Capítulo 55: Dinesh Yamir

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Mesmo que o Kiran contribua indiretamente para o plano de vingança, não podia envolvê-lo demais. Somente eu havia passado por essa situação, então é o meu fardo. Por isso, o indiano servia como distração para os convidados tocando majestosamente no piano, passeando os dedos pelas teclas alternando o olhar entre mim e o instrumento. Enquanto isso, aproveito o momento para me afastar do salão principal e avançar pelos corredores da mansão clássica.

O corredor principal era um pouco largo, um longo tapete vermelho indicava o caminho e havia quadros em ambas as paredes. A moldura de ouro indicava o poder aquisitivo do proprietário, bem como os dois vasos feito de vidro no local. O lustre de cristal iluminava todo o vasto corredor.

Em passos apressados, aproximava-se erguendo as bordas do longo vestido preto com ambas as mãos. Ao alcançar o final do corredor, encontro dois seguranças altos e de terno fitando-me com uma expressão nada agradável. Apenas ergo os braços para mostrar que eu sou uma garota inofensiva e sem nenhuma arma, esperando que eles se aproximem para me examinar. Então, coloco uma mão nas costas puxando uma fita preta e a longa saia caía, deixando-me com uma mini saia da mesma cor.

Os seguranças já estão perto demais, por isso puxo o teaser preso em minha coxa e eletrocuto um deles. Abaixando meu corpo, consigo dar uma rasteira do segundo e aproveito sua guarda baixa para lançar a descarga no outro. Ergo-me como se nada tivesse acontecido e continuo a minha caminhada apressando os passos, tirando o walk-talk que estava dentro do sutiã.

— Kiran? Ainda tocando?

Deram uma pausa de cinco minutos. — ele responde calmo. — Chegou no segundo andar?

— Quem me dera, ele reforçou a segurança.

— Provavelmente, previu esse ataque. Tome cuidado, lembre-se da planta da casa.

— Não se preocupe, eu decorei toda a planta.

Sabe que continuo me preocupando com você, Sakura. — dizia com ternura.

Abro um sorriso bobo diante de suas palavras, guardando o aparelho dentro do sutiã e voltando a correr. O sapato alto precisou ser jogado de lado para continuar a avançar porque locomover-se com eles era incômodo. Ao subir as escadas do segundo andar, paro de andar ao encontrar três seguranças fitando-me através dos óculos escuros. Droga! É difícil golpeá-los sem ter noção de para qual lado olham.

O primeiro segurança avançou contra mim mas, rapidamente, ergo a perna e dou um chute giratório em seu rosto. O nocaute foi certeiro, levando-o ao chão. Os demais se entreolham surpresos e vão em minha direção ao mesmo tempo, cercando-me com uma cara de poucos amigos. Esse é o momento para tentar aquele movimento que falhei em Yanai ao salvar a Miku.

Inclino o corpo para frente, apoiando ambas as mãos no chão e erguendo as duas pernas – como se estivesse plantando bananeira o que, de fato, estava – para abri-las em sincronia. Cada pé acertava o maxilar dos seguranças, pelo menos dois deles, que estavam nas laterais deixando-os tontos o suficiente para cambalear para trás. Ao jogar o corpo para frente, dou um mortal pousando cara à cara com o terceiro segurança e não espero uma reação do oponente para atacar. Por isso, dou-lhe um soco certeiro em seu nariz e o ouço se quebrar. Minha mão latejava de dor mas permaneci com a expressão neutra, dando outro soco e vendo-o cair de costas no chão, totalmente inconsciente.

Mal tenho tempo de abrir um sorriso vitorioso pois os dois homens puxam-me para trás e tenho uma péssima experiência ao sentir minhas costas irem de encontro ao chão. Pelo visto, os capangas desse desgraçado são bem treinados. Mesmo em desvantagem de número, consigo sacar de forma rápida o teaser e usá-lo em um dos seguranças. Infelizmente, ele apenas cai de joelhos olhando-me com fúria. Então, aproveito o momento para dar um chute de baixo para cima em seu queixo com toda a força que possuía e, desta vez, deixo o terceiro oponente inconsciente.

Entre amor e vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora