Capítulo 10

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-Isso não é da sua conta e eu tinha esquecido o paletó - digo e dou de ombros -precisava voltar

-Você poderia ter pego antes de termos saído de lá ou durante o vídeo do velho... Você queria ver ela não é?

-Isso não é da sua conta e não eu não queria ver ela!

-Eu te conheço você não tirou os olhos dela, mesmo antes de todos terem percebido que ela é uma Russo - ele disse e se levantou para me encarar, meu irmão sente a mesma raiva que o resto da família pelos Russo e sei que ele só está me interrogando agora por que ela é uma Russo.

-Eu só estava curioso com ela olhando para você o tempo todo, achei que ela fosse pular em você e sabe achei melhor ficar de olho - disse dando de ombros, meu irmão pode assustar o resto do mundo, mas pra mim é o mesmo que nada. Sou da mesma altura que ele e mesmo não tendo músculos a mostra como ele sou forte o suficiente para derrubar ele.

-Isso não é um jogo Luca! Essa mulher é perigosa!

-Só porque você foge de todas as mulheres da cidade, não quer dizer que eu deva! E para sua informação ela me chama de moleque... Uma mulher que chama o cara de moleque não quer nada com ele

-Você conversou com ela? - ele disse com nojo.

-Claro você queria que eu invadisse a casa? - Menti descaradamente, mas foi preciso. 

Dou a volta em meu irmão e tiro o moletom e a calça com a cueca, rápido para que ele não veja a sujeira que fiz mais cedo na sacada daquela mulher. Rapidamente visto uma samba canção, e jogo a roupa no cesto que minha mãe deixou no meu quarto.

-Eu não quero mais ver você perto dela! 

-Você não manda em mim! Você não é meu pai caralho!

Estamos berrando e de repente meu pai abre a porta e entra no quarto, ótimo era só o que faltava agora. Eu bufo e jogo os braços pra cima. 

-Vocês dois! - meu pai disse apontando o dedo na minha cara e depois na do meu irmão - Dois homens adultos agindo como crianças! Por que essa gritaria?

-Seu filho falou com a mulher Russo! - Adrian fala antes que eu pudesse responder.

-Como assim? Eu estava lá e só quem falou com ela fui eu e você Adrian...

-Eu voltei lá para pegar meu paletó que tinha esquecido lá e ela me recebeu, eu peguei meu casaco e sai de lá! Foi só isso - eu menti descaradamente!

-Como você pode fazer isso! Não sabemos se aquela mulher é confiável e só de ser filha daquele homem nada de bom pode vir dela! Ou das irmãs que nem sei se existem!

-Pai não foi nada de mais! Eu juro!

-Você fala isso, mas pareceu que queria muito se enfiar na cama dela! - meu irmão disse ainda berrando.

-Você é surdo Adrian? A mulher estava babando por você! Todos naquela sala poderiam ver isso! - eu ergo a mão e fico apontando o dedo no peito dele  - Acho que você está interessado nela e não quer aceitar isso! Você deve ser o único querendo se enfiar na cama dela!

-Já chega! - Minha mãe grita da porta e só agora vejo que minhas irmãs e ela estavam vendo tudo também. Droga!

-Essa mulher nem chegou direito e já está causando problemas! - Meu pai disse

-Os dois devem ficar longe dela ouviram bem? - Minha mãe disse

-Não é como se fosse possível! Um Rossi sempre cruza com um Russo! - Meu irmão diz com tanto ódio na voz que fico surpreso.

-Vocês farão o possível pela família pelo menos! - minha mãe continua - Não quero ver a família se afundar de novo! Ouviram bem?

-Sim mãe... - Adrian diz

-E você Luca?

-Não posso prometer o que não posso cumprir e com essa pego minha calça e moletom do cesto, pego minhas chaves e saiu de casa e vou para meu lugar secreto.

Não ouço ninguém e não vejo ninguém, só dirijo até a casa desmoronada que fica próximo da propriedade dos Russo. Perto o suficiente para ninguém da minha família desconfiar que venho até aqui, mas longe o suficiente para que o Senhor Russo se incomodasse.

Esse lugar é meu abrigo a tantos anos, que só me sinto a vontade aqui. É uma casa tão antiga que os tijolos expostos são do tipo que se usa em lareira, as janelas são imensas para se entrar luz.

Ela fica em um morro então de frente só é possível ver o primeiro andar, do lado da casa tem uma escada soterrada e quando se entra passando o comodo da provável sala tem uma sacada que da para um jardim interno.

Sempre descubro coisas novas na casa e cada vez que venho tomo coragem para tentar tirar as pedras do soterramento com medo de que tudo desabe. Minha maior vontade é achar uma forma de descer e descobrir o que tem naquele andar.

Mas por hoje só quero pensar e entender como consegui complicar tanto as coisas em um único dia que conheci uma Russo.

Será que realmente existe uma maldição?

Desafiando a Maldição  - Trilogia IRMÃS RUSSO Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora