Desafiando a Maldição - Trilogia IRMÃS RUSSO Livro 1

Capítulo 27

As obras começaram com força total eu estou no local analisando o que é feito e ajudando onde posso, que seria recebendo os materiais, ajudando a cobrir algumas coisas, isolando outras, enfim nada que exija muito.

O mais interessado na parte pesada da coisa toda é o Luca, ele praticamente se tornou um auxiliar na construção, levando carrinhos de mão cheios e voltando com eles vazios, ou ajudando a levar alguns tijolos, até saco de cimento vi ele carregando em algum momento.

Paramos para almoçar, fiz um acordo com um restaurante simples que tem aqui perto para que servissem a refeição a todos e eu pagaria no final de cada semana o correspondente por isso. Estava tudo perfeito até o tal Hugo aparecer vestindo seu terno na obra.

-Boa tarde, como vão as coisas? - ele perguntou ao entrar.

-Boa tarde e vai tudo melhor quando você colocar pelo menos o capacete de segurança... - respondo desafiadoramente.

-Não será necessário, só passei para checar as coias, mas como você está aqui não acho que eu precise vistoriar de perto...

- Exatamente e eu vou vir todos os dias, mesmo que apenas para ver como está e ir embora... Deseja mais alguma coisa?

De repente ele me olha franzindo a testa e cruzando os braços e eu ergo a sobrancelha.

-Por que eu sinto que você não vai muito com minha cara?

-O que me entregou? - pergunto com tom de deboche e com as mãos na cintura.

-Acho que as patadas que recebo são um bom começo...

-Acontece que não o conheço e mesmo assim você continua assumindo coisas a meu respeito e não confio em gente que age como se fosse dona de tudo...

-Então porque me contratou?

-Contratei sua empresa no sentido profissional, eu não ir com a sua cara não me faz cega para o fato de você ser um bom gestor e ter uma boa qualificação no ramo... - Respiro fundo e continuo - Eu não misturo o profissional com o pessoal

-Tudo bem, entendo... Nesse caso já vou indo - ele descruzou os braços e voltou para postura de dono do mundo arrogante - Obrigada por ser honesta comigo...

Eu aceno e ele vai embora, em seguida Luca aparece atras de mim.

-O que ele queria?

-Saber como está indo...

-Entendi... - ele fala com desconfiança e eu ergo a sobrancelha.

-Eu é que não entendi, esse seu entendi...

-Nada, alias sobre aquele encontro que estou te devendo... Sábado e você vamos fazer um piquenique!

-Assim sem mais nem menos? - pergunto rindo.

-Exatamente agora me dá licença vou voltar ao trabalho!

Ele me dá um beijo na bochecha e corre, ele está todo sujo com pó da reforma, com roupas simples e com os protetores obrigatórios de se usar em obras e ainda sim está muito bonito... Pensando bem preenche o requisito de fantasia com um uniforme e tudo mais...

Enfim estou levando Bianca a um encontro, estou nervoso e ansioso. Dormi em casa hoje depois dela insistir muito dizendo que queria se arrumar sem interrupções e claro que entendi, quando estou por perto nunca conseguimos nos arrumar a tempo para nada. 

Adoro provoca-la e toca-la...

Confesso que também estou cansado, de todo o trabalho pesado que venho fazendo na reforma, mas estou tão empolgado e enfim me sinto no lugar certo. No meio daquele caos, sabendo que no final o resultado será incrível, agora entendo meu irmão, ele ama tudo isso também. 

Ele secretamente passou pela obra de carro como quem não quer nada, mas eu o vi mesmo assim. Nós não temos conversado muito ultimante e mesmo que seja estranho, por enquanto parece ser o certo.

A unica coisa que anda me deixando frustado é o arrogante Hugo Ferrari, que está aparecendo sempre e sendo um incomodo total. Principalmente quanto tenta se aproximar da Bianca, mesmo que ela sempre o coloque em seu lugar, ainda me incomoda.

De qualquer forma, hoje não é dia para pensar em nada além de aproveitar o piquenique, estamos no meu carro e quero fazer uma surpresa e leva-la para meu local secreto. Nunca levei ninguém lá, mas com ela quero dividir esse segredo, para que seja nosso segredo.

Soraia preparou a cesta com frutas cortadas, pequenos sanduíches, suco natural e até docinhos. Ainda bem que ela fez tudo, esse passeio seria péssimo se eu fizesse isso sozinho e acho que Bianca também não é lá muito boa na cozinha. 

É estranho como nos conhecemos a pouco tempo e não sei quase nada sobre ela e mesmo assim isso não me incomoda. Torço para que não incomode ela também, seria muito triste descobrir que ela tem planos de me afastar depois de tudo.

Quando chegamos fico feliz em ver a expressão de surpresa e admiração no rosto dela, é como se apenas isso já valesse por ter trazido ela até aqui.

-Que lugar é esse? - Ela me pergunta ainda olhando em volta pela fachada destruída.

-Um refugio... 

-Tem como entrar? É seguro?

- Sim tem como entrar, apenas no primeiro andar... O outro nunca tentei descer, já que sempre vim até aqui sozinho e tinha medo de cair, sofrer algum acidente e ninguém estaria por perto para ajudar... - respondo e dou de ombros, dou a volta no carro e pego as coisas no porta malas.

-O que é isso? - Ela pergunta quando vê que estou tirando equipamento de segurança e uma escada de corda.

-Hoje além do piquenique quero ver o que tem lá em baixo! - Respondo animado.

-Estou achando que você só me trouxe para garantir que você não morra sozinho! - Ela responde e cruza os braços sob os seios fartos e fazendo bico.

-Bom eu quis juntar o útil ao agradável! - Respondo e coloco as coisas no chão, vou até ela e coloco as mãos no rosto dela - Confesso que não sei qual me anima mais! 

Eu falo e a beijo, sem deixar que ela responda, deveria ser só um beijo para brincar com a situação, mas não consigo estou tão animado em passar um tempo com ela no meu lugar secreto que a beijo com intensidade.

Bianca solta os braços e me puxa pela camisa para ficarmos mais perto, ela morde meu lábio e eu não seguro o pequeno rosnado que sai.

-Eu vou acabar comendo a sobremesa antes da refeição... - Digo entre beijos e caricias cada vez mais ousadas.

-Eu não ligo... - Ela responde toda ousada, quem diria que ela ficaria assim comigo algum dia?