Capítulo 37

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'Purre , você ainda tá vestido assim?' Falei já um pouco irritada. Já devia ser a quarta vez que eu entrava na sala e via Purre de boxer jogado no sofá.
A festa em comemoração às Bodas de Prata dos pais de Renata seria em menos de uma hora. Eu já estava praticamente pronta, assim como Théo , só faltava Purre resolver se mexer do sofá, e confesso que eu já estava quase tirando ele dali a vassouradas.
'Pili , a festa é só daqui a uma hora!' Ele falou sem se mexer e eu bufei.
'Purre , eu já disse que a Rena pediu pra chegar um pouco antes. Vai, por favor, toma banho e vai se arrumar.' Pedi fazendo cara de criança e juntando minhas mãos.
'Odeio quando você faz essa cara, sempre funciona!' Ele se levantou balançando a cabeça e me fazendo rir. 'Também odeio quando você fala parecendo a minha mãe!' Purre passou os braços por minha cintura e eu espalmei minhas mãos em seu peito nu.
'A diferença é que nem a sua mãe teria tanta paciência.' Falei sorrindo e ele negou balançando a cabeça.
'A diferença é que eu não durmo com a minha mãe!' Ele me deu um selinho rápido e correu pro quarto.
'Idiota!' Falei alto e o ouvi dar risada já dentro do quarto.

'Já disse que você tá linda?' Purre comentou pela milésima ou bilionésima vez, e eu já estava quase procurando um buraco pra me esconder.
'Já, Purre . Quer parar de me deixar sem graça?' Falei dando um soquinho em seu braço e ele riu. Estávamos na entrada da casa dos pais de Renata , Kat estava com Théo no colo mais atrás, ele certamente dormiria no meio da festa então achei melhor leva-la para que ele não ficasse sozinho num quarto.
'Amiiiga!' Renata me abraçou já bem alegrinha.
'Renata , você já tá bêbada? A festa nem começou ainda!' Falei rindo enquanto ela abraçava Purre .
'Tô bêbada nada, lesada! Só estou... feliz!' Ela bebeu um gole do champanhe e eu olhei pra Purre que segurava o riso. 'Vem, vamos entrar. Essa festa hoje promete!' Ela me puxou pela mão e eu puxei Purre comigo.
'Cadê o Santiago ?' Perguntei olhando em volta.
'Ali, conversando com meu pai!' Ela apontou para os dois que conversavam animadamente.
'Uh, conversa de sogro e genro.' Purre falou com uma cara assustada e nós rimos.
'Você não precisa se preocupar com isso, Giménez .' Renata riu. 'O seu tá loooonge.' Ela abriu os braços e eu tive certeza de que ela já estava bêbada.
'Cala boca, Renata .' Falei dando um tapinha em seu braço.
Senti a barra do meu vestido ser puxada e olhei pra baixo encontrando Théo me olhando com um bico enorme.
'Diga, meu amor!' Falei me abaixando um pouco.
'To com fome.' Ele cruzou os bracinhos emburrado e eu sorri. Céus, meu filho é um faminto.
'O que você quer comer?' Perguntei e ele levantou os ombros. 'Rena , o que tem aí pra eu poder dar pra ele comer?' Perguntei a olhando e ela pensou por alguns segundos.
'Hm... eu sei que o prato principal de hoje a noite é penne, ele gosta?'
'Esse aqui é igual ao pai, amiga, o que derem ele come.'
'Hey, eu ouvi isso!' Purre falou se virando pra nós depois de pegar um copo de champanhe com o garçom. 'Deixa que eu levo ele lá.' Ele me entregou o copo, me deu um selinho e depois pegou Théo no colo o levando até a cozinha.

'Então, como andam as coisas entre vocês?' Renata perguntou quando sentamos no sofá.
'Tudo bem, por quê?' A olhei sem entender e ela deu de ombros.
'Hm... bem em todos os sentidos?' Ela respondeu com outra pergunta.
'Quer ser mais direta, Renata ? Pergunta logo o que você quer saber!' Renata sempre fica fazendo rodeios, ao invés de perguntar logo.
'Vocês já transaram?' Ela falou baixo e eu ri levemente. É, ela estava bêbada.
'Nop.' Falei simplesmente olhando algumas pessoas que tinham acabado de chegar e a mãe de Renata os cumprimentavam.
'Você não tá preparada ainda?' A olhei e balancei a cabeça.
'Não é isso. É só que... ainda não surgiu a oportunidade certa.' Dei de ombros vendo a mãe de Rena fazer um sinal para que ela fosse até lá.
'Então aproveite essa festa, aqui tudo pode acontece-er!' Ela cantarolou e se levantou me deixando sozinha no sofá. Ri comigo mesma sem acreditar nas coisas que ela podia dizer quando bebia.

Fiquei algum tempo no sofá olhando as pessoas que chegavam enquanto eu tomava o champanhe. Senti o sofá ao meu lado afundar e quando olhei para o lado me deparei com um par de olhos verdes me encarando.
'Hey!' O moreno falou simpático e eu sorri desviando meu olhar. Céus, os olhos dele eram totalmente hipnotizantes. Observei as pessoas que enchiam a casa enquanto sentia o par de olhos verdes ainda me encarando. Ótimo, era tudo que eu precisava!
'Erm... você é a Pili ?' Ele falou interrompendo meus pensamentos e eu o olhei tentando reconhecer seu rosto de algum lugar.
'Sou.' Falei em duvida e o olhei durante mais alguns instantes. 'Desculpa, eu não lembro de você.' Acabei falando e ele sorriu.
'Eu sou o Jason, o primo da Rena ! Faz tanto tempo que a gente não se vê.' Ele falou meio sem graça e eu abri um pouco a boca tentando falar alguma coisa.
Ok, até onde eu me lembrava Jason era o primo magrelo chato da Rena que ficava nos importunando quando éramos um pouco mais novas. O pai dele acabou sendo transferido pra Nova York e ele foi junto, para minha felicidade e de Renata .
'Tá falando sério?' Falei ainda sem acreditar e ele soltou uma gargalhada.
'Eu mesmo, acho que mudei um pouco.' Ele ficou um pouco sem graça. Um pouco? Amigo, você ficou extremamente gostoso!
'Jason, você mudou muito!' Falei sorrindo. 'Você voltou de Nova York?' Perguntei ficando mais a vontade e engatamos uma conversa sobre o novo emprego dele e como ele havia sido transferido novamente para a Inglaterra.

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