Capitulo 36

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'Ei, acorda, preguiçosa.' Ouvi alguém sussurrar em meu ouvido e encolhi os ombros sentindo cócegas. Resmunguei alguma coisa indecifrável, mas não movi um músculo sequer. 'Eu não me importo de passar mais meia hora olhando você dormir.' Senti um braço envolver minha cintura e sorri abrindo apenas um olho encontrando Purre me encarando com um leve sorriso.
'Ahn.' Resmunguei cobrindo meu rosto com as mãos e ele riu.
'Ah, vai, você fica tão bonitinha quando dorme. Sabia que você sorri?' Ele tirou minhas mãos do meu rosto e eu o olhei arqueando a sobrancelha.
'Hm... provavelmente eu estava sonhando com alguma coisa boa, então.' Falei fechando os olhos novamente.
'Comigo?' Ele perguntou e eu ri. 'Se eu disser que tá nevando você acorda?' Purre falou em meu ouvido e eu abri rapidamente os olhos.
'Sério?' Sorri me levantando e abri a cortina. 'Neve!' Falei fascinada enquanto os flocos brancos caiam do lado de fora. Incrível como sempre que neva eu fico parecendo uma criança que ganhou o presente que pediu pro Papai Noel. Fiquei observando a rua já com uma camada fina banca e depois virei pra Purre que estava sentado na cama e me observava sorrindo.
'Que foi?' Ele perguntou quando eu sorri.
'Quando a gente vai sair?' Perguntei animada e sentei de frente pra ele na cama.
'Sair? Pili , tá nevando. Esse é um dia perfeito pra ficar em casa aproveitando a calefação interna!' Ele me empurrou um pouco pro lado se deitando na cama e puxou o cobertor para si.
'Ah não, Purre !' Deitei por cima dele. 'Por favor, por favor, vamos sair!' Falei dando beijinhos no rosto, pescoço e peito dele. 'Por favor, por favor.' Falei com a voz manhosa.
'Pilar, não provoca!' Ele sorriu.
'Então fala que a gente vai sair! Eu quero fazer anjinhos e bonequinhos na neve!'
'Pili , quem devia tá falando isso era o Théo !' Dei língua e ele riu.
'O Théo também vai adorar. Vamos!' Falei animada e ele rolou os olhos. Continuei deitada em cima dele o encarando sem sorrir.
'Céus, como essa menina me dá trabalho!' Ele bufou e se virou ficando por cima de mim. 'Você nem me deu um beijo de bom dia ainda e já tá me explorando!' Ele aproximou o rosto do meu, mas eu botei uma mão em minha boca.
'Não escovei os dentes ainda!' Falei com a voz abafada e Purre rolou os olhos saindo de cima de mim.
Fui até o banheiro, escovei os dentes, prendi o cabelo num rabo frouxo e voltei pro quarto. Purre estava deitado de barriga pra cima e encarava o teto. Parei do lado da cama e fiquei o observando, analisei o rosto perfeitinho dele por alguns segundos, me perguntando como é possível alguém não se apaixonar por ele. Além de todas as outras coisas, ainda consegue ser assustadoramente lindo.
'Que foi?' Ele perguntou sorrindo e me olhando.
'Nada.' Dei de ombros e engatinhei na cama até deitar novamente por cima dele. 'Mudou de idéia?' Perguntei sorrindo feito uma criança.
'Escovou os dentes?' Ele sorriu malicioso e eu gargalhei.
'Ah vaai, Purre ! Eu vou lá acordar o Théo !' Falei saindo de cima dele, mas Purre me puxou e deitou por cima de mim.
'Porque a gente...' Ele começou a beijar meu pescoço. 'Não aproveita um pouco...' Ele foi subindo os beijos. 'Enquanto o Théo tá dormindo?' Ele nem me deixou responder e começou a me dar leves beijinhos na boca. Porque quando um cara sabe o efeito que tem sobre uma mulher, adora provocá-la?
'Porque a gente...' Comecei a falar enquanto ele continuava me beijando. 'Não acorda o Théo e...' Purre não me deixou continuar. Senti sua língua passar calmamente por meus lábios e os abri fazendo com que ele sorrisse. Passei meus braços em volta de seu pescoço enquanto ele se apoiava com um braço na cama e sua outra mão massageava minha cintura.
'Péssima idéia!' Ele sussurrou ainda com a boca grudada na minha e voltou a me beijar.
Eu sentia como se cada pedacinho de mim estivesse sendo energizado por uma corrente elétrica, era como se meu sangue circulasse provocando choques. Entrelacei meus dedos no cabelo de Purre como se aquilo conseguisse me manter sã e senti sua mão apertar minha cintura.
Não importava quanto tempo durasse o beijo, meu coração permanecia completamente descontrolado, à vezes eu tinha a impressão de que ele poderia parar a qualquer momento e ficava me perguntando se aquilo era realmente normal. Mas eu parava de me preocupar com isso, enquanto Purre estivesse ali comigo, o fato de meu coração estar acelerado ou parado ficava em segundo plano.

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