Capítulo 18: Uma viagem emocionante

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Não foi fácil decidir, queria muito viajar com o meu pai mas algo me impedia. A minha vingança. Eles precisavam pagar, eu sentia o ódio ferver em cada hemoglobina do meu sangue. Eu tinha que me vingar. Falei para o meu pai como estava triste por não poder viajar com ele, expliquei que tinha uma viagem com o Kiran.

— Desde quando você é tão amiga desse garoto?

— Ele... Ele me ajudou quando eu mais precisei. Depois daquele incidente, o Kiran me apoiou e está me ajudando a superar tudo.

Meu pai ficou surpreso já que não falávamos daquela noite. Ele abriu um largo sorriso de gratidão, senti que abraçaria o moreno se ele estivesse aqui. Depois do que eu disse, foi fácil fazê-lo permitir a minha viagem. Agora eu precisava me preparar o mais rápido possível pois não queria perder tempo com coisas tolas nessas férias de verão. Corri para o quarto, após o café da manhã, e liguei para o indiano. O telefone tocou uma vez e logo ele atendeu.

— Sakura?

— Quando será as aulas de jiu jitsu?

— Bem, pode começar hoje. Tempo é o que não temos.

— Tudo bem, passe-me o endereço e eu irei o mais rápido possível para lá.

Kiran ficou alguns segundos em silêncio e me disse o endereço. Eu anotei em um papel e estava pronta para desligar até que ouvi uma voz feminina. Uma voz tão doce e gentil, parecia uma melodia dos anjos. Deduzi pela voz que seria uma mulher.

— Filho?

— Oi, mãe. — Kiran respondeu. — Não se preocupe, já vou ajudá-la. Desculpa, Sakura. Terei que desligar, tenha um bom dia.

E então desliga sem ao menos esperar uma resposta minha.

Fiquei confusa. Ajudar quem? Não sei porque fiquei tão interessada em conhecer quem estava do outro lado da linha. Balancei a cabeça afastando esses pensamentos tolos e logo troquei de roupa, peguei o papel com o endereço saindo de casa. Meu pai nem me viu sair mas eu deixei um bilhete na minha cama dizendo que eu iria passear um pouco, sei que ele acreditará.

O dojo era enorme, nunca vi um tão grande assim na minha vida. Ao entrar, logo avistei uma enorme sala branca, sem janelas e as paredes cobertas por espelhos. Alguns metros à frente, havia alunos treinando no tatame. Pude ouvir o grito de um deles ao jogar o outro no chão, senti um frio na barriga. Não sei se serei boa enfrentando alunos assim, eles parecem saber efetuar vários golpes. Fui falar com o professor, fazendo uma reverência e me apresentando. Ele me disse o seu nome mas não prestei atenção, outro grito acabou me assustando. Vou morrer aqui. Todo o meu corpo tremeu de medo, apertei forte os punhos pensando no que poderia fazer com esses golpes, minha vingança seria mais divertida. Isso me deu coragem.

Ao falar que estava aqui porque o Kiran me mandou, o professor abriu um largo sorriso e disse que conhece a família do moreno. Eu senti vontade de perguntar, porém fui arrastada para o vestiário para trocar a roupa que estava usando. O kimono branco me deu uma sensação de poder, senti que conseguiria fazer qualquer coisa.

O primeiro dia foi bem produtivo e exaustivo, meus ossos doíam muito. Pedi para que tivesse duas horas de treino todos os dias, o professor ficou surpreso e perguntou se eu tinha certeza. Concordei com toda a convicção que tinha e, então, ele aceitou o meu pedido. Treinei muito durante toda a semana, via vídeos no computador e treinava em casa.

A semana passou mais rápido do que eu imaginei, não tive contato com o Kiran durante esse tempo. Ele não me ligou nem mandou mensagens, devia estar preocupado em como executar o plano de vingança. Na segunda semana só tive aula durante dois dias, foram duros treinos mas me ajudaram muito.

Entre amor e vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora