Mesmo depois de fazer Ruggero beber bastante café, eu não confiei nem um pouco em seu lado motorista, por isso pegamos um táxi até a casa dele, ele se aprontou e depois pegamos outro táxi que nos levaria até Búzios, já que seu motorista estava de folga.
Durante todo o trajeto, Ruggero pareceu um pouco distante, mas vez ou outra segurava minha mão; deixei que ele buscasse forças em mim, mas termos feito sexo, não queria dizer que eu pretendia voltar pra ele, de jeito nenhum.
Não era só assim.
Porém achei por bem falar sobre isso depois. Quando ele estivesse mais calmo.
Assim que avistamos o portão do sítio meu coração bateu mais forte.
Mesmo de longe dava pra ver que tinha muita gente ali, pois vários carros estavam estacionados próximos a calçada, sem contar que as duas pistas estavam fechadas. Seu Augusto era realmente muito amado ali.
Ruggero desceu primeiro, parecia se mover em modo automático. Paguei ao motorista e peguei a única mochila que trouxemos; enquanto o táxi dava a ré e partia, caminhei até Ruggero que estava parado no meio da pista com as mãos enfiadas nos bolsos da calça social que usava. Seu belo terno parecia engoli-lo de tão magro que ele estava, mas seus gestos ainda eram firmes, porém, naquele momento, ele mais parecia um garoto assustado e ao mesmo tempo ansioso.
Toquei seu cotovelo com a ponta dos dedos e ele se sobressaltou.
Seus olhos estavam marejados.
─ Meu avô dizia que enterros era um saco. – Ele riu e eu também. ─ Ele iria odiar esse monte de gente chorando ao redor dele...
Acompanhei seu olhar e, de onde estávamos, dava para ver a comoção que se amontoava choramingando e assoando o nariz.
─ O senhor Augusto era um homem querido.
Ruggero balançou a cabeça.
─ As pessoas amam uma fofoca. Não perdem nem enterro... Metade dessas pessoas sequer o conhecia... – havia tanto rancor em sua voz. ─ Acho melhor procurar a minha avó.
Eu pedi que ele fosse na frente e ele foi, enquanto isso saquei meu celular do bolso e digitei uma mensagem curta para Alonso explicando mais ou menos o que havia acontecido.
Depois guardei o aparelho e segui rumo ao sitio, porém, quando ia entrando, esbarrei em Candelária e precisei de todas as minhas forças para não fazer uma besteira.─ Com licença. – Pedi, mas ela não saiu do caminho.
Cruzei os braços e a encarei.
─ O que está fazendo aqui? Veio com o Ruggero ou com o João? – Ela riu. ─ Com os dois? Nossa, que safadinha!
Empinei o queixo.
Ela não sabia com quem estava mexendo.
─ Ou você sai da minha frente ou eu te arranco do caminho pelos cabelos.
Candelária arregalou os olhos levemente e depois costurou um sorriso amarelo nos lábios.
Ao vê-la, eu só conseguia lembrar de Ruggero beijando-a tão apaixonadamente.
Nesse momento uma coisa azeda desceu pela minha garganta e se alojou no meu estômago.
─ Não sei o que o Ruggero viu em você, sabia? Educação mandou lembranças.
Eu tive que rir.
─ Foi? Então diga a ela que eu mandei ela e você se foder. – Assenti e abri um sorriso cínico, passando por ela em seguida, sem nem esperar sua resposta.
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Volúpia
FanfictionO sonho de Karol sempre foi ser uma modelo famosa, como as que via na TV em sua casa na pequena cidade de Santa Fé, no interior do Brasil; Por isso, determinada a conquistar seu maior sonho, ela embarca para o Rio de Janeiro e consegue entrar em uma...