Cap 35

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Ninguém nunca me beijou com tanto sentimentalismo e desejo, o beijo era avassalador mas não envolvia luxúria e muito menos domínio, era mútuo. 

Reciprocidade é uma palavra tão simples de ser explicada: você ama, o próximo te ama, pronto uma definição para tal palavra, mas na teoria ela é tão simples como contar de um a dez, na prática é mágico. E perdida nesse beijo que ele me dera que entendi como é bom receber com a mesma proporção que dar. 

Explorei com os dedos seu rosto preenchido pela barba de pelos crescidos, da mesma forma ele me tocava, nossas línguas dançavam em um ritmo único, o gosto afrodisíaco da sua boca de uma maneira me enlouqueceu, sua saliva era gostosa, a forma que ele afundava o beijo que pedia mais necessidade de ambos era ensurdecedor. 

Faltando o fôlego nos afastamos, eu mole permaneci de lábios abertos e olhos fechados pedindo que essa sensação maravilhosa fosse eterna. Ofeguei quando sentir seu abraço, um toque maravilhoso na minha bochecha ao depositar meu rosto no seu peitoral estufado, devolvi o abraço rodeando as mãos na sua cintura larga, ele beijou meus cabelos e eu esmoreci fraca nos seus braços, minhas traidores pernas davam pouco sinal de vida tamanho era o deleite do momento. 

Seu desodorante de homem era bom, o perfume malbec nem se fala. Astuta ergui um pouco a cabeça ficando com meu nariz próxima do seu pescoço rígido, suguei e ele estremeceu, não foi por mal, apenas queria guardar aquela fragrância amadeirada no meu nariz por dias. 

_ Eu te ligo. 

Tomou meu rosto me mostrando o sorriso satisfatório na boca avermelhada, aproximou outra vezes e me deu um beijo lento que acabou com um selinho fofo. O beijo desse homem é maravilhoso. 

_ Vou esperar. 

Ele me largou me fazendo sentir falta, se afastou acenando de leve, fiz o mesmo encostando na parede para não ir ao chão vergonhosamente, me sentia encharcada, e sem dúvidas estava toda molhada depois desse beijo. 

Assim que ele atravessou a porta de vidro me mandei para o meu apartamento no nono andar, no elevador juntei as coxas alisando bem devagar, sentindo o prazer me tomar. A porta abriu no meu hall e eu só imaginava uma banheira e a imagem daquele homem que me beijou. 

Para minha sorte tudo escuro, subi para o meu quarto passando os olhos rápido em Ana que dormia, sorri para ela e mandei um beijo, corri para o banheiro, liguei a jacuzzi e me despir apressada, entrei na água que me deixou em braça bem rápido, a saída de água quente massageava minha intimidade e eu apenas conseguia imaginar Miguel ali, seu cheiro de homem e sua pegada delicada, me tocando com as mãos grandes de aparência bruta porém toda sensível. 

Não lembro a última vez que tive prazer em me tocar pensando em um homem, as lembranças do convívio com Will se apagavam da minha mente a cada etapa, e quando soltei um gemido rouco me elevando em um orgasmo poderoso apenas conseguir pensar naquela boca me enlouquecendo, me mandando me desfazer no meu prazer. 

Por pouco não dormir na água de tão relaxada, ouvi murmúrios no quarto, era a vozinha da Ana balbuciando palavras inteligíveis. Sair apressada enrolando no roupão, ela chorava baixinho, Carmen logo entrou no quarto como uma onça, provavelmente imaginou que eu não havia chegado ainda. 

_ Ah, você chegou... 

Parou na porta, peguei Ana com cuidado indo até a cama. 

_ Vem cá que quero te contar a novidade! 

Percebendo que só a luz da linda cidade não era suficiente para me ver liga a luz clara do meu quarto, veio até mim sentando na cama. 

_ Você está com uma carinha ótima, corada, olhos vivos! 

Meu corpo minhas regrasOnde histórias criam vida. Descubra agora