Fui ao encontro de Carmen e por um breve momento de frente para sua porta me sentir como o filho pródigo, estava disposta a me ajoelhar e dizer que pequei contra ela gravemente.
Ela era minha mãe e me perdeu, viveu a vida inteira se perguntando se eu estava bem ou alimentada, penso ser isso pois todas as vezes que olho para Ana e a vejo ao meu lado deduzo o que ela precisa, imagina uma mãe distante do filho?
Bati na porta e pronta para ajoelha e pedir perdão vi a segunda parte da história se realizar em mim, Carmen me encarou surpresa e antes que meus joelhos tocasse o chão ela me puxou para um abraço saudoso, chorando sentida no meu ombro ao me chamar de filha, de Ana?
_ Oh querida, meu Deus, minha Ana está de volta!
Outra vez pronunciou o nome da minha filha, não queria me afastar dos seus braços, no entanto a curiosidade falou mais alto, me afastei limpando as lágrimas, a vendo com nitidez, ela tocava meu rosto com a ponta dos dedos como se não acreditasse que eu fosse real.
_ Ana?
Ela concordou em soluços. Por isso Max de uma forma repentina me pediu para registrar minha filha com esse nome, provavelmente ouviu relatos de Carmen e se emocionou.
_ Eu eu, me me chamava Aana?
Agora era eu que soluçava sem controle, ela concordou.
_ Sim, minha Ana!
Volta a me abraçar, seu carinho poderoso me faz romper em lágrimas, ela se afasta tomando meu rosto dizendo para eu não chorar mais, todavia choro em desespero, não posso negar o quanto estou feliz por saber que eu nunca fui abandonada e rejeitada, minha mãe sempre esteve por aí sofrendo por me ter longe dos seus braços.
_ Oh querida, venha, vamos tomar um chá!
Max ficou com Ana no carro, eu disse que quanto tudo se resolve mandaria ele subir. Entrando no único cômodo da casa simples mando mensagem pedindo para ele subir, Carmen faz um chá no pequeno fogão de duas bocas, nem sabia que isso existia.
_ Você mora aqui?
Sento no sofá duro por ter apenas uma fina espuma, mesmo assim me aconchego sem preconceito, o lugar apesar de humilde traz uma grande calmaria.
_ Sim.
Dar um breve sorriso descontraída, me traz o chá sentando ao meu lado.
_ Me perdoa por isso filha.
Toca cautelosa minha perna.
_ Sinto muito por tudo que passou, não teve um dia da minha vida que eu não te procurei.
Retribuo o toque apertando levemente seus dedos.
_ Mara foi a grande culpada!
Beijo sua mão vendo um grande sorriso se abrir em seus lábios. Max logo chega trazendo meu bebê, Carmen me pede permissão para pega-la e eu tenho que revirar os olhos para a pergunta besta.
_ Claro que pode né, ela é sua neta!
Max se acomoda no chão mesmo pegando meu chá por ser um grande intrometida e guloso, deixo para lá tendo assuntos mais importante a resolver quero saber de tudo.
_ Me conta tudo de novo?
Ela entende o que eu peço, coloca Ana contra seu peito alisando sua coluna de mansinho.
_ Bom, seu pai chamava Paulo, um homem trabalhador e honesto, não pensávamos em ser pais, você chegou e mudou nossas vidas. Ele era motorista dos Muniz e eu empregada, eu levava você para o serviço. Roberto foi uma fraqueza, errei com o seu pai, fiquei grávida de um homem casado. No começo estava tudo bem, você não dava trabalho algum, quando começou a engatinhar o menino Wiliam sempre te cercava…
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Meu corpo minhas regras
RomanceDuas histórias distintas, duas vidas diferentes, uma delegada do rio de janeiro e um playboy revoltado, o mesmo trauma: a falta de amor dos tutores, o abandono. Ambos se apegaram na mesma pessoa: Will um renomado empresário fez seu patrimônio pela...