Puta merda de sexto sentido certeiro esse meu. Ainda processando aquela informação permaneço calada encarando a face máscula, um ou outro detalhe me lembra aquele garoto doce do orfanato, era tão raquítico apesar de ser bem mais velho, hoje é um homem forte e bonito, o que o destino está aprontando para mim?
_ Porque ta me olhando assim?
Ele pergunta analisando meu semblante bobalhão.
_ Você continua dando seus presentes para outras crianças no natal?
Paralisa buscando nas lembranças momentos, tomba a cabeça me analisando pelos traços já mudados, não me pareço nada com aquela garotinha que ele conheceu.
_ Deus…
Balbucia desacreditado, os dedos entrando exageradamente nos fios do cabelo os arrepiando de uma forma sexy, imoral, meu sorriso congela na face bonita.
_ Lara, você... Aquela menina.
Aproxima rápido tocando meu rosto como se o toque o ajudasse a lembrar de mim.
_ Você cresceu tanto…
Deito minha cabeça manhosa nos dedos grossos que afagam gentil meus lábios, bochechas, nariz, sorriu... Tanto tempo não sentia um toque assim vindo de um homem.
_ Não acredito.
Sou pega desprevenida quando seus braço me rodea, permaneço partilhando do seu contato, e é tão bom, nunca imaginei que meu amigo de infância iria me abraçar, e o pior, estaria um gato.
_ Por onde andou?
Todo agitado tocou outra vez meu rosto, fazendo perguntas atrás de perguntas, cair na gargalhada e disse que iria responder tudo, então sentamos na lanchonete e pedimos um lanche enquanto não chegou conversamos sobre tudo.
_ Me casei, descobrir que meu marido era um traficante e o irmão dele era meu irmão, achei minha mãe.
Arqueia a grossa sobrancelha intrigado, quem não estaria com tanta informação.
_ Aquele que doou o fígado para sua pequena?
Afirmei decidida a continuar.
_ Sim, e agora isso.
Indico nós dois, ele não para de rir me olhando admirado.
_ Poxa, você virou uma delegada, era tão, nanica!
Tira sarro de mim.
_ Lembro bem que defendia você por ser pequena perto dos outros.
_ É verdade!
Digo lembrando vagamente de momentos assim.
_ O que você fez da sua vida?
Pergunto curiosa.
_ Depois que fui adotado entrei em uma boa escola, aquela senhorinha que viu lanchando comigo, lembra?
_ Sim.
_ Ela me tirou do orfanato e cuidou de mim, me apaixonei pela medicina, noivei.
A última palavra me deixou inquieta, recuei pois debruçada estava a vontade na mesa, encostei na cadeira meio desconcertada.
_ Faltava apenas uma semana para nosso casamento, encontrei ela na cama com meu colega de trabalho.
Não poderia negar que sentir um certo alívio, depois indignação, quem trai um princeso desse?
_ Bem vindo ao grupo!
Levantei o refrigerante que o garçom colocou na mesa, ele me olhou indagativo mas fraquejou na hora de pronuncia se eu também tive galho na cabeça, mas isso não era segredo para ninguém, eu tive uma galhada inteira.
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Meu corpo minhas regras
RomanceDuas histórias distintas, duas vidas diferentes, uma delegada do rio de janeiro e um playboy revoltado, o mesmo trauma: a falta de amor dos tutores, o abandono. Ambos se apegaram na mesma pessoa: Will um renomado empresário fez seu patrimônio pela...