Saí do banho escutando meu celular tocar insistentemente em cima da cama. Meu cabelo estava pingando e eu tinha medo de escorregar a cada passo que eu dava, odiava sair do banho as pressas sem poder me enxugar direito.
'Alô!' Falei rapidamente sem nem olhar no visor.
'Amiga, quero meu namorado de volta.' Renata falou com uma voz de criança me fazendo rir enquanto eu voltava para o banheiro, metade do quarto já havia sido alagada.
'Pára de ser carente, Renata .' Ri a ouvindo resmungar baixo. 'Tem planos pra hoje?' Perguntei pensando que podíamos assistir a algum filme já que era sexta feira.
'Tenho, ficar deitada na cama me entupindo de chocolate enquanto imagino o Santiago se divertindo com várias irlandesas.' Argh, as vezes Rena consegue ser pior do que eu.
'Nada de ficar deitada na cama imaginando absurdos. Vem aqui pra casa, a gente vê uns filmes, come uma pipoca, fofoca...' Falei sorrindo e ela demorou alguns segundos pra responder.
'Ok, só vou tomar banho e me arrumar. Beijos.' Antes que eu pudesse responder ela já tinha desligado.
Larguei o celular em cima da bancada do banheiro e voltei a me enxugar enquanto ria ainda imaginando Renata deitada numa cama pensando no Santiago com as irlandesas.
Já havia uma semana desde que os meninos tinham viajado e pra minha surpresa a semana passou rápido. Purre ligava quase todo dia, geralmente de noite já que ele sabia que esse horário eu estaria em casa. A apresentação deles para a gravadora só aconteceria na outra semana e até lá eles estavam hospedados em uma casa ensaiando todo dia. Claro que à noite eles saiam para os pubs irlandeses e se divertiam, mas aquilo não me incomodava tanto quanto incomodava Renata , talvez pelo fato do Purre ter me dito isso ao invés de esconder como Santiago fez. Eu sei que ele não escondeu por mal, ele conhece a namorada que tem e sabe o quão ciumenta ela é.
Terminei de secar meu cabelo e vesti uma camiseta básica com uma calça de moletom. Ouvi a risada de Théo vindo da sala onde ele brincava com Kat e sorri passando os dedos pelos cabelos para desembaraçá-los, mas alguns nós me fizeram desistir e pegar um pente para ser mais fácil. Minutos depois fui para a sala para dispensar Kat e esperar por Renata .
'Hey, Kat, você já pode ir agora, ok?' Sorri e ela retribuiu se levantando para pegar a bolsa.
'Até segunda.' Ela falou da porta e eu acenei brevemente.'Mãe, papai não ligou hoje.' Théo falou tirando os olhos da tv e eu arqueei a sobrancelha.
'Hm... ainda não, meu amor, mas tá cedo.' Sorri e ele retribuiu voltando a olhar para a tv que passava um desenho qualquer. Menos de vinte minutos depois Renata já estava lá em casa.
'O Purre já te ligou hoje?' Ela perguntou enquanto olhava os dvd's espalhados na mesinha da sala.
'Ainda não, mas ele liga geralmente esse horário.' Dei de ombros lendo a sinopse de um filme que ela tinha levado. 'Esse parece ser bom.' Falei mostrando e ela concordou.
'É legal, faz tempo que eu não vejo. Bota lá.' Ela se ajeitou no sofá e começou a brincar com Théo enquanto eu ia até o aparelho de dvd e colocava o disco.
'Pili , o Théo quer pipoca.' Renata falou rindo e eu botei a mão na cintura a olhando. 'É sério, poxa. Théo , fala pra sua mãe, você não quer pipoca?' Théo me olhou sorrindo e confirmou balançando a cabeça. 'Há-há!' Renata deu língua e eu dei risada jogando o controle pra ela e indo até a cozinha.O filme já estava no final quando o celular de Rena começou a tocar e eu pausei para que ela atendesse. Théo milagrosamente ainda estava acordado e brincava com uma miniatura das Tartarugas Ninjas que tinha ganhado do pai.
'É o Santiago !' Ela sorriu antes de atender o telefone. 'Hey!' Rolei os olhos sorrindo, ela consegue ser tão boba e apaixonada.
Fiquei encarando o teto enquanto ela jogava conversa fora com o namorado. Provavelmente ao invés de ir em algum pub, eles resolveram ficar bebendo em casa e fazendo coisas que eu preferia não imaginar.
'Pili , cadê seu celular?' Renata perguntou me despertando e eu olhei para a mesinha da sala achando que o celular estaria por ali.
'Hm... boa pergunta.' Dei de ombros tentando lembrar a ultima vez que eu tinha usado o celular. 'Ah! Eu deixei no banheiro.' A olhei e ela balançou a cabeça.
'O Purre tá tentando te ligar, idiota!' Ela jogou uma almofada em mim. 'Toma, fala aí com ele.' Ela estendeu o celular pra mim.
'Hey!' Sorri percebendo que eu fiz a mesma coisa que Rena tinha feito.
'Muito bonito não atender o telefone pra mim, né?' Purre se fingiu de bravo e eu ri.
'Desculpa, deixei ele lá no quarto e vim aqui pra sala ver filmes com a Rena .' Fiz careta mesmo sabendo que ele não veria. 'Resolveram ficar em casa hoje?' Mudei de assunto.
'É, todo mundo meio cansado dos ensaios, resolvemos ficar por aqui com algumas cervejas e jogando conversa fora.' Ouvi algum dos meninos gritar alguma coisa e todos eles riram. 'O Manuel já tá meio bêbado aqui. Sai cara, que nojo!'
