Cap 40

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...Um ano depois…

Depois de um ano estou eu de novo trancada no banheiro aparentemente incrédula, o teste na minha mão é persistente em dizer que eu espero um outro bebê. 

As dúvidas surgiram há cinco dias, enjoos matinais e fome, uma fome desvairada, no entanto não liguei ou dei alguma importância, afinal minhas pílulas estavam funcionando bem, não era motivo para me alarmar não é? Pois então, elas falharam gravemente, pode ser que eu tenha esquecido as benditas um ou dois dias na correria do dia a dia, não sei, mas a única coisa que eu sei que espero outro filho. 

Não estou apavorada, o choque não me permite ficar apavorada, já a estranheza no peito pulsa forte, Miguel é um homem incrível, como pai nem se fala, Ana o ama profundamente, ela é louca com ele, e quando ele me pediu uma chance de entrar nas nossas vidas de uma forma mais invasiva não neguei, aceitei seu pedido de casamento e o sobrenome no registro da nossa filha. 

Está tudo recente, nos unimos em matrimônio há dois meses e começamos a morar juntos, não que isso mudou já que no quinto mês de namoro ele ficava mais aqui do que na própria casa. A sensação é tão boa, diferente do que vivi com Will, Miguel é simples em tudo, companheiro verdadeiro, ele é presente e amigo, acima de tudo é um paizão, tenta sempre me agradar, sou uma mulher realizada e feliz. 

Mas no momento me sinto insegura, eu odeio me sentir assim, no entanto estou. Guardo o teste e saio do banheiro passando a mão nos meus fios de alguns cachos no final, aparentemente bem vou para a sala, escuto a voz do Miguel, ele não me ver, brinca com Ana que fala repetidas vezes a palavra “papai” Ele a beija deixando o jaleco de lado para abraça-la. 

_ Como foi seu dia, Ahn? 

Ele a joga para cima e a mesma gargalha batendo os braços e pernas em uma alegria contagiante. Ele ri da alegria da nossa criança, eu também, no meu cantinho não canso de admirar aqueles dois. 

_ Mamãe já chegou? 

_ Mamama...

Balbucia na sua linguagem de bebê, Miguel torna a joga-la para o alto e depois agarra-la e tortura-la com beijos.  

_ Eu sei que ela chegou, você está cheirando mamãe! 

Agora Ana beija seu rosto barbudo, puxa seu nariz e cabelos, ele ama as brincadeiras dela. 

_ Vou chamar Lara. 

Minha mãe comenta por alto ao passar pela sala. 

_ A janta está pronta. 

Explica vindo para o corredor, tento fugir e ela me ver alarmado minha presença. 

_ Filha!

Sorriu nervosa, me viro. 

_ Já ia te chamar, seu marido chegou. 

_ Obrigada mãe. 

Forçadamente permito o sorriso nos meus lábios. 

_ Oi amor. 

Miguel aproxima beijando meu rosto assim que minha mãe volta para a cozinha. 

_ Tudo bem? 

Pisco em concordância. 

_ Claro, como foi seu dia? 

Retribuo um selinho seco e rápido, pego Ana para ser minha salvação. 

Meu corpo minhas regrasOnde histórias criam vida. Descubra agora