Capítulo 26

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Acordei ouvindo o barulho da chuva batendo fortemente na janela e me encolhi embaixo do cobertor, o quarto estava todo fechado e ainda assim o frio era congelante. Fechei os olhos tentando dormir de novo, até lembrar que Renata tinha dormido ali comigo. Me sentei percebendo que o lado em que Renata dormira agora estava vazio e esfreguei meus olhos numa tentativa de despertar completamente. Fui até o banheiro para lavar o rosto e escovar os dentes, depois vesti uma calça de moletom e um casaco enorme de Purre que estava impregnado com o perfume intoxicante dele.
Ouvi um barulho vindo do quarto de Théo e fui até lá encontrando ele e Kat brincando no chão.
'Bom dia, Kat!' Sorri educadamente e ela retribuiu. 'Hey, bom dia meu príncipe!' Peguei Théo no colo beijando sua bochecha.
'Bom dia, mãe!' Ele sorriu com as mãos em minha bochecha e eu ri.
'Kat, brigada por ter passado a noite aqui com o Théo . Hoje eu vou ficar em casa, então você pode ir!'
'Brigada, Pili !' Ela sorriu e saiu do quarto.

Fiquei algum tempo brincando com Théo , mas senti meu estomago roncar e resolvi ir até a cozinha comer alguma coisa. Quando passei pelo quarto de hospedes vi que a porta estava aberta e Purre não estava lá. Caminhei lentamente até a cozinha e o encontrei tomando café com o olhar completamente perdido.
'Yey! Bom dia!' Falei sorrindo fraco e ele me olhou ainda um pouco perdido. Ele devia estar em outra galáxia, só pode.
'Boa tarde.' Ele também sorriu apontando o relógio que já passava do meio dia.
Botei um pouco de café na xícara e me sentei ao seu lado na mesa da cozinha.
'A Renata saiu um pouco antes de você acordar.' Ele cortou o silencio e eu concordei balançando a cabeça. 'O que aconteceu... ontem?' Ele perguntou um pouco receoso e eu lembrei de James.
'Nada.' Falei baixo. 'Só não tava me sentindo muito bem.' Encarei seus olhos que tinham um pouco de preocupação e sorri.
'Preciso te ensinar a beber, Pili !' Purre fez uma cara convencida e eu dei língua.
'Há-há, palhaço!' Ri. 'Vai sair hoje?' Desviei o assunto.
'Nop, to cansado.' Ele deu de ombros e eu concordei silenciosamente.
Théo apareceu na cozinha e Purre o carregou colocando-o em cima da bancada.
'Tá com fome, campeão?' Théo concordou freneticamente e eu ri.
'Esfomeado igual ao pai.' Falei baixo.
'Eu ouvi isso, Pilar !' Purre falou num tom ameaçador me fazendo rir alto. Ele voltou a sentar ao meu lado, dessa vez com Théo no colo e o ajudou a comer um sanduíche. 'E você, vai sair hoje?' Ele me olhou e eu neguei com a cabeça.
'Não to com muito saco.' Dei de ombros.
'Quer fazer alguma coisa?' Ele sorriu e eu tive que me controlar pra não escancarar um sorriso maior que a minha cara.
'Defina alguma coisa!' Falei rindo.
'Hm, ver filmes idiotas e comer a tarde toda!' Ele fez uma cara de criança e eu balancei a cabeça sorrindo.
'Ai céus, eu convivo com duas crianças.' Ele deu língua. 'Besteirol americano com pipoca e chocolate?' Falei sugestiva e Purre abriu um sorriso imenso.
'Isso!' Ele bateu a mão na mesa e eu ri.
'A gente tem que ir na locadora.' Falei vagamente e ele concordou. 'Vou tomar banho.' Mandei beijos no ar e corri pro quarto.

Tomei um banho rápido e quando voltei pro quarto Purre e Théo estavam brincando em cima da cama.
'Yey, demorei demais foi?' Perguntei olhando o relógio e Purre sorriu.
'Nop, eu já tinha tomado banho, só vesti uma roupa!'
'Ok, deixa eu pegar o moletom.' Falei pegando novamente o moletom grande de Purre e vestindo.
'O meu moletom por sinal!' Ele sorriu convencido e eu dei língua.
'Ele é grande e quentinho!' Fiz uma voz boba.
'E tem meu perfume.' Ele piscou e eu quis enfiar minha cabeça em algum buraco.
'Besta.' Dei língua sentindo meu rosto queimar e imaginando o quão vermelha eu estava.
'Adoro te deixar sem graça.' Ele deu um risadinha e eu mandei o dedo do meio.

'Você se acha muito, José Giménez . Sua moral não tá tão alta assim!' Falei já no hall do lado de fora do apartamento e ele arqueou a sobrancelha. 'Pois é!' Falei dando de ombros, mas sorri.
'Então tá, Pili . Você finge que me engana e eu finjo que acredito.' Ele sorriu.
'Ah, vai pra merda, Purre !' Dei um soquinho em seu braço e ele riu alto.
Fomos o curto caminho até a locadora em silêncio, só se ouvia o barulho da chuva forte batendo no carro.
'Preparada pra tomar chuva?' Purre sorriu e eu olhei em duvida pra Théo . 'Vamos tomar chuva?' Ele também olhou pra Théo que sorriu.
Purre parou o carro o mais próximo possível da porta da locadora. Ele pegou Théo no colo e contou até três pra sairmos do carro correndo.
'Chuva!' Théo falou sorrindo quando entramos na loja.

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