'Ok, eu não quero saber das nojeiras que vocês devem estar fazendo por aí.' Ri.
'Não queira mesmo.' Mais risadas. 'É melhor eu ir antes que o Manuel faça mais porcarias. Aproveita aí o filme com a Rena .' Ele suspirou e depois falou mais baixo. 'Você faz falta aqui.' 'Você faz falta por aqui também.' Falei no mesmo tom encarando minhas mãos e senti alguém cutucar meu braço. 'O Théo quer falar com você, vou passar pra ele. Beijo.' Passei o telefone pra Théo que ficou conversando e rindo de todas as besteiras que Purre devia estar lhe falando.'Ufa, ele finalmente dormiu.' Falei voltando pra sala.
Depois que o filme terminou eu e Renata ficamos conversando até que Théo finalmente reclamou do sono e eu o levei pro quarto e fiquei lendo algumas histórias até que ele dormisse.
'Tem alguma bebida alcoólica aí?' Renata sorriu jogada no sofá me fazendo rir.
'Tem cerveja na geladeira.' Falei lembrando que Purre tinha comprado algumas e ainda estavam lá. Renata concordou e eu fui até a cozinha pegando duas latinhas na geladeira e voltando pra sala.
'Se eles podem, a gente também pode!' Ela bateu a lata na minha fazendo um brinde e dei uma risada alta. 'A gente podia chamar um gogo boy!' Ela falou naturalmente e eu a olhei com a sobrancelha arqueada, quando ela também me olhou caímos na risada.
'Eu tenho pena do Santiago .' Falei em meio a crise de risos e ela me deu um tapinha no braço.
'Tem que ter pena é de mim, magina eles lá se divertindo com as irlandesas e a gente em casa.' Ela fez careta.
'Rena , eles estão em casa, nem começa!' Ela deu de ombros.
'Hooooje eles estão em casa. E quem garante que eles não chamaram uma dançarina do ventre?' Renata consegue pensar tantos absurdos.
'Ai, Renata , deixa isso pra lá. O que os olhos não vêem o coração não sente.' Dei de ombros e ela bufou.
'Você e essa sua filosofia de merda.' Ela jogou uma almofada em mim. 'Já pensou em casar?' Ela mudou completamente de assunto e eu a olhei sem entender. 'Ah, sei lá, nesses últimos meses eu venho pensando nisso. Não somos mais duas adolescentes, Pili .' Ela me olhou e eu concordei balançando a cabeça vagamente.
'Nesse ultimo ano eu tive tantos problemas, que casamento era uma coisa completamente fora de cogitação.' Suspirei.
'Mas e agora, que você o Purre estão bem?' Ela sentou direito no sofá e eu fiz o mesmo cruzando as pernas.
'Não sei.' Dei um gole na cerveja enquanto a palavra casamento soava em minha mente. 'Às vezes eu meio que encaro tudo isso como um casamento. A gente mora junto, temos um filho, passamos por problemas, não é exatamente como se fossemos um casal fofinho de namorados.' Renata concordou.
'Namorados... soa bonito, né?' Ela riu e eu concordei sorrindo imaginando quando eu ia poder chamar o Purre de namorado. 'Não acho que isso passe muito pela cabeça do Santiago , pelo menos não agora. Mas na do Purre ... não sei.' Ela ficou pensativa por alguns instantes enquanto eu a olhava. 'Por mais que ele seja aquele crianção, bobo e tal, eu acho ele bem sério quando o assunto é você e o Théo . Ele realmente leva vocês a sério, ele não é um pai inconseqüente e nem nada.' Ela me olhou enquanto eu absorvia suas palavras.
'O Purre é muito imprevisível, nunca consigo saber qual vai ser o próximo passo dele.' Dei de ombros.
'É, vai que ele chega de Dublin com uma aliança.' Ela falou séria, mas nós rimos logo depois. 'Você nunca contou pra ele o que aconteceu minutos antes do acidente?' Ela me olhou e eu neguei mordendo meu lábio inferior. 'Mas se você contasse...'
'Eu não vou.' A interrompi séria e ela deu de ombros bebendo um gole da cerveja.'Pili , posso dormir aqui?' Rena perguntou já com os olhos fechados e deitada no sofá. O que algumas latinhas de cerveja não fazem.
'Pode sim, sua bêbada.' Dei risada. 'Vai ficar aí? Não prefere ir lá pro quarto?' Perguntei pegando as latinhas de cerveja da mesa.
'Nah, aqui tá bom. Boa noite!' E como num passe de mágica ela dormiu. Eu ri silenciosamente e fui até a cozinha jogar as latinhas fora.
Antes de ir pro quarto olhei Théo que dormir tranquilamente. Quando peguei o celular que tinha deixado no banheiro vi que tinha uma mensagem." 'I want to touch you, and sleep with you' você ia amar a paródia que fizemos de all about you.
Acho que estamos bêbados! Haha boa noite, amor. Purre xx"Sorri instantaneamente quando li a palavra "amor". Pensei em responder alguma coisa, mas antes que meu cérebro fosse capaz de pensar em uma resposta legal, eu apaguei.
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Addicted - #Pilurre
FanfictionE se por um acaso do destino ele não lembrasse mais de você e nem de tudo que vocês passaram?! Você seria capaz de recomeçar tudo e dar um novo rumo a essa história? ESSA FANFIC NÃO É MINHA, É APENAS UMA ADAPTAÇÃO COM OS ATORES DE "GO! VIVE A TU MAN...