Cap 25

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Permaneceu mudo de frente para mim no interrogatório, o imbecil não abriu a boca nem para pedir um copo d’água, fiquei furiosa quando o advogado chegou e disse que ele não precisa falar nada, só na frente do juiz. 

Voltei para casa furiosa, na verdade um hotel porque nem casa eu tinha, Max tentou até conversar comigo mas eu disse que não estava no clima de conversa, ele aceitou e foi pro seu quarto chique, Carmen também se encontrava com a gente, fez um chá e me deu sem falar nada, agradeci, precisava daquilo. 

Cochilei no sofá e acordei no mesmo lugar, meu celular berrava e quando o vi tremer insistentemente percebi que não era parte do meu sonho, peguei o aparelho atendendo. 

_ Oi? 

Minha voz saiu grossa de sono. 

“Lara, Alexandre sofreu uma tentativa de assassinato dentro da cadeia!” 

Meu coração oscilo, o cretino era minha única esperança. 

“Felizmente o guarda de plantão interferiu, não foi nada grave, apenas um corte no braço esquerdo, ele disse que quer confessar, pediu você!” 

Descabelada, toda amassada, não importava como eu estava, chamei um taxi e sair daquela forma, no carro tentei arrumar minha aparência enquanto gritava pro taxista acelerar, ele resmungou em protesto até eu mostrar meu distintivo que eu exibia com tanto orgulho na sua fuça.  

Desci do carro juntando as pernas, a vontade louca de faz xixi me fez correr para o banheiro e me esvaziar, isso virou constante, não segurava mais xixi, lembro que esses dias tive que descer do carro para fazer xixi no mato. 

_ Delegada Lara. 

Recebi o relatório do detetive, agradeci entrando na sala de interrogatório, o militante já se encontrava sentado com os pulsos algemados. 

_ Seus amiguinhos resolveram te descartar do tabuleiro? 

Cheguei jogando piadas ao vento, a cara abatida pedia uns murros por ter me feito de idiota mais cedo, mas como a dama que sou permaneci plena na frente do indivíduo. 

_ Vamos fazer um trato! 

Começou, dei um sorriso irônico que chamou sua atenção, curvei na mesa até onde minha barriga permitia e olhei no fundo dos seus olhos. 

_ Eu não faço trato com bandido! 

Aperta os dentes decidido. 

_ Então eu não falo! 

Seguro na ponta da mesa me erguendo. 

_ Ótimo! 

Pontuo. 

_ Que você chegue ao tribunal vivo!  

Ameaço lhe dando as costas, ando plena e decidida até a porta esperando a consciência lhe pesar. 

_ Lara! 

Paro dando um pequeno sorriso arteiro. 

_ Seja benevolente! 

Minha gargalhada é ouvida, ele franze o cenho não entendendo porque eu rio espalhafatosa, respiro voltando em mim e lhe dando uma resposta cortante. 

_ Com você? 

Encaro ele face a face morrendo de ódio de tipos como ele. 

_ Tenho que ser benevolente com um moleque na rua que porta um fuzil e não pensa duas vezes antes de atirar na gente que quer proteger os cidadãos de bem, porque pelo menos ele não teve muita oportunidade na vida, nasceu em um ambiente influenciado pelo mal, sem estudo e educação, a sociedade o rejeitou criando um monstro pelos becos e vielas. Mas você Alexandre? 

Meu corpo minhas regrasOnde histórias criam vida. Descubra agora