Bônus - Ivy Larson

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Meu corpo gira pro lado na intenção de chegar mais perto da borda da cama, pegar meu celular em cima da mesinha e desligar o despertador. Mas acontece que eu já estava perto suficiente da borda e meu corpo desce com muita facilidade para o chão. Droga! Cai da cama mais uma vez. A música nightmare continua tocando. Com raiva por mais uma vez acordar no chão, pego o celular com força e afundo o dedo na tela para desativar o despertador.

Não sei o motivo do despertador está ligado para tão cedo em um domingo. É domingo droga! Eu passo a semana toda acordando cedo, o que eu quero pro final de semana é acordar o mais tarde possível. Com raiva por está de pé as seis da manhã, lembro que ontem à Kat pediu meu celular emprestado e não disse o motivo. Essa safada. Ela me paga. Só não vou agora derrubar ela da cama porque o Peter tá lá com ela e não quero vê o que não deve ser visto.

Pego meu livro de cabeceira já que não vou conseguir dormir, e releio algumas das minhas partes favoritas. Quando realmente a fome aperta, deixo o livro em cima da cama e vou ao banheiro, depois que retorno ao quarto e saio novamente na intenção de ir à cozinha, encontro Kat no caminho muito bem descansada.

— Acordou cedo, Ivy? —a safada pergunta na maior cara de pau.

— Você não tem vergonha na cara não? — minhas mãos estão na cintura na maior pose de mãe mandona.

— Não entendi. — sonsa. — Tem que parar de cair da cama, Ivyzinha, seus botões estão ficando frouxos demais.

— Katherine Meir! — mais rápido do que eu poderia assimilar que era uma péssima ideia, minha mão sobe e bate com força no ombro dela. O que eu não deveria ter feito. Kat sempre revida tudo que fazemos com ela.

— Tá maluca? — me arrependo pela segunda vez seguida quando ela deixa uma marca vermelha no meu braço, motivo de um grande beliscão que ela deu. Certeza que vai ficar roxo.

— Que confusão é essa? — Melissa aparece no corredor fechando a porta do quarto.

— A Katherine, foi malvada comigo.

— Bem feito!

Com Kat e Melissa rindo de mim, seguimos até a cozinha, que já estava com a mesa toda posta e tudo pronto. Mas que menino eficiente! Sempre que Peter dorme aqui em casa, ele sempre é o primeiro a acordar e fazer o café para todos nos. Poderia ser assim todo dia, não iria reclamar. Melissa não senta a mesa, ela faz seu prato, enche a caneca de café e avisa que vai comer no quarto. Ninguém discorda, até porque não adiantaria nada.

Quando Peter pediu para ir conversar com a Melissa depois de termos terminado de comer, ficou apenas eu e Kat para limpar tudo. Esse menino sempre na nossa frente. Estava pensando em ir falar com a Mel e saber o que está acontecendo, mas vou ter que deixar isso para depois. Ela tem estado no mundo da lua, não que já não vivesse, mas ultimamente, depois que começamos a morar em Spica, a Mel praticamente se transformou em outra pessoa. Mas séria isso bom ou ruim? Talvez não tão bom assim, ela deixou de tomar o seu remédio de ansiedade, e não pensou na possibilidade de contar pra nós duas.

— Espero que eles se resolvam de vez. — Kat me desperta dos meus pensamentos.

— Sim! A Melzinha precisa de todo amor ao seu redor, e não intrigas.

— Apesar de eu ter ficado diabética só em ouvir essa frase, eu concordo com você. — junta o cabelo no alto na cabeça fazendo um rabo de cavalo, vai até a despensa e pega a vassoura. — Mas ela é muito cabeça dura pra aceitar que só queremos ajudá-la.

— Ela é tão cabeça dura quanto você.

— Mas eu não tô dizendo mesmo? — muda de assunto. — Você vai viajar no recesso de Ação de Graças?

Não Escolhi Te PerderOnde histórias criam vida. Descubra agora