Bênção ou Maldição?[°Jihope/Hopemin°]

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Jimin on

Todos estavam super preocupados, eu também, mas antes que eu pudesse entender ao menos o que estava de fato acontecendo, Hoseok me para no meio da entrada para o Palácio (o que seria uma cena incrivelmente bela e perfeita pois, já estava noite, o céu incrivelmente estrelado e ele estava ajoelhado a minha frente com os olhos brilhando, literalmente, e segurando minhas duas mãos, se não fosse pela cidade pegando fogo lá em baixo ). Eu coro e ele passa seu polegar suavemente pela minha pele e o silêncio predominou ali por alguns poucos segundos, cortado apenas pela ventania cantante.

-Jimin-começa Hoseok-Acho que não fiz isso da maneira correta, então, mesmo que talvez nem vivos voltemos dessa guerra, pelo menos morrerei com minha resposta então, Park Jimin,-diz meu nome com firmesa e tira uma caixinha brilhante de trás de si, provavelmente do bolso da calça, e a abre mostrando duas alianças prateadas e com pequeninas pedrinhas. Eu quase infarto na hora.-Você aceita se casar comigo? Para todo o sempre? Até que a morte nos separe?-pergunta com os olhos brilhando e então eu seguro delicadamente suas mãos e me ajoelho também a sua frente sorrindo e com uma lágrima escorrendo.

-Jung-digo seu verdadeiro sobrenome pois, é o nome dele, afinal.-Acho que nem a morte poderia nos separar completamente pois, meu amor por ti é algo muito maior do que a matéria. Eu te amo, Hoseok.-digo e o beijo. Ele me abraça e continua me beijando.

Quando nos separamos, ele também chorava, mas colocou a aliança delicadamente em meu dedo e a beija, e eu fiz o mesmo com ele. Nos levantamos e entrelaçamos nossos dedos e andamos juntos até a entrada do Palácio. Lado a lado. Com o coração à mil sem sabermos o que o destino nos reserva. Mas, estar ao lado de Hoseok, agora, ontem, e desde que o conheci, sempre, sempre foi e sempre será a coisa que mais me acalma e, com toda certeza, a coisa que eu mais amo. Já não tenho nem palavras suficientes para dizer que o amo.

Andamos até o chefe de exército, já que havia especialmente um caminho aberto entre o mar de soldados bem armados e bem equipados até um homem com armadura branca, provavelmente o chefe, que estava no final do caminho. Paramos um metro de distância e ele faz uma reverência  para Hoseok, provavelmente, e dá um passo a frente.

-Vossa alteza, nossa missão, dada pelo rei Jeon, é apenas proteger o reino e derrotar A Besta, entretanto, Park deverá tomar a liderança e ir achar a criatura e, simplesmente, levá-la para longe de vosso reino e matá-la.-diz e engulo em seco. Talvez seja a última vez que eu veja o rosto de Hoseok, talvez seja a última vez que eu esteja na condição de pensar num talvez. Depois, pode até ser que nem exista um.

Me sinto obrigado a dar um passo a frente, mas quando tento, Hoseok me puxa para perto.

-Perdôe-me, general Hyu, por minha intromissão em seus planos, mas eu faço questão de ir ao lado de meu noivo.-diz Hoseok tentando manter a calma. "Meu noivo." Essas palavras me fazem sentir uma pontada de adrenalina, meu sangue esquenta e meu coração acelera.

-Perdôe-me, vossa alteza, mas tenho ordens e elas apenas dizem que somente Park deverá ir.

-Acho que você não entendeu, eu ordeno que deixe-me ir com ele.-diz impaciente.

-Vossa alteza, tenho ordens e elas...-é interrompido por Hoseok.

-General Hyu, você está mesmo negando minhas ordens? As ordens de seu futuro Rei?-pergunta e o general fica calado. Apenas faz uma reverência e dá um passo para o lado, abrindo espaço para nós dois passarmos pelos portões e irmos para a cidade.

Após chergarmos correndo, estávamos dentro de uma nuvem de fumaça, quase que não conseguia respirar direito, mas ainda podia. Porque não era uma fumaça normal. Era mágica.

Aperto a mão de Hoseok e sinto ele apertar a minha e passo o polegar levemente por sua aliança. Andamos juntos apenas ouvindo os berros dos moradores e tentando enxergar algo além da luz ofuscada do fogo em telhados.

Estava tudo assustador, até que vejo um brilho gigantesco e dourado e logo ouço algumas pessoas gritando "É A BESTA! FUJAM!" e tentei me aproximar um pouco mais. Porém, muitos realmente correram e acabaram esbarrando em mim e acabei soltando a mão de Hoseok.

