Capítulo 78: O confronto final

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Os passos cessam e a escuridão, lentamente, começa a ser sugada para dentro de algo. Quando meus olhos se encontram com as orbes escarlates da criatura, quase desmaio com sua aparência. O demônio possuía mais de dez metros de altura, face idêntica a uma caveira e a pele assemelhava-se à própria noite. Ao abrir a boca, posso ver a larva escorrendo em suas cavidades nasais e bucais. Ele era corpulento e não possuía roupa nenhuma mas, em contrapartida, seu corpo não passava de uma obra de argila inacabada. A cada passo dado, o chão o qual entrava em contato derretia com o calor emanado do seu corpo.

O Kiran mal podia se mover por causa dos machucados e, por isso, pego o rapaz no colo afastando-me em seguida

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O Kiran mal podia se mover por causa dos machucados e, por isso, pego o rapaz no colo afastando-me em seguida. Por estar com a força de uma divindade, consegui erguê-lo sem esforço algum. Ao parar do outro lado do templo, coloco o indiano delicadamente no chão e desvio a atenção para a criatura. Ela continuava a avançar em passos lentos, fazendo pouco caso da distância entre nós.

Okami apareceu ao nosso lado e envolveu-se ao redor do Kiran em um sinal de proteção.

— Okami, cuide do Kiran para mim, tá bem?

A raposa assentia com a cabeça e dava uma lambida em meu rosto, preocupada.

— Eu ficarei bem.

— Sakura... É muito perigoso... — murmura Kiran ainda tentando se recuperar dos machucados e da estranha "maldição" do Susanoo. — Ele é forte.

— Eu sei, mas não posso ficar de braços cruzados. — comento acariciando seu rosto e o vejo corar. — Preciso te proteger.

Mesmo preocupado, a expressão dele se suaviza e o Kiran apoia a mão em meu rosto. Nesse momento, sou eu quem estou corada com o coração disparado. Os olhos dourados do indiano fitam-me com tamanha intensidade, como se pudesse passar toda a sua energia positiva através desse simples ato. A sua mão quente aquece o meu peito e a sua fé em mim é contagiante, pois me sinto como se fosse capaz de enfrentar qualquer demônio.

Então, diante do silêncio, a voz suave do Kiran ecoa quando nossos rostos estão próximos.

— Sakura, eu te amo.

— Kiran, eu t-...

O enorme demônio segura meu pé, puxando-me para longe do Kiran e só posso torcer para tudo ficar bem ao final da batalha. Então, ainda sendo levada no ar, estico a mão em direção à criatura e a atinjo com um potente jato d'água. Ele recua alguns passos soltando-me no chão e vejo o vapor sair do seu rosto. Por isso, aproveito a situação para lançar um tsunami jogando-o contra a parede.

Em seguida, as rochas da parede são manipuladas para se moverem à meu bel prazer, formando "algemas" prendendo os pulsos e pernas do demônio. Ele se debatia rugindo para mim e abria a boca, cuspindo um jato de lava. Porém, dou vários mortais para trás desviando de cada ataque e o encaro seriamente.

Tenho certeza que não usou metade da sua força.

Então, surjo atrás de Susanoo segurando sua cabeça e a forçando contra o chão. Após uma mini cratera ser feita, pressiono o crânio do deus no solo.

Entre amor e vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora