.

— Ciúmes bobo? Não sou eu que ando preocupada demais com um dos seus amigos! Já pensou se fosse o contrário? — afronto.

— Se fosse ao contrário talvez eu também estivesse preocupado com o meu amigo.

— Quem disse que eu não estou preocupada com a Melissa?

— Não parece que está. — disse ele, me afastando do seu corpo e levantando do sofá.

— Eu estou! Mas acontece que eu a conheço o suficiente para saber quando ela não quer a nossa ajuda. — sento melhor no sofá e ajeito meus cabelos.

Não Escolhi Te PerderOnde histórias criam vida. Descubra agora