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Karol havia me mandado uma mensagem avisando sobre o que estava acontecendo e explicando que estava em Búzios com Ruggero para o enterro do avô dele. Tinha sido a última vez que nos falamos.

Eu não conseguia acreditar que em questão de poucas horas tantas coisas pudessem ter acontecido.

Eu queria minha amiga de volta.

Comprei uma passagem para o primeiro vôo para o Rio de Janeiro e tamanho foi o meu espanto ao constatar que Ricardo, meu cliente, não pretendia me deixar voltar sozinho.

─ Eu vou com você, Alonso. – Ele falou, jogando suas coisas na mala.

Balancei a cabeça.

Eu estava tão atordoado...

─ Não precisa. Eu... Eu vou chamar um táxi quando chegar no aeroporto... Não sei. – Me sentei na beirada da cama e afundei o rosto nas mãos. ─ Eu só quero a minha amiga de volta...

Ela tinha ido com Ruggero porque o amava, mas parte dessa culpa também era minha. Fui eu quem insistiu que ela deveria dar uma chance à ele. Se eu soubesse... Desde que aquele homem apareceu a vida da minha amiga tinha virado um inferno.

Quando João me ligou, totalmente desesperado, eu só consegui pensar o motivo pelo qual não apoiei que ela ficasse com ele. E não com Ruggero.

─ Eu tenho um jatinho... – Ricardo falou, sentando ao meu lado e buscando minha mão para entrelaçar na sua. ─ Eu vou ficar com você e juntos nós vamos encontrar a sua amiga, tá? Não vou te abandonar, Alonso.

Girei o pescoço para encará-lo e prendi o ar ao constatar que em seus olhos não havia maldade ou segundas intenções... Ele estava sendo sincero.
Eu tinha que confiar.

─ Obrigado... – Sussurrei escondendo meu rosto na curva de seu pescoço. ─ A Karol é tudo que eu tenho na vida. Ela me acolheu na vida dela como se fôssemos irmãos e... Eu não quero perdê-la.

Ricardo acariciou minhas costas beijou minha mão.

─ Vamos encontrá-la.

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A viagem até Búzios havia sido torturante.

Não que viajar de jatinho fosse algo ruim, ou que a mão de Ricardo segurando a minha fosse algo que eu desejasse esquecer, mas... Eu não conseguia pensar em um bom motivo para ser feliz naquele momento.

Eu sentia raiva e medo. Raiva por não ter protegido-a e medo pelo que ainda podíamos descobrir.

João havia me dito que encontraram o lenço que ela estava usando no cabelo, mas eu me forçava a acreditar que isso não queria dizer nada, já que vento poderia muito bem tê-lo levado até o mar.
Mas a cada hora que se passava, as pessoas acreditavam menos na possibilidade de que ela ainda estivesse com vida.

O sítio da família do Ruggero não era muito longe do lugar onde o jatinho pousou, por isso não demoramos muito pra chegar, mas quando atravessei o portão e vi Ruggero parado com lenço da minha amiga nas mãos, meu estômago embrulhou.

─ Cadê ela?! – Esbravejei indo na direção dele. ─ Isso é culpa sua! Sua, sua, sua!

Ruggero não desviou dos meus empurrões, ele sequer se defendeu, parecia sem vida, mas isso não me freou.

─ Alonso...

─ A Karol te ama e você sempre ferra com tudo! – Gritei. ─ Maldito seja o dia em que eu quis que ela te desse outra chance! Eu...

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