Capítulo 68: Redenção

93 9 100
                                    

Após matar a própria irmã, Misty, Kendra liberava o estágio máximo da pedra do elemento. Seus olhos dourados brilhavam com intensidade, as chamas percorriam das suas mãos para o restante do corpo enquanto o longo cabelo queimava intensamente.

O vulcão atrás de nós começa a emitir ondas e uma densa fumaça saí dele, espalhando-se por toda a região ao redor. Apoiando a mão sobre a boca, estico a outra para frente e crio um redemoinho entorno de nós três afastando a fumaça tóxica. Kendra avança contra mim, seu punho é envolto por lava e chamas. Em defesa, minha mão é cercada por água e dou um impulso mesmo com as pernas machucadas.

Nossos golpes se colidem, erguendo uma forte fumaça por causa da diferença de temperatura dos elementos. Devido à força executada, uma camada de ar forma-se entre nós duas rachando o solo abaixo. Meus olhos fitam intensamente as orbes douradas da oponente enquanto meu corpo começa a recuar.

Eu não posso perder!

Kendra lança uma risada maléfica.

— Desista! O elemento fogo em sua totalidade é extremamente forte!

Pretendia respondê-la mas Kendra solta uma exclamação surpresa, porque agora é o seu corpo que se move para trás. Ela pisca os olhos confusa, vendo as chamas em seu punho diminuírem lentamente até sumir por completo.

— O que? Como assim?

Atrás da ruiva, Kiran surge e a puxa pelo pescoço, mesmo cheio de ferimentos. Em seguida, apoia a mão sobre o coração dela e consegue atravessar sua pele como se fosse intangível. Ao recuar um pouco, percebo uma pedra de cristal vermelha com o interior laranja. Porém, o objeto some ao mesmo que as mãos do indiano ficam em chamas.

Kendra o empurra para longe, olhando as próprias mãos trêmulas enquanto seus olhos voltam para a tonalidade vermelha.

— O meu poder... Ele...

— Sumiu. Você mesmo disse que a pedra do fogo representa o amor. — Kiran respondia enquanto suas mãos ainda estavam em chamas. — Mas matar a própria irmã é sinal de que não é digna de tal sentimento.

— Então, a pedra passou para o usuário mais próximo. — murmuro abismada.

— Isso mesmo, Sakura.

— Tolice! Eu a matei para que pudesse construir um mundo melhor, um mundo onde o amor reinará!

— Não se constrói um mundo justo quando a sua base é banhada de sangue. — o indiano dizia seriamente. — Kendra, você provou como os humanos podem agir de forma egoísta em nome do amor. O sentimento seria puro se houvesse o sacrifício.

— Isso é injusto e doloroso!

— Pois bem, amar é isso.

Então, Kiran esticava a mão em direção à ruiva e um intenso fogo consome todo o seu corpo. Ela se debate, gritando de dor e apoiando ambas as mãos na cabeça antes de cair de joelhos. As lágrimas saíam de seus olhos mas evaporavam em questão de segundos. A guardiã tentava se levantar, lançando vários xingamentos para nós dois.

Uma misteriosa presença aparece ao meu lado e posso ver os olhos negros da deusa brilharem ao me ver.

— A-Amaterasu?

— A conexão entre duas pessoas é tão bela.

— O que faz aqui?

— O ódio havia te consumido, mas agora há esperança. Seu coração está voltando a ter a pureza de antes, isso significa que poderás usar meu poder novamente.

— O seu golpe mais forte!

— Isso mesmo, peço perdão por ter falhado com a Kendra mas ela merece descansar. Dê paz a essa alma.

Entre amor e vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora