Capítulo 31: Ajudando quem precisa

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— Está tudo bem, Sakura-chan? — Yana pergunta preocupada, olhando para trás e fitando nós dois.

— Sim. — digo em um tom calmo, ocultando o desespero daquela proposta inesperada do indiano. Ele apenas olhava a paisagem em movimento como se nada tivesse acontecido. Então, sussurro em seu ouvido: — Você ficou maluco?

— Não, não. — Kiran nega com a cabeça. — Eu preciso ir em uma viagem de negócios na China essa semana, então achei uma boa ideia te convidar para ir comigo. Depois dessa viagem, posso ficar mais relaxado pois o antigo diretor da empresa vai retornar.

— Por que não leva a sua mãe e a Maya?

— A Maya precisa ficar por causa dos estudos com os tutores particulares e minha mãe tem que ficar com ela. — dizia soltando um breve suspiro. — Aliás, eu quero te mostrar uns lugares legais lá na China.

— Eu não posso aceitar. Não é como ir para um restaurante na esquina, vou para outro país!

— Mas é só por dois dias. — ele fazia um bico, praticamente implorando para que eu fosse.

— Olha, eu não posso prometer nada. Pedirei ao meu pai, caso ele deixe eu te aviso.

— Opa! — o moreno sorria animado e eu puxei com a bochecha dela. — A-Ai!

— Seja mais discreto!

(...)

— Hein? China? Eu ouvi direito? — meu pai abaixava o jornal, olhando em meus olhos através da lente de seus óculos.

Talvez pedir algo assim no café da manhã não tenha sido uma boa ideia, temo ter tirado o apetite dele. O homem parecia não acreditar nessa proposta – nem eu acredito, francamente – e mal sabia como reagir diante disso. Eu apenas olhei para o lado, dando uma leve mordida no sanduíche e depois bebendo meu suco de laranja.

— Sim, ele viajará à negócios e quer que eu vá também. — respondo após terminar minha comida. — Como serão apenas dois dias e eu estou de férias, não acho que será um problema.

— Mas você anda saindo demais com esse garoto, filha. Tem certeza de que não estão namorando?

— Não. Somos apenas amigos.

— Pois bem, pelo menos está tendo contato com o mundo dos negócios. Isso, de certa forma, me deixa animado. — ele sorria voltando a ler. – Eu pensarei no caso.

— Obrigada. — agradeço com um fraco sorriso.

No final das contas, essa foi sua forma de "permissão".

Passar essa semana inteira treinando jiu jitsu fez bem para mim, consegui esquecer boa parte dos meus problemas batendo em pessoas que não conheço. O professor elogiou minhas habilidades e minha persistência. Era gratificante saber que o meu esforço estava valendo à pena. Ao fim do treino, faltando apenas um dia para a viagem com o indiano, recebi uma ligação da Miku.

— O que foi?

Eu não quero que as férias acabem! — Miku choraminga. — Ainda preciso viajar para muitos lugares, ir em vários shows e dormir na sua casa.

— Você ainda pode fazer isso. Depois marcaremos uma viagem para qualquer lugar e ir para algum show. Aliás, sabe que pode dormir aqui quando quiser.

Desta vez, sou mais gentil em meu tom de voz.

Passamos o caminho todo conversando pelo telefone. Miku parecia realmente animada, acho que o problema com os pais dela estão resolvidos ou ela disfarça muito bem. Essa última opção acabou me deixando preocupada, não gosto de vê-la assim. Fiz o possível para que a chamada fosse algo divertido para minha única amiga.

Entre amor e vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora