Capítulo 8: O começo da vingança

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Mais um dia de aula começou, cheguei cedo na escola e por isso faltavam alguns minutos para fecharem os portões. Ao caminhar pelo corredor, ouvi cochichos de um grupo de meninas da minha sala, elas me olhavam com desprezo e passei perto delas ouvindo alguns comentários.

— Como ela pôde tratar o Yatori daquele jeito? — disse uma, em tom enojado.

— Sim amiga, ela é a pior das pessoas. — comentou a outra.

Parei de andar, minhas pernas diziam para continuar a caminhada mas meu coração me mandou ficar. Senti a brisa fria da manhã bater em meu rosto, apertei a aba da mochila a e respirei fundo. Quanto esforço foi necessário para não partir para cima daquelas infelizes? Não sei, apenas virei o meu rosto na direção delas e as encarei com todo o ódio possível. Vi que a expressão das coitadas eram de medo e só podia rir internamente ao ver o lado patético dessas patricinhas.

— Ora ora. Então, o passa tempo de vocês é se preocupar com a vida dos outros. — me aproximei delas e segurei o rosto de uma, apertando com muita força. — Sinto nojo de todas vocês, de como sentem prazer em humilhar os outros, é uma pena que eu não ligo. Se continuarem com esses comentários desnecessários, farei a vida de todas um inferno! — ri maldosamente e sai andando calmamente sentindo os olhares de medo me guiarem.

Joguei a mochila na carteira, sai da sala e fui à procura do Kiran. Olhava para os lados mas nada dele, até que senti seu cheiro de camélia se aproximar de mim e um vento quente em meu ouvido. Me virei com raiva e dei um soco na sua barriga, ele riu colocando a mão no lugar e me deu um de seus sorrisos típicos.

— Bom dia, enfezadinha!

— Nada de "bom dia"! Como ousa soprar em meu ouvido? – eu o mutilei com o olhar, ele continuava a sorrir como se nada mais importasse. Decidi deixar a raiva de lado pois brigar seria desnecessário. – Bem... Bom dia para você também...

— Estava me procurando?

— Sim, queria saber mais sobre o plano da minha vingança.

Ele ficou uns segundos em silêncio, parecia tentar lembrar-se do assunto.

— Ah! Sim, sim! — ele me entregou um papel ainda sorrindo. — Tudo o que precisa saber está aí, também consegui a planta da casa da sua vítima. Já sei como podemos nos infiltrar na casa dele.

— Como? — não consegui esconder a curiosidade no olhar.

— Fiquei sabendo que Dylan Hall precisa de uma empregada para terminar de empacotar as coisas para a viagem. Sua casa é grande e em momento de mudança é necessário toda a ajuda possível. Você podia ser essa empregada.

— O que?! – gritei, todos me olharam e fui para um corredor vazio. — Não vou me rebaixar sendo empregada desse saco de lixo!

Kiran soltou uma risada descontraída, mostrando os dentes brancos e perfeitamente alinhados. Depois do surto de risos, sua expressão voltou à serenidade de antes e ele sorriu de canto.

— Mas você ficará fofa.

Eu o fuzilei com o olhar e ele ficou sério por um instante.

— É necessário para que você o mate e ninguém desconfie.

Essa ideia de empregada era inaceitável para mim, porém, deixar a chance de fazer Dylan Hall, um dos piores homens do mundo, sofrer seria burrice. Lembrei de quando eu fui torturada, me lembro da sua risada, ela soava superior e desumana. Ele é como os outros, e agora vai ser o primeiro a pagar por tudo que fez à mim. Encarei o rosto confuso de Kiran, meus olhos por um instante se fixaram no dele e eu concordei com a cabeça em seguir o seu plano.

Entre amor e vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora