Cap 26

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Will atirou e antes que a bala escapulisse da sua arma fui jogada ao chão vendo a bala passar direto, a cavalaria entrou e ele recuou erguendo os braços diante das metralhadoras e fuzis. 

Meu primeiro instinto foi tocar minha barriga protegida pelo colete, ainda permanecia dura como de costume, só assim me permitir respirar aliviada, olhei para o lado vendo um mundo de cabelos castanhos de uma cor natural, ela ergueu a cabeça revelando os olhos cor de amêndoas únicos, deu um meio sorriso. 

_ Está bem? 

A namorada do Max salvou minha vida e da minha filha, merecia no máximo um agradecimento digno. 

_ Graças a você! 

Ela se ergueu me ajudando, a puxei para um abraço, nunca tive tanto medo. 

_ Obriga…

_ Amor! 

Will gritou ao ser algemado, interrompi minha fala olhando para ele sendo oprimido pelos federais, um ódio desse homem que eu não sei explicar. 

_ Vida, me ajuda, eu posso explicar! 

Implorou lutando contra a algema. 

_ Meu Deus Lara, você ainda espera um filho meu? 

Meu filho! Não seu!                            Queria falar tantas verdades na cara desse imbecil, mas no momento a sua presença me enjoa. 

_ Gente, por favor, tire esse abutre de perto de mim, é pedir muito? 

_ Não delegada! 

Aproveitei que levaram o traidor para vasculhar as coisas ao meu redor, tinha tanta provas aqui, drogas, folhas com esquemas de dinheiro, até corrupção.

***

_ Você não pode de forma alguma entrar e confrontar seu ex marido Lara. 

Meu superior fala me barrando na porta. 

_ Vai para casa, descansa, já fez muito por hoje! 

Fui pra casa naquela tarde para voltar no outro dia e descobrir que estou provisoriamente afastada do meu cargo, não era lícito a ex mulher do traficante mais procurado do rio de janeiro continuar nos seus afazeres sem ser investigada antes. 

Por mais que eu quisesse mandar todos para a merda aceitei na boa, precisava colocar minha vida em ordem, tenho minha consciência limpa e logo seria recrutada novamente, afinal não se faz uma delegada fodona como eu todos os dias. 

Saindo da delegacia encontrei a dissimulada, mesmo distante ela aproxima latindo como um cão bravo. 

_ Você armou para ele! 

O marido tentava segurar a dissimulada, mas isso não impedia que ela calasse a boca. 

_ É uma vagabunda! 

Cruzei os braços não me abalando nem um pouco com o discurso de ódio vindo da Mara. 

_ Você e aquele projeto de víbora se merecem, são farinha do mesmo saco, meu único arrependimento foi não ter acabado com vocês há muito tempo quando tive chance! 

_ Chega Mara!! 

O marido gritou me olhando envergonhado. 

_ Me desculpa, Lara. 

Passou por mim de cabeça baixa, a esposa ainda proferia ofensas a minha pessoa, mas minha mente tentava entender o que ela queria dizer com aquilo, sobre acabar comigo muito tempo atrás, será que Mara presenciou o que aconteceu comigo na infância, me conheceu? 

Meu corpo minhas regrasOnde histórias criam vida. Descubra agora