Coulson não trouxe grandes novidades esta manhã. Mesmo seus agentes mais talentosos não conseguiram descobrir a origem dos detonadores remotos instalados nas três bombas que explodiram há duas semanas. Mas uma suspeita, sobre como meu inimigo vinha seguindo meus passos, foi confirmada. Um aplicativo fantasma foi instalado no meu celular, provavelmente através de bluetooth. Esse aplicativo ativou e conectou meu GPS a uma fonte desconhecida até o dia do ataque.
Isso pode significar que meu inimigo esteve bem perto de mim. E que determinou os locais para instalação das bombas pouco antes de acioná-las, demonstrando uma frieza calculista incomparável. Ao me ver com Amy naquela cafeteria, simplesmente escolheu locais ao nosso redor e BOOM. Isso também me leva a crer que talvez ele tenha um cúmplice, alguém que cuidou da logística das bombas enquanto ele nos espionava à distância e enviava as mensagens hostis que ignorei.
A S.H.I.E.L.D. tentou vasculhar as câmeras de segurança de todo o perímetro, porém, para meu azar, as imagens daquele dia foram misteriosamente apagadas. A suspeita é que um vírus se espalhou no sistema de segurança e causou uma pane geral na região central de Nova York, desligando todas as câmeras de forma muita conveniente.
Por mais que eu pense, não consigo me lembrar de ninguém do meu passado que tenha capacidade e conhecimento para armar esse ataque tão bem executado. Tampouco imaginar o motivo.
Exames minuciosos nos escombros e resquícios das bombas também comprovaram que o Hulk foi mesmo envenenado. Uma substância extremamente tóxica, cujos efeitos nocivos foram potencializados por radiação Gama na fabricação. O resultado foi a fúria fora de controle que se abateu sobre o Outro Cara, que ficou desesperado e desnorteado pela dor e alucinações provocadas pela substância reformulada especialmente para ele. Para mim. Por sorte, o efeito passou depois de algumas horas.
Sobre essa substância, tudo o que a S.H.I.E.L.D. descobriu até o momento é que a HYDRA tinha um projeto bem parecido na base em Sokovia. Um elemento químico perigoso, que incluíram nos experimentos realizados em seres humanos naquela época.
No momento, estamos trabalhando com essa possibilidade. Que meu inimigo é da HYDRA ou possui algum tipo de conexão com ela. Se a suspeita tiver fundamento, continuo no escuro. É praticamente impossível determinar uma cabeça, em meio a tantas, que teria esse desejo de vingança. Motivos não faltam, é claro. Em Sokovia, o Hulk foi determinante na dominação da base e, tenho certeza, que deixou muitos agentes da HYDRA incapacitados com sua violência feroz.
Por outro lado, todos eles foram rendidos e se encontram em uma prisão especial desde então. Não teriam como se comunicar com alguém do exterior e orquestrar a vingança contra mim. Além disso, nesse caso, todos os Vingadores ativos naquela época seriam os alvos e não apenas eu.
As imagens de Amelia enviadas para a S.H.I.E.L.D. com a exigência de que eu voltasse e a maneira como essa ameaça obscura vem se comportando desde então não deixam dúvida. É uma vingança bem direcionada. É pessoal. É comigo. Mas quem? Quem está por trás disso?
Quanto mais eu penso e tento encontrar respostas, menos as coisas fazem sentido e mais perguntas surgem. Por isso, decido que, pelo menos por hoje, vou enterrar esse assunto e me concentrar em outro.
Amelia é como uma válvula de escape no meio das incertezas e mistérios que pairam no ar. Pensar nela — em especial na nossa conversa no Quinjet, mais cedo — é como um bálsamo, algo que me traz conforto e esperança. Ao mesmo tempo, também fico tenso, pois lhe fiz uma promessa. Prometi que iremos tentar hoje. Ficar juntos, de verdade, como um homem e uma mulher.
Sexo se tornou uma espécie de tabu para mim depois do Hulk. Não sei como ele vai se comportar, embora eu tenha certeza que não será fácil controlá-lo. Se um beijo foi o suficiente para despertá-lo quando beijei Amelia pela primeira vez, o que esperar de uma situação ainda mais íntima entre nós?
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A Bela, o Outro Cara & Eu
Fiksi PenggemarQuando o mundo viu o Hulk fora de controle durante os eventos de Era de Ultron, Bruce Banner decidiu desaparecer do mapa ao final da batalha. Ir embora sem olhar para trás lhe pareceu a solução ideal e correta, afinal ele não queria arriscar que al...