Capitulo 13

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A correria na casa de Fernanda já estava me deixando tonta, não agüentava mais subir e descer escadas, sair e entrar no carro, correr pra dentro e fora de casa. Só esperava que tudo fosse recompensado mais tarde quando Théo chegasse e encontrasse tudo pronto pro seu aniversário.
'Pili , o pessoal do buffet acabou de chegar acabou de chegar, você vai lá falar com eles, ou quer que eu fale?' Purre me olhou enquanto eu estava deitada na cama do quarto de hospedes. Tinha conseguido ficar livre por dez minutos e a única coisa que eu consegui fazer foi correr para o quarto, a dor em meus pés estava me matando.
'Fala com eles Purre , por favor. Acho que se eu descer agora e encontrar alguma coisa fora do lugar vou ter um ataque histérico.' Sorri fraco observando o teto do quarto com atenção. A verdade é que depois daquela ligação as coisas entre mim e Purre tinham ficado um pouco melhores, mas agora eu mal conseguia encara-lo nos olhos.
'Ok. Descansa Pili , senão de noite você não vai aproveitar nada.' Ele falou antes de fechar a porta e eu concordei fechando os olhos.

'Pili , eu disse pra você descansar, pode deixar que eu faço tudo por aqui.' Purre me olhou sorrindo enquanto eu descia as escadas.
'Não consigo.' Entortei a boca com uma cara inocente. 'Tentei dormir um pouco, mas eu quero ajudar aqui, não quero ficar parada.' Dei de ombros.
'Minha mãe ligou e disse que tá chegando, fica aqui na sala esperando ela então.' Ele apontou pro sofá. 'Vou lá fora conferir tudo.' Ele piscou e saiu pela cozinha.

Fiquei alguns minutos sentada no sofá observando a tv desligada, até que uma buzina me despertou e eu corri pra fora de casa.
'Fernanda !' Falei animada enquanto ela saia do carro, ela abriu um sorriso e veio me abraçar.
'Tudo bem por aqui? Vejo que você e o Purre estão fazendo um ótimo trabalho.' Ela observou a casa que já estava um pouco enfeitada com bolas e alguns brinquedos no jardim da frente.
'É, a gente tá se esforçando.' Falei rindo. 'Como foi a viagem? Sua prima tá melhor?' Perguntei ajudando-a a carregar as malas pra dentro de casa.
'Mais ou menos.' Ela suspirou. 'Daqui a pouco eu falo sobre isso. Onde está meu filhote?' Ela sorriu passando os olhos pela casa.
'Mãe?' Purre entrou na sala e abriu um sorriso enorme ao ver Fernanda .
'Que saudade de você, meu bebê!' Ela abraçou Purre e depois se soltou examinando o rosto dele. 'Se cuidou direitinho sem a mamãe?' Ela falou com uma voz de criança e eu ri baixinho.
'Mãe, menos!' Purre fez uma cara de terror. 'Vem aqui fora ver como tá tudo ficando lindo.' Ele pegou a mão de Fernanda e estendeu a outra mim sorrindo. Eu peguei em sua mão e senti uma sensação boa passando por todo meu corpo.
'Ah, mas que coisa linda!' Fernanda falou quando chegamos ao jardim que estava todo arrumado com mesas, balões, um pula-pula mais atrás e alguns outros brinquedos infantis. 'E o Théo ?' Ela me olhou sorrindo.
'Deixei ele em casa com a Kat, e por falar nisso eu tenho que ir logo! Preciso me arrumar e arrumar ele também né?' Sorri sem graça.
'Pili , posso falar com você antes?' Fernanda perguntou me acompanhando.
'Pode claro, vamos lá no quarto de hospedes pra eu pegar minha bolsa.' Sorri.

Chegamos no quarto e Fernanda ficou em silêncio enquanto eu arrumava minha bolsa.
'Pode falar, Fernanda .' Sorri sincera sentando na cama e ela se sentou ao meu lado.
'Pili , eu só voltei hoje pro aniversário de Théo , amanhã pela tarde eu vou voltar pra Liverpool.' Ela falou séria.
'Aconteceu alguma coisa com a sua prima, Fernanda ? Achei que ela estivesse melhor.' Falei me virando de frente pra ela.
'Na verdade não. Ela tá pior do que estava, a gente não sabe bem se ela vai conseguir se recuperar.' Ela estava com uma cara triste e eu peguei em sua mão.
'Eu sinto muito, Fernanda .' Falei baixo.
'Só que tem uma coisa que eu preciso te contar, querida.' Ela voltou a ficar séria e eu balancei a cabeça concordando. 'Eu vou me mudar pra Liverpool, Pili . Preciso ficar lá com minhas irmãs e meus primos, estamos todos reunidos lá para ver se isso ajuda a Emma.' Ela disse se referindo à prima doente.
'Ah, tudo bem, Fernanda .' Sorri fraco. 'Você vai fazer falta aqui, mas se você precisa ficar lá e se isso pode ajudar a Emma, então você realmente deve ir.' Tentei lhe passar confiança e ela sorriu agradecida.
'Só mais uma coisa, Pili .' Ela suspirou. 'Eu vou vender essa casa.' Ela me olhou apreensiva e por alguns segundos eu fiquei sem entender o porque da apreensão dela, mas logo depois Purre me veio na cabeça. Onde ele iria morar? 'E eu quero te pedir um favor.' Ela sorriu fraco e eu balancei a cabeça concordando. 'O Purre poderia ir pra casa de algum dos garotos, mas o Simon praticamente vive com a namorada, e o Santiago e o Manuel são completamente irresponsáveis.' Ela riu. 'Não que eu não goste deles, muito pelo contrário, são como meus filhos também, mas eu não sei se daria certo se o Purre fosse morar com um deles.' Eu fiquei um tempo a observando tentando entender aonde ela queria chegar.
'E você quer que eu e o Purre voltemos a morar juntos.' Falei suspirando e ela concordou.
'Olha Pili , eu sei que vocês estão se entendendo bem e sei que vocês se gostam. O Purre sempre me fala de você e de como ele se sente estranho por não lembrar de nada e ainda assim ter a sensação de te conhecer a muito tempo.' Ela sorriu. 'Você se importa de voltar a morar com ele?' Ela perguntou sorrindo. Obvio que ela não sabia que algumas semanas atrás eu tinha encontrado Purre com outra, não queria contar nada, sabia que ela iria ficar muito decepcionada com o filho. Suspirei e sorri fraco.
'Sem problemas.' Falei baixo e ela me abraçou.
'Obrigada, querida. É um alivio pra mim saber que Purre estará em boas mãos.' Ela riu e eu concordei.
'Bom, melhor eu ir, está ficando tarde e daqui a pouco tenho que voltar com Théo .' Me levantei e Fernanda fez o mesmo.
'Vamos, te levo até a porta.' Ela sorriu e fez um gesto para que eu fosse na frente.

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