...
_ Por favor!
Implorei desesperada, em pânico esperneei, ele se afastou apavorado ao ver minha demonstração de loucura, entrei em parafuso e mesmo que queria parar eu não conseguia, estava com ódio anormal do Will por fazer aquilo comigo, por ter um poder sobrenatural no meu corpo e mente ainda.
A cena ridícula repercutia, meu peito doía tamanha era a agonia e desespero, vergonha! Não conseguia deitar com outro homem e provavelmente esse aqui já era, ninguém quer uma mulher mal resolvida atrás dele, era bagagem demais para ele levar e por mais que fosse doloroso entenderia de verdade se ele quisesse partir.
_ Ei.
Prendeu meus pulsos quando comecei a agredi-me a face, segurou firme e me encarou penoso.
_ Está tudo bem!
Me embalou nos braços bem forte, mal podia respirar, me segurou firme me impedindo talvez de me ferir como havia feito, eu chorava de vergonha, queria que a dor no peito parasse e tudo voltasse ao seu normal.
_ Shhh, calma meu amor…
O balançar do seu corpo e sussurros calmos no meu ouvido me trouxe tranquilidade, já não chorava como antes apesar que soluçava sem controle, sentida demais.
Meus soluços não cessaram, apesar de diminuir muito, decidi me afastar, de cabeça baixa fugir dos seus braços, não o olhei quando pedir mil desculpas, estava tão constrangida que sair correndo do quarto, fui de encontro ao lugar que Ana dormia, ainda chovia muito. Peguei uma blusa de malha comprida e me cobri, chorosa ainda me afundei nos edredons ao lado da Ana, abraçando seu corpinho que se aconchegou no meu assim como um quebra cabeça certeiro.
***
_ O que te aflige?
Perguntou ao encarar minha tristeza e silêncio, já fazia dez minutos que me analisava calada, então resolveu que era hora de falar.
_ Will ainda me atormenta.
As lágrimas desceram ao lembrar do episódio de dois dias atrás, como minha crise me atormentou naquele quarto. De madrugada quando a chuva deu uma trégua peguei Ana e sair fugida sem me despedir, era tanta vergonha que não atendi as ligações e mensagens preocupadas do Miguel, pedir para minha mãe dizer que eu não estava quando o mesmo me procurou em casa, a realidade é que eu não consigo encara-lo por tanta vergonha.
_ Fisicamente ou mentalmente?
_ Mentalmente!
Digo cabisbaixa.
_ Compartilhe…
Limpo meu rosto, olho para ela controlando a tremedeira dos lábios.
_ Eu, eu…
Suspiro.
_ Eu não consigo me relacionar sexualmente sem ter um comando do lado masculino, preciso que ele mande em mim, não consigo fazer sozinha!
_ Lara…
Sussurra penosa, vejo ela sair do seu trono e vir até mim, ajoelhando na minha frente toca com mansidão meu joelho.
_ Não se sinta envergonhada por isso querida.
Toca meu rosto, especificamente onde as lágrimas desmancham.
_ Você vai se encontrar, é só uma fase.
Explica baixinho, concordo querendo realmente acreditar no que ela diz.
_ E o Miguel, o que ele acha de tudo isso?
Dou um sorriso fraco ao lembrar dele, do seu modo gentil e do seu amor que ele demonstra com tanta vontade.
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Meu corpo minhas regras
RomanceDuas histórias distintas, duas vidas diferentes, uma delegada do rio de janeiro e um playboy revoltado, o mesmo trauma: a falta de amor dos tutores, o abandono. Ambos se apegaram na mesma pessoa: Will um renomado empresário fez seu patrimônio pela...