Algumas respostas.

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Lucille pov:

Pare de ser medrosa Lucille, você só tem que descer e falar o que sabe. Mesmo que você não saiba quase nada, o Rick parecia que ia tirar um pedaço seu? Com certeza, mas você mata andarilhos e eles são mais assustadores, não são?! Respiro fundo e caminho para fora da cela com certa lentidão, minhas pernas ainda estavam pesadas e uso minha mão para me apoiar na parede, vou até a escada do poleiro e a desço encontrando Daryl de braços cruzados me olhando.

— Eu juro por Deus, se você falar qualquer coisa... - Daryl ergue sua mão me interrompendo.

— Rick apenas queria ter certeza que você ia descer.

— Ah. - Falo surpresa pensando que ia receber uma bronca. - Bom, eu já estou indo até eles, não precisava de supervisão. - Volto a olhar para frente e andar até a parte que tinha as mesas sendo seguida por Daryl e o escuto sussurrar.

— Até parece. - Reviro meus olhos e após percorrer o curto caminho, dou um fraco sorriso para o grupo e me sento em um dos banquinhos que eram grudados nas mesas e deixo meus braços sobre a mesma.

— Vejo que está bem melhor Hershel. - Digo sorrindo para o mesmo para tentar amenizar o clima estranho que tinha se formado.

— Estou sim, mas ainda sinto um fantasma do resto da minha perna. - O mais velho soltou um riso fraco.

— Certo, chega desse papo! - Daryl bateu sua mão na mesa me fazendo sobressaltar no lugar.

— Daryl se acalme. - Falava Carol de braços cruzados.

— Não Carol, essa garota nos deve explicações! - Acabo por encolher meus ombros enquanto o ouvia, pensei que ia me livrar da bronca. - Ela não come, está cheia de marcas de mordidas, vomita uma gosma preta, não gosta que a toquem e principalmente está sempre em outro mundo.

— Eu sei que...devo muitas respostas para vocês. - Boto uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. - Por onde eu posso começar?! - Pergunto para mim mesma.

— Que tal, pelas mordidas?! - Lori sugeriu enquanto deixava sua mão sobre sua barriga e aceno concordando.

— Bom, eu descobri que era imune às mordidas depois de ficar encurralada em uma farmácia, fui mordida aqui. - Aponto para uma mordida em meu pulso esquerdo. - Tive todos os sintomas, febre, suor frio, tossir sangue e tudo mais. Mas quando estou próxima de me transformar eu apenas começo a melhorar, como se não tivesse passado de uma simples gripe.

— Você nunca chega no final da transformação? - Glenn perguntou para ter certeza.

— Isso, as vezes eu nem tenho todos os sintomas, varia muito. - Aperto meus lábios. - Próxima.

— Por que está sempre desligada das coisas? - Dessa vez foi Carl que perguntou, ele tinha um olhar curioso.

— Bom, eu não me lembro de nada antes do mundo ser o que é, as que eu me lembro são poucas e na maioria das vezes elas aparecem quando estou dormindo ou no meu modo "mundo da lua". - Faço aspas com meus dedos. - Quando eu fico muito cansada, muito estressada ou apenas distraída, eu apenas me desligo de tudo sem perceber o tempo passar.

— É quase como se não conseguisse viver aqui, menina? - Faço um estalo com minha língua concordando. - Você sofreu algum trauma Luci? - Tombo minha cabeça para o lado enquanto olhava para Hershel.

— Bom, teve um dia que eu estava dormindo e sonhei com o Steve, um cara com quem eu estava saindo pelo o que parecia e ele disse que precisava dar um último passeio comigo antes de fazer uma viajem longa e eu fui. - Dou um sorriso triste enquanto mexia meus dedos. - Ele falou que todos os dias que passou comigo, foram bons. Mas que as coisas teriam sido bem diferentes se tivéssemos nos conhecido antes e então, me levou para fora da cidade e quando eu percebi, tentei pegar meu celular e ele o jogou pela janela. - Sentia o olhar de todos sobre mim e mantenho meu olhar na mesa. - Eu pedia para ele me dizer onde estava me levando mas ele ficava em silêncio, tinha outras pessoas nos esperando numa estrada de terra e quando eu tentei fugir ele me segurou pelo cabelo e me puxou para fora do carro enquanto apontava uma arma para mim. Me prenderam, colocaram uma fita em minha boca, me jogaram nos fundos de uma van e me sedaram. - Apertava minhas mãos enquanto falava sentindo as lágrimas caírem. - Eu não sei o que fizeram comigo depois, eu ainda não me lembro. Mas sei que eu deveria ter ido para o CCD de Atlanta e me lembro de médicos em minha volta dizendo que tinham que me levar para lá. - Passo minhas mãos em minhas bochechas e respiro fundo. - Mas eu me lembro de uma senhora, era doce e gentil comigo, me tratava como sua filha e pelo o que parece, eu trabalhava pra ela. - Levanto meu olhar para o grupo e os vejo me olharem com pena e ergo minha mão para eles. - Sem esse olhar, por favor.

A Monster is Born¹ - The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora