Katherine Hale

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A música toca alto o bastante para me impedir de ter certos pensamentos, o aglomerado de gente dançando com seus corpos suados e seus copos de bebidas pela metade é uma visão e tanto. Gente rindo e conversando, gente fugindo de alguém ou precisando urgente de um quarto. Eu amo isso, e estava morrendo de saudades.

Fazia um bom tempo que eu não ia a uma boa balada em New York. Depois que decidimos nos mudar para Spica City, tentamos ao máximo reduzir nossos gastos para podermos juntar um número considerável de dinheiro. Pelo menos o sacrifício teve um ótimo resultado.

E essa festa dada pelos calouros caiu como uma luva na minha semana. Era tudo que eu precisava. O estresse da cidade nova, vida nova, início das aulas da faculdade e alguns professores horríveis, tudo o que eu precisava era de uma boa música alta tocando e umas boas doses de vodka.

Não poupei nenhum esforço na minha produção. Escolhi um vestido preto tubinho ombro a ombro com um pequeno decote em V e uma fenda frontal do lado esquerdo. Uma sandália preta de tiras e salto grosso, um par de brincos, anéis prateados e pronto. Fiz minha maquiagem bem leve, já que a roupa tem mais destaque, mas não me importei em passar um lindo batom vermelho.

Saio do meu quarto e encontro as meninas no quarto da Mel, rindo de alguma coisa muito engraçada que não faço ideia do que seja, só sei que rio junto. Esperamos a Annie chegar, já que ela disse que iria junto com a gente e por hoje termos decidido que iriamos beber, optamos por deixar o carro em casa e ir de uber.

Na república tinha tantas pessoas que estava quase impossível de se movimentar, mas eu amava sentir a energia que emanava do outro.

Algumas pessoas da nossa turma estavam aglomeradas em um dos sofás afastados pela sala. Uma pista de dança foi improvisada bem no meio e muitas pessoas balançavam suas curvas no ritmo da música.

— Vocês não vão beber nada? — uma garota que eu nunca vi na vida perguntou minutos depois.

— Minha intenção é essa, onde estão as bebidas?

— Na cozinha e no quintal, só seguir reto, se não me engano, no quintal estão as bebidas quentes.

— O que você vai querer, Ivy? — pergunto, pronta para trazer bebida pra todo mundo.

— Pode ser o mesmo que o seu.

— Tuudo bem, Mel, MTN Dew? — ela confirma com um aceno rápido. — Mais alguém?

— Estamos de boa, acabamos de abastecer nossos copos. — provavelmente um garoto chamado Gabe responde por todos.

Chamo Annie e ela vai comigo até o paraíso da casa, vamos para o quintal, preparo duas doses de vodka, voltamos para a cozinha, completo os copos com fanta strawberry e algumas pedras de gelo. Annie escolhe sua Long Neck e peço que leve uma latinha de refrigerante para Mel e seguimos de volta para a sala.

No pequeno percurso da cozinha pra sala, vejo Peter conversando com uma garota que não faço ideia de quem seja, próximo a escada que leva para os quartos. Senhor, ele está lindo com uma blusa social de um tom azul bem clarinho, as mangas dobradas até a altura do cotovelo fazendo com que os bíceps me chamassem para passar a mão e apertá-los. Sua calça preta bem justa, apertava bem suas pernas bem malhadas. Fechando o look com um lindo par de tênis branco e um relógio prata no pulso.

A baba escorrendo pelo canto da minha boca deveria está bem visível, pois:

— Ele é lindo, mas se controla. — Annie disse rindo de mim batendo seu ombro no meu.

— Você tem que me apresentar a ele hoje! É sério. — ela faz que sim com a cabeça, bom, espero que de hoje não passe.

Entrego a dose de Ivy e Mel pega sua MTN de limão, passamos um bom tempo conversando e dançando. Me enturmei rápido com os demais da nossa sala e de outras turmas e cursos, sempre com o copo cheio. A música que tocava não era comandada por nenhum DJ, e sim por um pen drive muito bem atualizado, às vezes nem tanto, mas quem não ama um retrô?

Não Escolhi Te PerderOnde histórias criam vida. Descubra agora