Cap 10

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Antes de entrar mando uma mensagem para Will perguntando se ele demora a chegar. Espero a resposta e por demorar entro assim mesmo, uma farmácia, aparentemente apenas uma farmácia, não muito grande nem tão pequena, média, porém não apenas uma farmácia qualquer. 

No caixa me identifico e discretamente a recepcionista me entrega uma prancheta dizendo para eu poder assinar os termos enquanto aguardo na cadeira ao lado de uma porta branca que ela olha com tanta ênfase. 

Analiso o documento que pede sigilo absoluto sobre o procedimento de aborto, afinal é crime que pode levar até quatro anos de prisão para quem é conivente e três para a mãe. 

Antes de assinar olho para os lados, apesar de ser uma farmácia bem conhecida não está tão cheia, busco no meu campo de visão a recepcionista que permanece encarando a porta ao meu lado alheia de tudo. 

Está tudo errado, sou uma delegada e deveria está colocando esse lugar de ponta a cabeça enquanto prendia várias pessoas cumprisses de um crime considerado ilegal, desumano até. Fiz um juramento pelo meu país, e por mais que eu diga que não, estou desacatando uma lei do código penal. Posso perder meu distintivo e não ser ninguém amanhã,  mas se eu não prossigo perco Will que é bem pior. 

Confusa descanso meu rosto nas palmas das mãos, penso, analiso, fico em confronto comigo mesma por segundos infinitos, longos de agonia intensa, coloco os prós e contras, e por incrível que pareça os prós ganham disparados. No entanto sismo em admitir que entrar naquela porta branca seja a coisa certa a se fazer. No meu momento de decisão me coloco de pé pronta para seguir em frente. 

Abro as pálpebras encontrando um par de olhos verdes determinado em minha frente de jaqueta preta e cabelos bagunçados, dou um passo para trás confusa ao sentir seu toque desesperado no meu braço. 

_ Não faça isso, Lara! 

Ele praticamente implora na voz suplicante. 

_ Por favor. 

Me resgata para um abraço que me deixa atordoada, todos meus neurônios pifam por segundos permitindo que eu fique agarrada a ele por algum tempo até eu tomar consciência afastando bruscamente. 

_ Você não deveria está aqui, Max. 

Ele dar um passo na minha direção do mesmo jeito que eu recuo, quando percebe que eu me afasto no reflexo da sua aproximação ele para, me fita decepcionado. 

_ Você está prestes a cometer um crime, Lara! 

Mesmo sussurrando a parte do crime uma mulher que passava no corredor nos encara até ver meu olhar ameaçador e sair fora constrangida por ser um intrometida. 

_ Max, isso não é da sua conta, é melhor ir!

_ Sei bem disso, e sei que você fez um juramento, quer ser melhor do que o estuprador? 

Ergue o nariz afrontoso. 

_ Então desiste dessa loucura, crime é crime, e se fizer esse vai ser igualzinha a uma mulher que pega uma arma e atira no próprio filho!  

No meu momento de digerir tudo que ele falou sendo mais um peso na balança dos prós, vejo que ele me arrasta para fora da farmácia, e quando caio em mim estou em frente ao um muro chapiscado com um desenho de ABC dentro de um cubo colorido nas mãos de uma criança. 

_ O que pensa que está fazendo? 

Esbravejo furiosa desvencilhando do seu contato. 

_ Vou te deixar em paz, juro!   

Meu corpo minhas regrasOnde histórias criam vida. Descubra agora