Meu corpo minhas regras

Cap 8

Não consigo tirar aquela mulher da cabeça, nunca sentir isso por mulher nenhuma, tive tantas na noite apenas por diversão, mas aquela em específico mexeu comigo de uma forma tenebrosa. Lara é um vulcão impetuoso, ninguém sabe quando vai explodir, e se é capaz de destruir uma vila, município ou uma cidade inteira. 

Ela é linda, Deus como ela é linda. O sorriso de dentes brancos em contraste com sua cor bronzeada, à pele brilhosa e o rosto perfeito, cílios grandes e negros como os olhos impetuosos, o rosto parece que foi esculpido sem marcas de imperfeições, seu toque vulgar parece labaredas de fogo, ela é quente mesmo que demonstra ser um iceberg. 

Ingênua, Lara é uma mulher insegura em casa, submissa, subjugada, humilhada! Will tem um poder de persuasão que deveria ser crime quando ele usa daquela arma mortal. Ninguém conhece mais o desgraçado do que eu. Fui vítima do seu poder há anos, sempre foi o filho de ouro, idolatrado. A culpa de tudo sempre era minha, segundo a fala de Mara eu era a ovelha perdida da família, o errado, criminoso, de índole pecaminosa, Will não era capaz de cometer uma atrocidade. 

Pois é, ninguém sabe mas quem me ensinou a fumar maconha foi o filho de ouro, a primeira carreira de pó foi ele quem me ofereceu. São assim os covardes, e ele é o pior de todos, esconde atrás de uma capa de bom moço, de índole intocável. 

Por ser o irmão mais novo eu o adorava, fui vítima do seu carinho também, sei o que Lara vive, já estive lá, minha mãe nunca trocou uma fralda minha ou até mesmo me alimentou com leite de peito, desde o ventre dela fui rejeitado, lembro de todas as babás que foram minhas mães provisoriamente. Will sabia do meu ponto fraco, por isso explorava ele com maestria. 

O amor é uma droga, quando você tem a necessidade de tê-lo você vira escravo, no meu caso não foi diferente, meu irmão mostrou uma empatia que outro alguém não mostrou, ele me deu uma migalha do seu amor e eu me apaguei, fui preso por ele, destruir a cara de pessoas por ele. 

Eu idolatrei Will há minha adolescência inteira, não me importava de ser preso no reformatório por causa dele, fazia de cabeça erguida pois era meu irmão, meu melhor amigo, meu porto seguro. 

Difícil foi ver como era meu irmão de verdade, caráter horroroso, vingativo, manipulador! Um lobo em pele de ovelha. Mas agora nada e nem ninguém vai me impedir de enfrentá-lo, ele não mudou quando se casou, apenas se tornou mais perverso faz com a mulher pior do que fez comigo, a submete a situações inexplicáveis. 

Mantenho o foco na mesa concentrado no conteúdo brando em uma longa trilha, fecho meus olhos aproximando um pouco por instinto, tampo uma banda do meu nariz sugo todo o pó com a outra, meus olhos somem nas pálpebras fechadas e a adrenalina faz meu corpo arquear para trás, tomado pela droga que vigora no mesmo instante. 

Levanto em um impulso olhando bugado pela porta, em efeito da droga que come meu cérebro me deixando louco vejo cabelos loiros, mãos na boca e o semblante aterrorizado. Vivian fica em choque me olhando atormentada. 

_ Vv você usa isso ainda? 

_ Não é da sua conta Vivian! 

Me olha vingativa. 

_ Agora é! 

Dou um passo na sua direção prevendo o que ela pretende, ela recua e antes que eu possa chegar perto dela ela grita. 

_ Mãe!!! 

Paro resignado. 

_ Mãe! 

_ Porque está gritando menina!?

Agora sou eu que recuo um…dois...três passos, minha mãe continua a olhando e Vivian não tira os olhos de mim, se convencendo se me entrega para a cobra ou não.