Katherine Hale

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Quando Peter pediu para conversar com Melissa em particular, eu não consegui controlar meus sentimentos, mas pelo menos eu consegui disfarçar na cara. Meus olhos encontraram os da Ivy e depois juntas encaramos Melissa e meu namorado.

Mas o que diacho era isso? Antes que eu pudesse começar um barraco sem lógica, Peter pareceu ler meus pensamentos e logo se explicou. Eles são amigos, não tem pra que ficar com um pé atrás, não é? Afinal, eu queria que eles fossem amigos como são hoje!

— O que será que eles estão conversando? — pergunto a Ivy. Estamos no meu quarto há uns dez minutos.

— Levando em consideração que ela foi bem escrota com ele ontem...

— É! É coisa da minha cabeça ciumenta paranóica. — rio, mas com o bichinho do ciúmes bem acordado dentro de mim. 

— Você nã... — o som de passos corta sua fala, olho para a porta, mas ela não abre. Pensei e esperava que Melissa entrasse no meu quarto sorrindo e fazendo pouco da cara do Peter por ter se preocupado com o seu drama. Só que isso não aconteceu.

Me levanto da cama e saio do quarto, na entrada do corredor vinha Peter. Vindo atrás da Melissa ou de mim? Nunca vou saber. Seu semblante é de um cachorrinho abandonado, tristeza reina em seu rosto, e ao ficar na minha frente vejo uma perfeita constelação do tanto que seus olhos brilham. Não sei dizer como foi exatamente a minha reação, só que boa não foi. Ivy bateu na porta do quarto de Melissa, mas ela não quis sair, então decidi ficar com Peter, e Ivy com ela.

— O que foi? —  Peter pergunta assim que chegamos a sala e minha vontade foi de rir da sua pergunta com todo o sarcasmo que existe dentro de mim.

— "O que foi", o que?  

— Por que você tá com essa cara? — ele cruza os braços em pé no meio da sala.

— É sério isso? —  pergunto e ele faz que "sim" com a cabeça. Isso não vai ser bom. — Você está ai com cara de quem acabou de terminar com a namorada e me pergunta "o que foi"? — tento falar o mais baixo possível, última coisa que as meninas precisam presenciar é meu ataque de ciúmes. Peter vacila seu ar de machão, lentamente seus braços descem pelo abdômen e logo sobem para seu cabelo. Típico sinal de nervosismo.

— Droga! — fala. — Desculpa, meu bem, eu...

— Vamos lá pra fora. — não espero que responda, digo e me viro saindo de casa, parando na pequena varanda em frente a porta.

— Desculpa, tá? Não era a minha intenção. — fala perfeitamente abalado. 

— Intenção de que? — sinto meu sangue gelar, já imagino altas merdas que pode ter acontecido.

— De ficar assim! Triste. —  abre os braços a medida que fala e logo após os abaixa. — A Melissa sempre foi assim? Uma pessoa com vários escudos e de baixa alto estima?

— Nossa, parece que você levou um fora da gata. —  tiro onda.

— Para, tá legal? —  agora ele está ficando zangado. Ótimo. — Você está entendendo tudo errado.

— Estou mesmo! Porque o meu namorado pediu para conversar com outra garota sozinho, e depois da tal conversa ele me aparece tão desolado que dá pena. Que porra você esperava que eu pensasse? — quase grito as palavras em que dou ênfase e peço graças a Deus por estarmos fora de casa.

— A Melissa é minha amiga, caramba! — exclama o óbvio. O que é verdade, até eu mesma não entendo a minha raiva. É a Melissa. Minha melhor amiga e atual amiga do Peter. Eu não deveria está preocupada. — Nós tínhamos uma amizade muito boa, agora ela mudou, me trata diferente e anda estranha. Viu como ela me tratou ontem? Disse que não somos amigos! Nós somos, droga. Ela é importante pra mim.

Não Escolhi Te PerderOnde histórias criam vida. Descubra agora