Cap 28

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_ Não, não doutor, ele é apenasum amigo!

Expliquei serena, ele andou até a cama do Max pegando a prancheta pendurada na beirada, analisou alguns segundo me olhando outra vez.

_ Não costumo errar senhorita.

O olhar perpétuo no meu, as iris verdes eram determinadas e a boca ria zombeteira.

_ O exame sanguíneo tem uma margem de erro quase nula.

Sem abandonar os dedinhos macios me coloco sentada, olhando na direção do Max e me perguntando se eu realmente não estou sonhando, tudo está tão fora da realidade.

_ Você não sabia?

Fico embasbacada tentando imaginar como é possível o irmão do meu ex marido ser meu irmão.

_ Como...

Balbucio intrigada, creio que uma cena de crime seria bem mais fácil interpretar do que isso.

_ Ele está dopado?

Pergunto sem desviar os olhos avaliadores em Max, como se eu fosse conseguir ler pelo corpo dele o que está acontecendo.

_ Não, apenas dorme, passou muitas noites em claro zelando o sono de vocês duas.

Limpo as lágrimas que caem sem permissão.

_ Pode acordá-lo?

_ Claro!

O doutor vai até a maca do lado, chama por Max diligente no entanto o branquelo acorda sobressaltado, olhando com preocupação na incubadora para logo me olhar em seguida.

_ Você está bem?

Limpa os olhos espantando a dormência, a mesma que sentir minutos atrás.

_ Sim!

Relaxa os ombros.

_ Pode me explicar que história é essa de sermos irmãos?

Cabisbaixo nega.

_ Também estou chocado.

_ É muito estranho isso Max, impossível!...

[...] Aquela sua empregada é maluca, me viu sem camisa e ficou embasbacada, acho que ela está afim de mim...[...] Minha mente começa a trabalhar, lembro que virei para Max e disse que ele estava louco, Carmen tinha idade para ser a mãe dele, mãe... [...] Me perdoe, achei que fosse um bicho![...] Não pode ser, ela ficou totalmente diferente após aquele dia que viu minha marca quando eu estava nua de frente para o espelho.[...]Max, temos a mesma marca.[...] A única coisa que prevalece na minha mente é como? Como é possível isso, eu nunca tive ninguém e é possível Carmen ser minha mãe biológica e Max meu irmão, e o que Will é meu?

Minha mente é só bagunça, não é atoa que a enxaqueca predomina, pensar nunca me deixou tão desnorteada como agora.

_ Lara.

Max chama baixinho.

_ Calma, seus pontos!

Lembrou, mas por mais que eu queira não consigo ficar calma, o médico permanece ao nosso lado nos olhando intrigado.

_ Will pode...

Nem consigo completar a frase, ele nega rapidamente.

_ Não, Will não é seu irmão!

Respiro aliviada, que bagunça minha vida está se tornando, Carmen invadiu minha vida e me fez ter um sentimento que se de primeira eu soubesse que era minha mãe não teria, ela me abandonou em um orfanato imundo e parece que fez o mesmo com Max.

Meu corpo minhas regrasOnde histórias criam vida. Descubra agora