Nesse momento, fiquei completamente assustado mas, no fundo, de alguma maneira, algo me dizia que ele estava bem, então isso foi como um impulso inesperado que me fez correr até a luz gigantesca, e gritei o nome dela.

-NEIDE!-berro e a luz parece reconhecer minha voz, e então, inexplicávelmente, uma forte rajada de vento percorre a cidade como um sopro e afasta toda a fumaça mágica, revelando então, uma grandiosa e brilhosa serpente branca e dourada com olhos cinzentos que me encarava mortalmente.

Tento não ficar com medo, mas falho miseravelmente. Minha sorte foi o grito do exército na fronteira da cidade com a floresta lutando contra as criaturas mágicas que lá habitavam, e, só aí, notei que todos os que antes estavam nas ruas, gritando, sumiram e estavam escondidos. Neide olha para trás para matar a curiosidade e aproveito a oportunidade para  tentar invocar minha magia, mas tudo o que consigo é uma faísca pequenina amarela de luz que em menos de um segundo se apaga. Droga! Ela ainda não voltou. Neide volta sua atenção para mim novamente e me ataca, mas, antes que ao menos possa me tocar, um raio esverdeado a acerta bem no meio da face de serpente e faz seus olhos queimarem, mas, nem por isso, ela cede. Me ataca novamente, mas dessa vez com a cauda, e eu sou lançado num muro e me lembro da nossa briga no colégio quando ela beijara Hoseok e me fez quebrar uma asa após minha colisão com uma parede. A última vez em que eu a vira. Então, antes que eu pudesse reagir, vejo Noah acertando ela com toda sua magia em sua varinha.

Ele lançava um feitiço atrás do outro mas seus sucessos eram poucos. Tento me levantar mas sinto dor, então caio, mas sou segurado por trás, e quando olho quem era, era Hoseok. Ele me ajuda a levantar e põe uma mão em meu peito e me sinto forte novamente. Sinto a magia. Sinto-me preenchido.

-O que você...

-Te fortaleci. Dei um pouco de minha magia para você, tente usar a sua.-diz e eu faço que sim com a cabeça. Corro até lá para ajudar Noah, e consigo ver Hoseok queimando umas criaturas a nossa volta que tentam nos atacar.

Tento usar minha magia e obtenho sucesso. Ela estava ali, mais brilhante do que nunca.

-Jimin, eu não vou aguentar muito tempo! Estou ficando fraco!-berra para mim enquanto lançava os raios e eu seguro seu braço que segura a varinha. Ele entende e o estende para o alto. Para a cabeça da Neide. Fecho os olhos com toda minha força e tento me concentrar em algo mais forte do que nunca achei ter lá dentro de mim. Ouço um estrondo e quando abro os olhos, a serpente estava com uma broca imensa no canto de seu corpo, mostrando sua carne. Pelo visto, foi apenas de raspão. Olho para Noah e ele encarava a varinha estourada na ponta assustado.

-N-Noah... desculpa.-digo e ele a joga para trás e invoca bolas verdes de luz em suas mãos e me olha sorrindo com uma expressão de determinação que nunca vi.

Antes que pudéssemos fazer algo, a serpente cospe fogo de sua boca como um dragão e se não  fosse por Hoseok e seu escudo gigantesco de luz dourada, teríamos fritado.

Ele xinga e acerta raios de luz seguidos nela enquanto Noah o ajudava. Eu tentava andar até seu torso para matá-la por trás, mas ela sente meus pés em suas costas e começa a sair correndo me sacudindo de um lado para o outro e eu caio, mas sou protegido por uma nuvem verde e vejo Noah a fazer desaparecer quando chego no chão. Hoseok respira aliviado, mas Noah se distraí com isso e a serpente bate a cauda pesada nele e meu amigo é lançado com tanta força para uma parede de uma casa que acaba quebrando a mesma com suas costas. Corro até o mesmo e o vejo tossindo muito sangue. Estava arranhado, acabado. Mas ele ainda sorri para mim.

-Eu não disse que batalharia contigo nem que fosse até a morte?-diz com dificuldade e força um sorriso. Não contenho o choro e pego sua mão.-Espero que vença essa batalha, Jimin. Pelo menos, vença por mim.-diz e fecha os olhos com dor.

-Eu... eu prometo.-digo apertando sua mão e então vejo que ele não mais respirava.

Saio de lá com um sentimento novo que nunca havia experimentado. Mas era o sentimento de que eu precisava para acabar de vez com a Neide. E eu vou.