◎47◎ Benção ou Maldição?

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Hoseok on

Cinco anos se passaram desde a guerra, e agora tudo está diferente. Após a saída do meu pai e minha madrasta, o castelo virou um museu e o labirinto de minha mãe é um local de honra onde as pessoas vão para fazer oferendas à estátua dela e, até mesmo, se casam lá. E é claro que eu e Jimin nos casamos lá. Foi na Primavera. Quando as rosas brancas estavam mais do que belas. E ele estava lindo. Lindo como nunca. Lindo para mim.

As mudanças foram bem claras. Houve uma reflorestação, as casas são de madeira de Carvines (um tipo de árvore que cresce tão rápido quanto mato.) E, o melhor de tudo, somos livres. Nós podemos utilizar nossa magia para tudo e como quisermos.

Quanto a meu pai... bem, ele está travando uma guerra agora contra outro reino por conta da morte de Milena, mas, eu e Jungkook ainda damos graças a Deus por conta disso. Jungkook está morando junto a Tae numa casa na árvore, e eu e Jimin moramos numa casa próxima à montanha do castelo pois, afinal, fomos nós, ou melhor, foi ele quem salvou a todos nós. Ele foi o herói. E ele ainda é o herói. Pelo menos, meu herói.

Cada dia que eu acordo ao lado dele, me pego perdido em meus pensamentos em relação a tudo o que vivemos, sobrevivemos, viveremos e ainda estamos vivendo. Me pergunto todas as manhãs se nossas vidas foram uma bênção ou uma maldição. Se tudo foi apenas questão de sorte.

Todos nós temos bênçãos e maldições e cabe a nós, e apenas a nós, diferencia-las. Nossas bênçãos são tudo de bom que fazemos e fazem para nós, tudo que vai com amor e volta com carinho. Nossas maldições são tudo o que a vida nos trás de negatividade. Mas elas vêm de acordo com nossos atos. Nossos maus atos. Eu errei. E errei muito. Mas pude aprender com meus erros, e aprendi o suficiente para saber transformar minha maldição em bênção. A verdade é que Jimin foi minha maldição. Desde que nasceu seu destino se crusaria com o meu. Por bem ou por mal. Eu transformei o mal em bem apenas com o amor. Com o meu amor.

Acho que nunca irei ter uma resposta para essa pergunta. Pelo menos nunca se eu não viver para descobrir, então é assim que agora levo a vida, apenas vivendo. Encarando minhas dificuldades e sentindo cada bom momento.

Amo tudo o que tenho agora. Eu e Jimin temos nossa própria rotina. E agora também temos empregos. Ele trabalha num café e eu trabalho como jardineiro no Labirinto. Quando acabo de regar toda as rosas, passo um tempo falando com a estátua de minha mãe, contando como minha vida está e como me sinto bem por ter alguém que me ame. Assim como um dia ela me disse que teria. Sempre agradeço a ela por ter me feito acreditar no amor, e sempre digo que sinto falta dela. Mas, no fundo, sei que ela me acompanha a cada passo, apenas feliz por eu finalmente ter entendido o que ela me dizia.

-Hoseok!-chama Jimin lá do alto me tirando de meus pensamentos. Ele estava voando sobre as nuvens para aproveitar a tarde, mas eu sei bem que é apenas para tentar lançar algum feitiço para ver se sua magia voltou pois, quando ele a dera a Neide, ele literalmente deu tudo. Ele não tem mais poderes, mas, de alguma forma, suas asas ainda estavam em seu corpo e seu cabelo continua loiro. Ele faz isso todas as tardes e eu sempre o espero no nosso local de encontro. Sempre no fim do Labirinto, aonde tem um penhasco onde aproveito o pôr do sol segurando uma rosa branca para dar a ele todos os dias, só para deixar claro que meu amor nunca acaba e é tão puro quanto o branco de suas pétalas. Ele voa em minha direção e eu abro meus braços pronto para abraçá-lo como faço todos os dias. E assim acontece. O abraço e caio para trás por conta do impacto. Ele deita em mim e se apoia em um cotovelo, só para me olhar e mexer em meus cabelos. Segundo ele, mexer em meus cabelos é como mexer no fogo. Principalmente quando estão sob a luz do sol.

-Ainda não acredito que estamos aqui. Sozinhos. Só nós dois. Como sempre quisemos.-digo sorrindo tocando gentilmente seus rosto e descendo lenta e delicadamente meu polegar em seus lábios e ele sorri. Aquele sorriso doce e simpatizante que só ele tem.

-Eu acredito. E nós conseguimos.-diz e o olho diretamente nos olhos.

-Eu te amo, Jimin. Por favor, nunca deixe de acreditar. Mesmo quando eu não conseguir, que seja você a me fazer acreditar até mesmo no impossível.-digo e ele sorri tímido.

-Eu vou. Sempre acreditarei, prometo.-diz e chego o rosto mais perto do dele e as pontas dos nossos narizes se tocam.

-Eu te amo, Park Jimin.-sussurro para o mesmo.

-Eu te amo, Jung Hoseok.-sussurra para mim e me beija.

E assim, independente do que o futuro nos reserva, apenas vivemos, seguindo em frente, lidando com nossas bênçãos, transformando nossas maldições e sendo nós mesmos independente de onde estejamos. Apenas deixando nosso verdadeiro eu fluir.

   Fim.

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