Cap 14

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Cap com gatilhos emocionais. 😪

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Conte-me o que está te afligindo? 

Tive uma liberdade gigantesca na sua sala, o ambiente me parecia mais leve, essência de laranja espalhada por toda a sala me deixou relaxada, deitei no divã decidida a me abrir de verdade, sem máscaras, não que eu tivesse esperanças que Luciene resolveria meu problema,  mas precisava desabafar com alguém. 

_ Will se foi. 

Minha voz deu eco na minha cabeça, doeu, como o inferno doeu. 

_ Como está se sentindo? 

Permaneci olhando para o teto de cor branca. 

_ Vazia. 

Analisei minha própria fala. 

_ Oca! 

Corrijo exausta. 

_ Foi a primeira vez que você disse não? 

Rapidamente olhei para ela sentada de pernas cruzadas na sua cadeira acolchoada. 

_ Como sabe que eu eu disse não? 

Perguntei curiosa. 

_ Eu sei. 

_ Hum. 

Murmurei voltando na minha posição anterior. 

_ Sim, foi a primeira vez que eu disse não decidida. 

_ Qual foi o assunto? 

_ Um aborto. 

Cuspir as palavras amargas demais para armazenar dentro de mim. 

_ O que te fez parar, Hobbes e sua teoria que o homem precisa de leis para não se afundar na sua natureza pecaminosa ou seu instinto maternal? 

Me vi sorrindo, Max outra vez acendeu na minha mente, bem que eu disse que o homem é uma porcaria. 

Fato Max! 

_ Hobbes! Claro, sempre ele. 

_ Então você teve medo? 

_ Não posso dizer que foi medo, talvez minha sanidade falando mais alto, eu estava prestes a cometer um crime, teve uma interferência na hora, depois simplesmente desistir. 

_ Me fala dessa interferência... 

_ O irmão do Will, ele apareceu na hora, me deu uma lição de moral que me cansou, logo depois me envolvi em um sequestro que fui praticamente a protagonista, foi ali que decidir que eu não podia fazer aquilo, eu amo meu emprego, não posso ter uma ficha suja porque cometi um aborto. 

_ Ama seu emprego? 

Meu sorriso foi automático, me vi concordando com rapidez. 

_ Sim. 

_ Porque decidiu ser delegada? 

Me ajeitei mais no divã, não que eu precisava, mas a pergunta me causou um certo incômodo por ter que voltar lá trás. 

_ Na realidade eu queria sentir alguma coisa, adrenalina talvez, sempre estive sozinha e desprotegida, queria mostrar autoridade e ser respeitada por todos, ser temida! 

Meu corpo minhas regrasOnde histórias criam vida. Descubra agora