Desafiando a Maldição - Trilogia IRMÃS RUSSO Livro 1

Capítulo 22

-Então o que quer conversar? - pergunto me sentando em uma das duas cadeiras que ficam na frente da mesa principal do escritório, me recuso a sentar atrás da mesa de forma imponente como Rick fazia.

-Eu falei com Adrian antes de virmos aqui, temos uma proposta para você... - ele faz uma pausa se arrumando no lugar e olhando de soslaio para a cadeira do Rick

- Não sei se você sabe, mas Adrian tem uma empresa de construção e ele vai aceitar ser a empresa encarregada de cuidar da reforma, além de deixar tudo por um preço vantajoso para você... Contando que você se afaste do Luca...

Ele fala isso tão naturalmente que me deixou perplexa, como ele pode achar que eu aceitaria isso?

-Você realmente acredita que sou o tipo de pessoa que trairia a confiança de alguém por uns trocados? - digo furiosa e apertando os braços da cadeira.

-Não é isso só queremos proteger ele...

-Você não ouviu nada do que ele disse na sala?

-Ele é só um garoto, ele é imaturo e impulsivo! Só vai trazer problemas para você!

-Isso é o que o senhor acho, um homem que espera o pior do filho sem nem mesmo deixar ele tentar - levanto e começo a andar pela sala, tentando controlar minha raiva

- Você tem ideia do quanto ele deve se sentir inferiorizado por vocês? - continuo - As pessoas que deveriam apoiar ele, preferem agir pelas costas dele e deixar a opinião dele de lado! Sabe quem fez isso Senhor Rossi?

-Rick Russo fez isso! - Respondo antes que ele tenha a chance - Ele agia pelas cotas das pessoas sem se importar com o que queriam, ele tentou fazer isso comigo e sempre que tentava isso com minhas irmãs elas se afastavam! Ele nunca nos deu amor ou mesmo fez uma visita, mas foi contundente em tentar impor suas vontades em nós!

-Como você pode me comparar a esse homem? - Ele fala soltando fogo pelas ventas e ficando em pé também.

-Não estou comparando, só estou constatando os fatos! - paro na frente dele e aponto o dedo em seu peito olhando em seus olhos, sem nem piscar direito

- Caso não tenha ficado claro ainda, estou recusando seu pedido de ajudar através de Adrian, - respiro fundo e abaixo a mão - se ele quiser aceitar a obra será por um processo de eliminação dos orçamentos que cada uma das empresas na minha lista passar e com as devidas recomendações. Além de ter que aceitar que Luca estará no projeto, pelo tempo que desejar!

-Você sua... - ele tenta achar algo para falar apontando o dedo para mim, mas fecha a cara em desistência a mão erguida vira um punho fechado.

Eu assumo postura de desafio, colocando as duas mãos na cintura.

-Terminamos aqui? - digo e ele nem responde apenas caminha para a porta, mas vira antes de abri-la.

-Você é tão parecida com ele, mas ainda é tão diferente... - respira fundo e passa a mão pelo cabelo - Vamos fazer do seu jeito, espero que sabia o que está fazendo...

Eu não respondo apenas aceno, porque não tenho certeza do que responder e também quero apreciar essa pequena vitória o máximo possível.

A vida seria muito mais fácil caso eu não houvesse envolvido Luca nisso, contudo ele se mostrou digno de confiança e mais que isso eu vi através dele o quanto ele precisa disso. Luca não tem objetivos de vida, apenas sobrevive cada dia quem olha para ele enxerga um garoto imaturo que não quer nada da vida, mas eu vejo um jovem homem que não quer viver a sombra de ninguém e mais do que isso quer se provar para achar seu lugar.

Quem sou eu para impedir isso?

Saio da sala e vejo uma movimentação no hall de entrada da casa, sigo para lá e encontro os Rossi indo embora, exceto por Luca.

-Onde está o Luca?

-Ele foi ver o quarto do menino... - Adrian responde

-Você não quis ver também? -questiono sem entender a cara de desgosto dele - Ele estava tão empolgado em mostrar para outros meninos...

Ele não responde e apenas torce o nariz e caminha pela a porta, o pai o segue e a mãe acena com a cabeça. As três meninas Rossi param e se olham antes de Andressa assumir como porta voz e falar pelas três.

-Nós ainda não confiamos em um Russo ,mas agradecemos por não ter ignorado a opinião do Luca... O pai e a mãe o amam, mas esquecem que ele não é o Adrian...

Eu aceno em concordância, não tem o que eu falar aqui, já havia percebi essa coisa toda da dinâmica da família Rossi.

-Nosso irmão parece ser cabeça dura, mas tem um grande coração, se ele confia em você daremos um voto de confiança... Não falamos pelo pai ou a mãe - Mirela fala

-Menos ainda pelo Adrian... - Andressa termina pela irmã.

-Vou manter a mente aberta prometo! Agora boa noite, acho que eles devem estar impacientes para que vocês saiam logo e não sejam enfeitiçadas por mim como Luca foi...

Elas riem e mostram sorrisos perfeitos e graciosos. Uma por uma me da um abraço de despedida e sinto que ainda tem esperança de ser bem recebida por eles...

Quando me viro vejo Luca apoiado no batente do corredor que da para a os quartos no andar de baixo, ele está sorrindo pra mim e começa a caminhar na minha direção.

Ele fica muito perto de mim e coloca meu rosto entre as duas mãos, em formato de conchas e me fita com tanta intensidade que fico embriagada com sua presença. Como eles podem achar que ele ainda é um menino que não sabe o que quer? Eu só vejo um homem procurando um motivo para lutar e continuar.

Sem dizer nada ele toma meus lábios com os dele, me beijando suavemente e com tanta ternura que sinto meu peito apertar com falta de ar, ele fecha os olhos e vejo uma lágrima escapar de seus doces olhos claros.

Ele se afasta ainda me segurando e agora está sorrindo para mim.

-Como você pode me fazer sentir tanto em uma noite? - ele fala e eu me ergo não ponta nos pés para beijar sua lágrima que escorre pela bochecha.

-Não fiz nada além de falar a verdade - falo e dou de ombros.

-A sua verdade permitiu que eu assumisse enfim ser mais do que o pequeno Luca o bebê dos Rossi... Obrigada por isso...

-Obrigada nada! Agora eu sou tipo sua Sensei! Você é meu Genin e eu sou uma Jounin! - falo brincando com ele usando termos do anime do Naturo

-Você é doida? - ele fala e me abraça enrolando os braços sobre meus ombros como um polvo.

-Doida? como ousa falar com sua Sensei assim? - digo batendo no braço dele.

-Minha Sensei é sensível - Luca fala e depois beija o topo da minha cabeça.

-Sensível o cacete! - olho para cima e me lembro de algo - Como você vai embora? Você não veio com seus pais?

-Eu cheguei com eles, mas vim no meu carro, achei que fosse passar a noite aqui... - ele fala olhando para longe e ficando vermelho.

-Você pediu autorização para a mamãe para dormir fora de casa? - falo zoando com ele.

-Autorização? Vou te mostrar em precisa disso!

Ele fala e me arrasta escada acima hora fazendo cócegas em mim e as vezes me puxando para me beijar. Fazemos o caminho para meu quarto e só consigo pensar em tentar não destruir nada do quarto hoje.